PROTESTANTISMO
Entre as principais causas do
protestantismo iniciado com a Reforma Protestante no século 16, estavam: a
crítica à autoridade institucional da Igreja; a valorização da interpretação da
mensagem divina nas Escrituras pelo indivíduo, ou seja, o livre exame da
Bíblia, sem intermediação da Igreja e dos sacerdotes; e a ênfase na fé como
experiência individual.
Quando o movimento protestante se
iniciou, na Europa central do século 16, foi uma tentativa de renovação da
Igreja cristã, depois chamada de Reforma Protestante.
Já desde os séculos 14 e 15
alguns movimentos haviam se insurgido contra os ensinos e práticas da Igreja
medieval, com seus líderes, chamados de pré-reformadores, como Wycliff
(1325-1384), João Huss (~1372-1415) e Jerônimo Savonarola (1452-1498),
combatendo as irregularidades e imoralidades do clero católico.
A Reforma propriamente dita se
iniciou na Alemanha, com Martinho Lutero (1483-1546), professor na Universidade
de Wittenberg, quando ele afixou, em 31 de outubro de 1517, 95 Teses ou
convites para o debate na comunidade acadêmica, desafiando a autoridade da
Igreja – esse foi o marco inicial da Reforma que já completou 500 anos em 2017.
O movimento reformador se espalhou rapidamente por todo a Europa. Em 1529,
líderes alemães “protestaram” apoio formal à causa de Lutero e originaram o
histórico nome de “protestantes”. Protestaram a favor, o que é diferente de
protestos contrários a alguma causa. Sentido positivo esse de protestantes e do
movimento que se iniciou como o “protestantismo”!
Porém, as guerras
político-religiosas entre católicos e protestantes duraram de 1546 a 1555, até
ser reconhecida a legalidade do luteranismo como religião oficial, na Dieta de
Worms. O protestantismo se espalhou pela Suécia, Dinamarca, Noruega e Islândia,
com convicções e práticas protestantes: Sola Scriptura (somente as Escrituras),
solus Christo (salvação somente em Cristo), sola gratia (salvação somente pela
graça divina), sola fides (salvação somente pela fé), soli Deo glóriam (glória
dada somente a Deus), além do sacerdócio universal dos cristãos.
Outros reformadores marcaram
época, como Zwínglio (1484-1531), reformador da Suíça que deu origem às Igrejas
Reformadas na Suíça alemã e no sul da Alemanha. Os reformadores radicais ou
Anabatistas continuaram o movimento reformado, também na Suíça, defendendo a
separação entre Estado e Igreja. João Calvino (1509-1564) fez de Genebra um
centro do protestantismo e preparou líderes para toda a Europa, criando um
sistema teológico das Igrejas Reformadas da Europa continental e as
Presbiterianas da Grã-Bretanha, chegando à Inglaterra por meio de discípulos
treinados em Genebra. Os ingleses sintetizaram doutrinas luteranas e
calvinistas, com traços da liturgia católica e tornaram oficial e protestante a
Igreja Anglicana.
John Knox, discípulo de Calvino
introduziu na Escócia o conceito político-religioso de “presbiterianismo”, o
governo de igrejas governadas por presbíteros (líderes) eleitos pela
comunidade. Na França, o movimento surgiu a partir de 1530, com os reformadores
chamados calvinistas chamados huguenotes, com intenso e longo período de
guerras religiosas (1562-1598). Nos Países Baixos, liderados por Guilherme de
Orange, a Igreja Reformada Holandesa foi organizada na década de 1570.
A história do protestantismo tem
intensas conexões entre religião e política, marcada violência e intolerância.
O protestantismo não desejava, inicialmente, inovar, o que desejava era
restaurar os antigos princípios cristãos que tinham sido deturpados, esquecidos
e substituídos por tradições e muita ignorância, com igrejas desviadas de seus
propósitos por ganância, poder e corrupção, imoralidades e ilegalidades. O
protestantismo foi um retorno às origens, como foi todo a Renascença Cultural
que o inspirou, a tentativa de retomada das Escrituras e das características
iniciais do cristianismo.
https://www.infoescola.com/cristianismo/protestantismo/
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