A INDEPENDÊNCIA DA INDONÉSIA
A Indonésia, que desde o século
XVI era uma colônia holandesa, foi invadida durante a Segunda Guerra Mundial
pelos japoneses, que, a partir de então, passaram a ser vistos como os
libertadores do povo indonésio. No entanto, a Segunda Guerra resultou na derrota
do Eixo e, consequentemente, do Japão, o que, na prática, significava o retorno
do controle da Indonésia para os holandeses. Não concordando com a nova
imposição europeia, o líder nacionalista Ahmed Sukarno comandou uma rebelião em
1945 que resultou na Proclamação da República da Indonésia.
Assim como em outros países
recém-independentes, a emancipação – que só foi reconhecida após quatro anos de
guerra – não significou a imediata pacificação do país, já que, em 1965,
Suharto, um general das Forças Armadas, depôs o então líder Ahmed Sukarno,
juntamente com toda a alta cúpula do governo indonésio. Suharto, que governou o
país ditatorialmente até 1998, acusou seus antecessores de manterem relações
secretas com o governo comunista chinês, argumento que justificaria a sua ação
impositiva.
Sob o comando de Suharto, a
Indonésia adotou uma postura expansionista diante da região que a circundava.
Dessa forma, em 1975, logo que os portugueses anunciaram a retirada das suas
tropas de uma das suas ex-colônias asiáticas, o Timor-Leste, os indonésios a
invadiram, assumindo o seu controle político. Criticada pela opinião pública
internacional, a Indonésia recebeu o apoio incondicional dos Estados Unidos,
que temiam que a Frente Revolucionária do Timor-Leste Independente (FRETILIN)
tomasse o poder no país. Além de desejar frear a expansão do socialismo na Ásia
em um contexto de Guerra Fria, é importante ressaltar que o governo
estadunidense era um importante aliado da ditadura implantada por Suharto,
líder que representava a direita indonésia.
Em 1999, após a queda da ditadura
de Suharto e do m da Guerra Fria, a ONU organizou um plebiscito junto à
população timorense para que esta pudesse decidir pela independência do Timor
ou pela manutenção do controle indonésio sobre a região. Em virtude das décadas
de dominação imposta pelos indonésios, os timorenses optaram pela formação de
um país independente, escolha que desencadeou uma grande guerra civil, já que
grupos paramilitares contrários a essa posição invadiram cidades, queimaram
residências e mataram seus opositores. Foi necessária, portanto, a intervenção
de forças de paz da ONU no Timor-Leste para que a estabilidade e a segurança do
país fossem garantidas. Foi somente em 2002, quando Xanana Gusmão – antigo
líder da luta pela independência – foi eleito presidente do país, que as tropas
de paz da ONU se retiraram e passaram, definitivamente, o poder político para a
população local.
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