Nelson Mandela
Político sul-africano
Nelson Mandela (1918-2013) nasceu em Mvezo, África do Sul, no dia 18
de julho de 1918. Filho em uma família de nobreza tribal, da etnia Xhosa,
recebeu o nome de Rolihiahia Dalibhunga Mandela.
Em 1925 ingressou na escola primária, onde recebeu da professora o nome
de Nelson, em homenagem ao Almirante Nelson, seguindo um costume de dar nomes
ingleses a todas as crianças que frequentavam a escola.
Com nove anos de idade, após a morte do seu pai, Mandela foi levado
para a vila real, onde ficou aos cuidados do regente do povo Tambu.
Ao terminar sua formação elementar entrou na escola preparatória,
Clarkebury Boarding Institute, um colégio exclusivo para negros, onde estudou a
cultura ocidental. Em seguida, ingressou no Colégio Healdtown, onde era
interno.
Em 1939, Mandela ingressou no curso de Direito, na Universidade de
Fort Hare, a primeira Universidade da África do Sul a ministrar cursos para
negros.
Por se envolver em protestos, junto com o movimento estudantil, contra
a falta de democracia racial na instituição, foi obrigado a abandonar o curso.
Mudou-se para Joanesburgo, onde se deparou com o regime de terror imposto à
maioria negra.
Em 1943, concluiu o bacharelado em Artes pela Universidade da África
do Sul. Continuou os estudos de Direito, por correspondência, na universidade
de Fort Hare. (Mais tarde receberia o título de "Doutor Honoris
Causa", na tentativa de compensar a sua expulsão).
Em 1944, junto com Walter Sisulo e Oliver Tambo, Mandela fundou a
“Liga Jovem do Congresso Nacional Africano (CNA)”, que se tornou o principal
instrumento de representação política dos negros.
Entre as heranças deixadas pelos colonizadores europeus na África, o
mais brutal foi o racismo da África do Sul. Apoiados nas ideias de
superioridade racial do branco, o homem europeu instituiu leis que sustentaram
o regime de “apartheid” (separação), que foi instalado em 1948 pelo Partido
Nacional.
Era proibido o casamento inter-racial, era obrigado o registro da raça
na certidão, brancos e negros viviam em áreas separadas, onde as escolas,
hospitais, praças etc. eram estabelecidos em locais distintos para as duas
raças.
A segregação racial, a falta de direitos políticos e civis e o
confinamento dos negros, em regiões determinadas pelo governo branco, provocou
uma série de massacres e mortes da população negra.
Muitos homens e mulheres da comunidade negra sul-africana dedicaram
suas vidas a essa grande causa: o fim do apartheid. Um dos mais notáveis
líderes do movimento negro da África do Sul foi Nelson Mandela.
Em 1956, Mandela foi preso pela primeira vez, acusado de conspiração.
Em 1960, diversos líderes negros foram perseguidos, presos, torturados,
assassinados ou condenados. Entre eles estava Mandela, que em 1964 foi
condenado à prisão perpétua. Ficou 27 anos no cárcere na Ilha de Robben.
Na década de 80, intensificou-se a condenação internacional ao
apartheid que culminou com um plebiscito que terminou com a aprovação do fim do
regime. No dia 11 de fevereiro de 1990, depois de 26 anos, o presidente da
África do Sul Frederik de Klerk, liberta Mandela.
Ao sair da prisão, Mandela faz um discurso chamando o país para a
reconciliação:
“Eu lutei contra a dominação branca e lutei contra a dominação negra.
Eu tenho prezado pelo ideal de uma sociedade democrática e livre, na qual todas
as pessoas possam viver juntas em harmonia e com iguais oportunidades. É um
ideal pelo qual eu espero viver e que eu espero alcançar. Mas caso seja
necessário, é um ideal pelo qual eu estou pronto para morrer”.
Em 1993, Nelson Mandela e o presidente assinam uma nova Constituição
sul-africana, pondo fim a mais de 300 anos de dominação política da minoria
branca, preparando a África do Sul para um regime de democracia multirracial.
Nesse mesmo ano, recebem o Prêmio Nobel da Paz, pela luta em busca dos direitos
civis e humanos no país.
Após longas negociações, Mandela conseguiu a realização das eleições
multirraciais em abril de 1994. Seu partido saiu vitorioso, e Mandela foi
eleito o primeiro presidente democrático da África do Sul.
Finalmente, seu governo, com maioria no parlamento, acabou com o longo
período de opressão aprovando importantes leis em favor dos negros. Em 1995,
seu governo estabeleceu a Comissão de Verdade e Reconciliação, para analisar as
violações de direitos humanos cometidas durante o apartheid.
Foram esclarecidos desde episódios de violência cometidos pelos
agentes do apartheid. O objetivo era expor a dor causada e buscar uma
reparação, sem revanchismos.
Mandela, que governou até 1999, armou a população com o sentimento da
conciliação nacional até eleger o seu sucessor. Em 2006, foi premiado pela
Anistia Internacional, por sua luta em favor dos direitos humanos.
Em 1944, Mandela casou-se com a enfermeira Evelyn Mase, com quem teve
duas filhas e dois filhos. Em 1958 o casal se separou e nesse mesmo ano,
casou-se com a militante antiapartheid, Winnie Madikizela, com quem teve duas
filhas. Em 1992 o casal se separou.
Em 1998, casou-se com Graça Machel. Em 1999, quando deixou a
presidência, Mandela foi morar com Graça em seu pequeno vilarejo de Qunu,
quando criam uma fundação em defesa dos direitos humanos.
Nelson Mandela faleceu em Joanesburgo, África do Sul, no dia 5 de
dezembro de 2013. Seu enterro foi realizado no domingo 15, em Qunu - onde
passou a infância.
https://www.ebiografia.com/nelson_mandela/
Comentários
Postar um comentário