O IMPERIALISMO NO CONTEXTO
EUROPEU
O avanço tecnológico promovido
pela Segunda Revolução Industrial favoreceu a crença, na Europa, de que a
felicidade humana estava próxima. Para muitas pessoas que vivenciaram a chamada
Belle Époque, o crescimento econômico e o avanço tecnológico iriam acabar com o
sofrimento, com as desigualdades e com as doenças da humanidade. De fato, o
padrão de vida dos europeus sofreu uma considerável melhora, afinal, gozando de
elementos como a energia elétrica e a indústria farmacêutica, a população, em
geral, passou a ter uma expectativa de vida maior.
Levando em conta o crescimento
institucional e econômico registrado principalmente pelas nações europeias
durante o século XIX, estas passaram a buscar mercados consumidores e
matéria-prima para as suas indústrias, que estavam em ampla expansão. Posto que
o crescimento da economia europeia gerava acúmulo de capitais, estes eram
reinvestidos na indústria, aumentando a capacidade produtiva, a contratação de funcionários
e a modernização das máquinas, o que gerava consequências aparentemente
benéficas às unidades produtivas.
É necessário ressaltar, no
entanto, que esse ciclo de reinvestimentos registrado pela economia europeia
tem um limite dentro da lógica do capitalismo. Assim, por volta da década de 70
do século XIX, o mercado europeu se encontrava saturado de investimentos, ou
seja, o excedente de capital europeu havia se tornado um problema.
A solução encontrada pelos
grandes capitalistas do Velho Continente, portanto, foi buscar novas áreas para
investir o excedente de capital europeu. Naquele momento, a África e a Ásia
foram os continentes mais cobiçados pelas nações imperialistas, haja vista que
grande parte da América havia se tornado independente ainda no início do século
XIX.
A partir do início da corrida
imperialista, os excedentes antes acumulados na Europa foram redirecionados
para as diversas colônias instaladas em solos africano e asiático. É necessário
ressaltar, no entanto, que tais investimentos visavam tão somente ao lucro das
grandes corporações europeias e, dessa forma, não necessariamente produziram
melhoria das condições de vida dos povos dominados, ao contrário, promoveram o
endividamento e a dependência econômica.
Além da inegável importância
econômica da África e da Ásia para as nações imperialistas, estas utilizaram
suas colônias também para abrigar o seu excedente populacional, a final, o
século XIX, marcado pelos avanços na indústria farmacêutica, destacou-se também
como um período de grande crescimento populacional. O excesso de pessoas no
continente europeu não interessava às potências imperialistas, pois a
mecanização das indústrias acabava gerando uma grande massa de desempregados e,
logo, inúmeros problemas sociais.
Antes de abordar os casos
específicos de colonização, é importante ressaltar, ainda, que a corrida
imperialista acabou gerando aspectos negativos para os europeus. Se, por um
lado, as colônias foram capazes de receptar os investimentos industriais
europeus e o excedente populacional metropolitano, por outro, a corrida
imperialista acabou fomentando também a exacerbação dos nacionalismos europeus,
afinal, buscando ampliar seus domínios, vários países entraram em divergência
durante a divisão dos continentes africano e asiático. Dessa forma, é possível
afirmar que o neocolonialismo favoreceu a formação de um clima tenso na
geopolítica europeia, influenciando, inclusive, a eclosão da Primeira Guerra
Mundial em 1914.
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