IGREJA CALVINISTA
O calvinismo é uma religião cristã fundada por João
Calvino, em 1536, no contexto da Reforma Protestante, quando surgiram outras
religiões que pregavam o cristianismo fora dos ensinamentos da Igreja Católica.
Os calvinistas defendem a predestinação, ou seja, a crença de que a salvação já
está determinada por Deus, e valorizam o lucro oriundo do trabalho, isso fez
com que a burguesia abraçasse a nova fé.
Em 1517, Martinho Lutero, monge agostiniano, afixou na
porta da Catedral de Wittenberg, na Alemanha, 95 teses que questionavam as
atitudes do clero católico. Não se imaginava que aquele gesto pudesse provocar
uma ruptura no cristianismo, abrindo caminho para a Reforma Protestante e o
surgimento de outras religiões cristãs fora da órbita católica. Lutero foi excomungado
e iniciou o luteranismo, uma nova religião cristã no Ocidente. Outros líderes
ou antigos religiosos católicos seguiram o mesmo caminho, rompendo com o
catolicismo e dando origem a novas religiões cristãs.
Ao longo do século XVI, ocorreu na Europa a formação dos
Estados nacionais. Os reis absolutistas centralizaram poderes em suas mãos e
abraçaram as novas religiões cristãs. Esses monarcas questionaram o poder do
Papa, muito influenciado pelas religiões protestantes, e proibiram qualquer
influência do clero católico em suas ações.
Ao mesmo tempo, a burguesia se consolidava como classe social dominante e apoiou o surgimento dessas novas religiões cujas doutrinas seguiam caminho oposto ao do catolicismo. Se, para a Igreja Católica, a cobrança de usura, ou seja, de juros, era pecado, as religiões protestantes apoiavam o trabalho e o lucro. Max Weber, em sua obra A ética protestante e o espírito do capitalismo, aborda essa relação entre a religião protestante e a ascensão do capitalismo na Europa desse período.
Além de Martinho Lutero, outro líder também se destacou ao fundar uma nova religião cristã. O francês João Calvino, nascido em 1509, desde cedo se interessava pela religião e os estudos teológicos. Entre 1533 e 1534, converteu-se ao protestantismo e teve que fugir de sua terra natal por causa da perseguição contra os fiéis que aderiram às novas religiões protestantes. Calvino se refugiu na Suíça, nação europeia onde a liberdade religiosa e a de pensamento predominavam. Dessa forma, ele tinha condições de fundamentar seus estudos sobre a nova fé cristã emergente.
A primeira ideia defendida por João Calvino foi a
predestinação. Essa ideia se baseava na crença de que Deus determinara quem
seria salvo e quem seria condenado. Para ele, a morte de Jesus Cristo na cruz
não teria sido para toda a humanidade, mas apenas para os escolhidos por Deus.
Como o fiel saberia se foi salvo ou não? A resposta estaria em sua vida
prática, procurando viver os bons costumes, aproximando-se de Deus e buscando
indícios de sua salvação.
O calvinismo não admite a possibilidade de intermédio entre Deus e seu fiel. Ao contrário do catolicismo e do luteranismo, o calvinista não acredita que exista santos ou qualquer outro caminho que leve o cristão até Deus. O indivíduo por si só teria condições de se relacionar com Deus. Para isso, ele deveria viver uma vida correta, baseada nos bons costumes. Essa defesa de uma “vida pura” fez com que os calvinistas fossem chamados de puritanos.
Na questão econômica, o calvinismo aborda o trabalho e o lucro como algo benéfico para o homem e que não atrapalharia a sua crença em Deus. Dessa forma, se um fiel possuísse um talento dado por Deus logo após o seu nascimento, ele deveria trabalhar esse talento como um dom divino e ser merecedor dos frutos desse seu trabalho, como o acúmulo de capital.
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