HISTÓRIA DA FÍSICA
A Física é a ciência das
propriedades da matéria e das forças naturais. Suas formulações são em geral
compactantes expressas em linguagem matemática.
A Física se desenvolve em função
da necessidade do homem de conhecer o mundo natural e controlar e reproduzir as
forças da natureza em seu benefício.
É na Grécia Antiga que são feitos
os primeiros estudos "científicos" sobre os fenômenos da natureza.
Surgem os "filósofos naturais" interessados em racionalizar o mundo
sem recorrer à intervenção divina.
A primeira teoria atômica começa
na Grécia, no século V a.C. Leucipo, de Mileto, e seu aluno Demócrito, de
Abdera (460 a.C. - 370 a.C.) , formulam as primeiras hipóteses sobre os
componentes essenciais da matéria. Segundo eles, o Universo é formado de átomos
e vácuo. Os átomos são infinitos e não podem ser cortados ou divididos. São
sólidos mas de tamanho tão reduzido que não podem ser vistos. Estão sempre se
movimentando no vácuo.
É com Aristóteles que a Física e
as demais ciências ganham o maior impulso na Antigüidade . Suas principais
contribuições para a Física são as idéias sobre o movimento, queda de corpos
pesados (chamados "graves", daí a origem da palavra
"gravidade" ) e o geocentrismo . A lógica aristotélica irá dominar os
estudos da Física até o final da Idade Média.
Geocentrismo - Aristóteles descreve o cosmo como um enorme ( porém finito) círculo onde existem nove esferas concêntricas girando em torno da Terra, que se mantêm imóvel no centro delas. Gravidade - Aristóteles considera que os corpos caem para chegar ao seu lugar natural. Na antiguidade, consideram-se elementos primários a terra, a água, ar e fogo. Quanto mais pesado um corpo (mais terra) mais rápido cai no chão. A água se espalha pelo chão porque seu lugar natural é a superfície da Terra. O lugar natural do ar é uma espécie de capa em torno da Terra. O fogo fica em uma esfera acima de nossas cabeças e por isso as chamas queimam para cima.
Primórdios da Hidrostática
A hidrostática, estudo do equilíbrio dos
líquidos, é inaugurada por Arquimedes. Diz a lenda que Hierão, rei de Siracusa,
desafia Arquimedes a encontrar uma maneira de verificar sem danificar o objeto,
se era de ouro maciço uma coroa que havia encomendado. Arquimedes soluciona o
problema durante o banho. Percebe que a quantidade de água deslocada quando
entra na banheira é igual ao volume de seu corpo. Ao descobrir esta relação sai
gritando pelas ruas "Eureka, eureka !" ( Achei, achei !) . No
palácio, mede então a quantidade de água que transborda de um recipiente cheio
quando nele mergulha sucessivamente o volume de um peso de ouro igual ao da
coroa, o volume de um peso de prata igual ao da coroa e a própria coroa. Este,
sendo intermediário aos outros dois, permite determinar a proporção de prata
que fora misturada ao ouro.
Princípio de Arquimedes - A partir dessas
experiências Arquimedes formula o princípio que leva o seu nome: todo corpo
mergulhado em um fluído recebe um impulso de baixo para cima ( empuxo ) igual
ao peso do volume do fluído deslocado. Por isso os corpos mais densos do que a
água afundam e os mais leves flutuam. Um navio, por exemplo, recebe um empuxo
igual ao peso do volume de água que ele desloca. Se o empuxo é superior ao peso
do navio ele flutua.
Arquimedes - ( 287 a.C. - 212
a.C.) - nasce em Siracusa, na Sicília . Frequenta a Biblioteca de Alexandria e
lá começa seus estudos de matemática. Torna-se conhecido pelos estudos de
hidrostática e por suas invenções, como o parafuso sem ponta para elevar água.
também ganha fama ao salvar Siracusa do ataque dos romanos com engenhosos
artefatos bélicos. Constrói um espelho gigante que refletia os raios solares e
queimava a distância os navios inimigos. É também atribuído a Arquimedes o
princípio da alavanca . Com base neste princípio, foram construídas catapultas
que também ajudaram a resistir aos romanos. Depois de mais de três anos, a
cidade é invadida é Arquimedes e assassinado por um soldado romano.
Os chineses também iniciaram na
Antiguidade estudos relacionados à Física. Não se ocupam de teorias atômicas ou
estrutura da matéria. Procuram explicar o Universo como resultado do equilíbrio
das forças opostas Yin e Yang . Estas palavras significam o lado sombreado e
ensolarado de uma montanha e simbolizam forças opostas que se manifestam em
todos os fenômenos naturais e aspectos da vida. Quando Yin diminui, Yang
aumenta e vice-versa .
A noção de simetria dinâmica de
opostos inaugurada pela noção de Yin e Yang será retomada no inicio do século
XX com a teoria quântica.
REVOLUÇÃO COPERNICANA
Em 1510 Nicolau Copérnico rompe com mais de
dez séculos de domínio do geocentrismo. No livro Commentariolus diz pela
primeira vez que a Terra não é o centro do Universo e sim um entre outros
tantos planetas que giram em torno do Sol. Enfrenta a oposição da Igreja
Católica, que adotara o sistema aristotélico como dogma e faz da Física um
campo de estudo específico.
Para muitos historiadores, a revolução
copernicana se consolida apenas um século depois com as descobertas
telescópicas e a mecânica de Galileu Galilei (1564-1642) e as leis de
movimentos dos planetas dos planetas de Joannes Kepler ( 1571- 1630).
Heliocentrismo - "O centro
da Terra não é o centro do mundo ( Universo) e sim o Sol ". Este é o
princípio do heliocentrismo (que tem o Sol do grego hélio - como centro),
formulado por Nicolau Copérnico e marco da concepção moderna de Universo.
Segundo o heliocentrismo, todos os planetas, entre eles a Terra, giram em torno
do Sol descrevendo órbitas circulares.
Nicolau Copérnico - ( 1473 - 1543) nasce em Torum, na Polônia. Estuda matemática, os clássicos gregos, direito canônico ( em Bolonha, na Itália) e medicina (em Pádua, Itália) e só depois se dedica exclusivamente à área que realmente lhe interessava: a astronomia. Em 1513 constrói um observatório e começa a estudar o movimento dos corpos celestes. A partir dessas observações, escreve Das revoluções dos corpos celestes com os princípios do heliocentrismo. Copérnico revoluciona a idéia que o homem tinha de si mesmo (visto como imagem de Deus e por isso centro de tudo) e dá novo impulso a todas as ciências ao colocar a observação e a experiência acima da autoridade e dos dogmas.
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