OS ESTADOS UNIDOS DURANTE O SÉCULO XIX
O século XIX foi importante para
a história dos Estados Unidos, pois foi o momento da expansão territorial e do
desenvolvimento econômico e bélico, o que fez com que as Treze Colônias se
transformassem em um dos maiores países do mundo. No início daquele século, já
era propagada a doutrina do Destino Manifesto, que defendia a superioridade dos
estadunidenses. Segundo essa ideologia, os Estados Unidos tinham recebido de
Deus a missão de levar o desenvolvimento a toda a América, favorecendo, assim,
a postura imperialista do país.
Data do século XIX, também, a
Segunda Guerra de Independência dos Estados Unidos (1812-1815). Naquele
contexto, a Inglaterra, envolvida nas guerras napoleônicas, passou a apreender
navios e a utilizar suas tripulações nos navios de guerra ingleses. Como
existiam embarcações estadunidenses entre as apreendidas pelos ingleses, houve
um embate diplomático entre as duas nações, o que acabou desembocando em um
conflito entre a Inglaterra e a sua excolônia. Uma vez que os Estados Unidos
não estavam envolvidos em outros conflitos, estes venceram a guerra,
consolidando de uma vez por todas a Independência das Treze Colônias.
Fortalecidos ainda mais após a
Segunda Guerra de Independência, os estadunidenses lançaram, em 1823, a
Doutrina Monroe. O então presidente, James Monroe, fez um discurso alegando que
não aceitaria a interferência europeia na América e que qualquer tentativa de
recolonização seria considerada um ataque aos Estados Unidos.
É importante ressaltar que, ao
utilizarem a frase “A América para os americanos”, os estadunidenses defendiam
não só o interesse dos colonos americanos que buscavam sua soberania, mas
também os seus próprios interesses, no intuito de exercer um domínio hegemônico
sobre o continente americano.
A expansão territorial dos
Estados Unidos relaciona-se com sua expansão imperialista e com o Destino
Manifesto. Inicialmente, o país se restringia ao território das antigas Treze
Colônias, e, por isso, a conquista do oeste significaria a expansão de mercado
e a aquisição de novas terras para o cultivo de monoculturas de exportação ou
agricultura para o mercado interno.
Dando início ao projeto
expansionista, os estadunidenses, em 1803, compraram de Napoleão Bonaparte,
imperador da França, que estava em guerra contra a Inglaterra, o território de
Louisiana, por 15 milhões de dólares. Em 1819, foi a vez da compra da Flórida,
que pertencia à Espanha, favorecendo, assim, o acesso às Antilhas.
O número enorme de colonos no
México levou à Independência do Texas, em 1836. Em 1845, para impedir a
influência da Inglaterra e da França, os Estados Unidos, com a anuência da
própria população local, anexaram o Texas.
Em 1848, após uma guerra contra o
México, os estadunidenses deram um importante passo para a sua empreitada sobre
o Pacífico. Pelo Tratado de Guadalupe-Hidalgo, o México perdia 2 milhões de
quilômetros quadrados, que abrigariam posteriormente regiões que possuíam
jazidas de ouro, como os estados da Califórnia, do Novo México, do Arizona, de
Utah e de Nevada.
Vale ressaltar ainda que, em
1867, os Estados Unidos compraram o Alasca da Rússia, ampliando, assim, a sua
produção de petróleo, uma vez que o estado é um grande produtor petrolífero.
A partir da segunda metade do
século XIX, ou seja, concomitantemente ao processo de expansão territorial,
vários homens partiram para o oeste, porção pouco habitada e vista como uma
terra sem leis. As regiões mais procuradas eram a Califórnia, o Colorado e
Nevada, que, juntas, tinham uma população que não ultrapassava 400 000 pessoas.
Além de apresentar a
possibilidade de extração aurífera – o que proporcionou a corrida do ouro e,
logo, a obtenção de uma renda per capita elevada –, essa região favorecia a
caça de animais, como o castor e o bisão, o cultivo da cana-de-açúcar e de
algodão, a pecuária e o comércio.
Apesar de ter sido importante
para o desenvolvimento dos Estados Unidos, a Marcha para o Oeste provocou a
morte de milhares de indígenas que habitavam a região. O choque com os nativos
foi inevitável, pois a incorporação dos indígenas à nova cultura americana não
estava prevista na doutrina do Destino Manifesto, que pregava a superioridade
dos estadunidenses diante das demais etnias. Assim, além de não respeitarem os
legítimos donos das terras a oeste, os estadunidenses se limitaram a demarcar
pequenas porções de terras para as poucas tribos que conseguiram sobreviver à
Marcha para o Oeste.
Devemos ressaltar, ainda, que,
mesmo após a grande expansão territorial garantida pelos Estados Unidos durante
o século XIX, estes continuaram expandindo suas fronteiras, exercendo um forte
imperialismo, principalmente na América do Norte e na América Central.
Apesar de o México ter sido o
país mais prejudicado territorialmente, devido à sua proximidade com os Estados
Unidos, outras nações, como Cuba e Porto Rico, sofreram intervenções militares
por parte dos estadunidenses, que, principalmente no final do século XIX,
adotaram essa tática militar para viabilizar seus interesses econômicos. Essa
política de intervenção, que afetou toda a América e favoreceu o imperialismo
estadunidense, ficou conhecida como Big Stick.
Comentários
Postar um comentário