A INDEPENDÊNCIA DA ÍNDIA
O processo de independência da
Índia teve início na década de 1920, sob a liderança de Mahatma Gandhi,
defensor da não violência e da desobediência civil como estratégias para a
conquista da liberdade. Ao invés do confronto direto com o Exército inglês, o
movimento propunha a realização de greves, manifestações pacíficas, boicotes
aos produtos ingleses e a desobediência às leis metropolitanas.
Um dos principais protestos
ocorreu em 1930, quando, desafiando o monopólio do sal imposto pelos ingleses,
Gandhi caminhou aproximadamente 400 quilômetros até o litoral e convocou a
população a produzir seu próprio sal. Após uma série de greves de fome, prisões
e discursos pacifistas, Gandhi atingiu o seu objetivo e a Inglaterra concedeu a
independência à Índia, no dia 15 de agosto de 1947.
Apesar de atender aos anseios da
maioria da população indiana, a libertação do país não eliminou as diferenças
étnicas existentes naquela região, pois os hindus, que compunham mais de 60% da
população, passaram a almejar o poder político da Índia através da atuação do
Partido do Congresso. Já os muçulmanos, que representavam aproximadamente 25%
da população, formaram a Liga Muçulmana, que propunha a divisão da Índia em
dois Estados. Essa proposta agradava aos ingleses, que não desejavam a formação
de um país muito forte no continente asiático.
Dessa forma, através de sua
influência na ONU, a Inglaterra aderiu à causa muçulmana e conseguiu que a
Índia fosse dividida em dois países: a União Indiana, hindu, tendo como
primeiro-ministro Nehru, e o Paquistão, muçulmano, com seu território separado
por 2 mil quilômetros que dividiam a ala oriental da ala ocidental do país.
Após a separação entre indianos e
paquistaneses, a fragmentação da ex-colônia continuou, e, em 1948, a ilha de
Ceilão, situada no extremo sul do país, se tornou independente, adotando o nome
de Sri Lanka, país majoritariamente budista. Em 1971, foi a vez do Paquistão
Oriental se separar do Paquistão Ocidental. O novo país, que assumiu o nome de
Bangladesh, não teve dificuldades para conquistar o reconhecimento da sua
independência por parte da Índia, que desejava enfraquecer os paquistaneses.
Em meio ao conturbado contexto de
independência da Índia, Mahatma Gandhi, que defendia um espírito de cooperação
entre as etnias indianas, foi assassinado no dia 31 de janeiro de 1948.
Curiosamente, o assassino não era um paquistanês e sim um fanático hindu, que
não concordava com a proposta de unificação pregada pelo líder da independência
indiana. Naquele ano, portanto, morria o apóstolo da não violência e um dos
homens mais cultuados pela humanidade.
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