Reforma Anglicana
Ficou conhecida pelo nome de
reforma anglicana a decisão do rei inglês rei Henrique VIII, de mudar a
religião oficial do país, tornando oficial uma igreja criada especialmente para
tal propósito, com ritos similares ao do catolicismo, mas que teria como chefe
supremo o monarca inglês no lugar do papa.
Tal mudança foi promulgada em
1534, e deriva da recusa do papa em aceitar o divórcio de Henrique e sua
primeira esposa, a rainha espanhola Catarina de Aragão. O resultado é o
rompimento do rei inglês com a igreja católica. O rompimento trazia a vantagem
de acabar com a influência da igreja na política da Inglaterra e deixava a
nobreza local livre para apossar-se das terras e dos bens da igreja. Esses
fatores serviriam para fortalecer o poder da monarquia inglesa.
Logo após é instituído o
anglicanismo, onde o rei é reconhecido como chefe supremo da igreja da
Inglaterra. Mediante juramento, os ingleses deviam submeter-se ao rei e não ao
papa, para evitarem perseguições da justiça ou serem mesmo excomungados. A
resistência a tais mudanças foi mínima, com destaque para Tomas More, o autor
do livro Utopia, que recusou a conversão e foi executado.
Os sucessores de Henrique VIII
teriam, porém, que lidar com uma série de lutas religiosas internas. No governo
de Eduardo VI (1547-1553), tentou-se implantar o calvinismo no país. Depois,
com Maria Tudor (1553-1558), filha de Catarina de Aragão, ocorre a reação
católica. O casamento da rainha com o católico Felipe II da Espanha faz da reforma
religiosa uma questão nacional. Em 1559 a rainha Elizabeth I renova a soberania
da coroa sobre a igreja e ratifica a liturgia anglicana, com a mistura de
elementos do catolicismo e da doutrina calvinista reformada.
A Igreja da Inglaterra deixou de
ser católica romana para ser católica reformada. Contribuiu decisivamente para
que a reforma de Henrique sobrevivesse o Arcebispo de Cantuária, Thomas
Cranmer, mentor teológico da reforma e elaborador do Livro de Oração Comum, que
contém a Liturgia básica utilizada na Igreja Anglicana e que no reinado de
Elizabeth se torna o líder máximo dos anglicanos.
Ainda hoje, a igreja anglicana continua como a corrente religiosa predominante no Reino Unido, tendo uma posição de destaque dentro da constituição do país. Com a expansão marítima do país, a denominação se espalha pelo mundo todo, havendo seguidores da igreja anglicana em boa parte dos antigos territórios que faziam parte do império britânico. O cristianismo de denominação católica segue como segunda religião mais importante.
https://www.infoescola.com/historia/reforma-anglicana/
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