MUNIQUE 1972

MUNIQUE, 1972

A Olimpíada de Munique imaginava ficar na história por seu gigantismo, mas acabou ficando marcada pela matança de 18 pessoas, entre atletas israelenses, terroristas palestinos e policiais. Pela primeira vez, o maior evento esportivo do mundo foi paralisado. Cogitou-se suspender os Jogos, mas o COI decidiu manter a programação original.

O mundo se comoveu na manhã do dia 5 de setembro, quando um grupo de terroristas palestinos da organização Setembro Negro invadiu a Vila Olímpica de Munique e ingressou nos dormitórios da delegação israelense. Duas pessoas foram assassinadas imediatamente e outras nove foram feitas reféns do grupo. Os terroristas pediram a libertação de 200 árabes prisioneiros em Israel e ameaçaram executar dois reféns a cada hora.

As competições tiveram que ser suspensas, enquanto seguiam as negociações entre os palestinos e as autoridades alemãs. A Vila Olímpica foi cercada por 4000 policiais. Com a chegada da noite, a polícia convenceu o comando a seguir para o Cairo (Egito). Dois helicópteros partiram com os oito palestinos e os nove reféns em direção ao aeroporto militar. Na chegada ao aeroporto, a polícia lançou um ataque que resultou em verdadeiro fracasso: morreram 18 pessoas, entre elas os nove reféns, cinco terroristas palestinos, um policial e o piloto de um dos helicópteros.

O incidente paralisou os Jogos por 34 horas. Holanda e a Noruega abandonaram a competição, mas depois desistiram da idéia. Até o presidente do Comitê Organizador dos Jogos, o alemão Willi Daume, chegou a pedir o cancelamento definitivo do evento, mas o COI decidiu continuar a Olimpíada. Em homenagem aos mortos, foi realizada uma cerimônia no estádio de Munique. A competição prosseguiu, mas sem o mesmo brilho.

Os Jogos de 1972, no coração da Baviera, marcaram o início do gigantismo nas Olimpíadas. A Vila Olímpica tinha capacidade para 16 mil pessoas. O estádio, com 75 mil m², era uma inovadora obra de arquitetura, com seu teto suspenso de lona transparente.

Bronzes raros para o Brasil

O país vai com quase o mesmo número de atletas da edição anterior, 89 contra 84 na Cidade do México. Participando outra vez de 13 modalidades, os brasileiros conquistam duas medalhas de bronze. No atletismo, e mais uma vez no salto triplo, o Brasil chegou ao pódio com Nélson Prudêncio. Prata na Cidade do México-1968, Prudêncio saltou 17,05 metros em Munique, contra os 17,35 metros do vencedor, o soviético Viktor Saneyev. A prata ficou com o alemão-oriental Joerg Drehmel, que saltou 17,31 metros.

No judô, o Brasil ganhou seu segundo bronze com Chiaki Ishii, na categoria meio-pesado. O atleta também disputou a categoria absoluto, terminando na sétima colocação. O japonês naturalizado brasileiro é pai de Vânia Ishii, medalha de ouro no Pan de Winnipeg-1999 e prata em Santo Domingo-2003, na categoria meio-médio. Na vela, conseguiu bons resultados com dois quartos lugares: Reinald Conrad e Burkhard Cordes (na classe Fying Dutchmann), e Jan Willen Aten, Joerg Bruder e Peter Wolfgang Metzner (na classe Star).

Na natação, o país terminou em quarto lugar no revezamento 4 x 100 metros livres e no revezamento 4 x 400 metros livres, com José Roberto Diniz Aranha, Paulo Becskehazy, Paulo Zanetti e Ruy Tadeu de Oliveira. Nos esportes coletivos, os brasileiros não foram bem. Além do futebol eliminado na primeira fase, no basquete e no vôlei, as equipes masculinas terminaram em sétimo e oitavo lugares, respectivamente.

https://olimpiadas.uol.com.br/2008/historia/1972/historia.jhtm

 

 

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