AS CAUSAS DA GRANDE DEPRESSÃO

AS CAUSAS DA GRANDE DEPRESSÃO

Com o fim da Primeira Guerra Mundial, os países europeus encontravam-se devastados, com a economia enfraquecida e com forte retração de consumo, que abalou a economia mundial. Os Estados Unidos por sua vez, lucraram com a exportação de alimentos e produtos industrializados aos países aliados no período entreguerras. Como resultado disso, entre 1918 e 1928 a produção norte-americana cresceu de forma estupenda. A prosperidade econômica gerou o chamado "American way of life" (modo de vida americano). Havia emprego, os preços caíam, a agricultura produzia muito e o consumo era incentivado pela expansão do crédito e pelo parcelamento do pagamento de mercadorias. Porém, a economia europeia posteriormente se restabeleceu e passou a importar cada vez menos dos Estados Unidos. Com a retração do consumo na Europa, as indústrias norte-americanas não tinham mais para quem vender. Havia mais mercadorias que consumidores, ou seja, a oferta era maior que a demanda; consequentemente os preços caíram, a produção diminuiu e logo o desemprego aumentou. A queda dos lucros, a retração geral da produção industrial e a paralisação do comércio resultou na queda das ações da bolsa de valores e mais tarde na quebra da bolsa. Portanto, a crise de 1929 foi uma crise de superprodução.[15] Tanto Ford quanto Keynes alertaram ,antes da Crise de 1929, que "a aceleração dos ganhos de produtividade provocada pela revolução taylorista levaria a uma gigantesca crise de superprodução se não fosse encontrada uma contrapartida em uma revolução paralela do lado da demanda", que permitisse a redistribuição dos ganhos de produtividade causados pelo taylorismo, de forma que houvesse redistribuição dessa nova renda gerada, para dirigi-la ao consumo.

Durante décadas, essa foi a teoria mais aceita para a causa da Grande Depressão, porém, em contrapartida, economistas, historiadores e cientistas políticos têm criado diversas outras teorias para a causa, ou causas, da Grande Depressão, com surpreendente pouco consenso. A Grande Depressão permanece como um dos eventos mais estudados da história da economia mundial. Teorias primárias incluem a quebra da bolsa de valores de 1929, a decisão de Winston Churchill em fazer com que o Reino Unido passasse a usar novamente o padrão-ouro em 1925, que causou maciça deflação ao longo do Império Britânico, o colapso do comércio internacional, a aprovação do Ato da Tarifa Smoot-Hawley, que aumentou os impostos de cerca de 20 mil produtos no país, a política da Reserva Federal dos Estados Unidos da América, e outras influências.

Por outro lado, o economista Milton Friedman culpou a política monetária equivocada como a causa da Grande Depressão. Segundo Friedman, a autoridade monetária norte-americana permitiu que o suprimento de dinheiro diminuísse em um terço entre 1929 e 1933.O aperto da política monetária foi seguida pela queda dos preços e pela atividade econômica mais fraca: "Durante os dois meses desde o pico cíclico de agosto de 1929 até o colapso, a produção, os preços no atacado e a renda pessoal caíram a taxas anuais de 20%, 7,5% e 5%, respectivamente.".

Em direção oposta da Corrente dominante no mundo acadêmico, o economista Thomas Sowell analisou as estatísticas oficiais de desemprego nos Estados Unidos e culpou a interferência governamental na economia pela Grande Depressão. Segundo Sowell, a taxa de desemprego nos Estados Unidos somente alcançou dois dígitos em 1932, tendo se mantido estável durante três anos, entre 1929 e 1931. Para Sowell, apenas quando o presidente Herbert Hoover adotou uma política agressiva de aumento dos gastos públicos e do protecionismo visando a reeleição na eleição de 1932, que a Grande Depressão veio de fato a ocorrer. [19] Sowell alega que as estatísticas desmentem a narrativa dominante de que as políticas conhecidas como New Deal, aprovadas pelo presidente norte-americano Franklin Delano Roosevelt, terminaram com a Grande Depressão, alegando que o desemprego continuou crescendo durante todo os anos 30. Sowell conclui que o New Deal, na verdade, prolongou a Grande Depressão. Concordando com essa visão, Peter Ferrara, alega que a Grande Depressão só terminaria com a final da Segunda Guerra Mundial, que teria levado a uma acentuada redução de gastos, impostos e regulamentações governamentais.

 

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