COPA DO MUNDO DE 1970


 COPA DO MUNDO DE 1970

Foi durante as Olimpíadas de Tóquio, em 1964, que a Fifa escolheu o México como sede da Copa de 1970, seguindo o rodízio entre continentes. A Argentina, outra candidata, teve que se contentar em ver o seu sonho adiado para 1978. Na votação, o resultado foi uma goleada - 56 a 32. O fato de a Cidade do México ser a sede dos Jogos de 1968 pesou favoravelmente - o país já teria estrutura suficiente para bancar uma Copa. A altitude quase atrapalhou o desejo mexicano.

Cinco cidades foram sede do Mundial: Cidade do México, Guadalajara, Puebla, León e Toluca. O estádio mais novo foi o de Cuauhtémoc, construído em 1968.

Setenta países inscreveram-se para o Mundial. Houve desistência por problemas políticos. A Coreia do Norte, por exemplo, recusou-se a enfrentar Israel.  Portugal, França, Hungria, Argentina e Espanha não conseguiram se classificar. O Marrocos tornou-se a primeira seleção africana a participar de uma Copa desde a Segunda Guerra Mundial.

Na Copa que fez ressurgir o futebol arte, distante no pragmatismo inglês em 1966, a Seleção chegou ao tricampeonato mundial mostrando ao mundo ser possível jogar bonito e vencer. Do meio-campo para a frente, só tinha craque: Clodoaldo, Gérson e Rivelino; Jairzinho, Tostão e Pelé. O time ainda tinha no banco Paulo Cezar Caju e Edu. Na defesa, um capitão com a técnica, classe e liderança de Carlos Alberto Torres. Fora a saúde de Brito, a sobriedade de Piazza, a eficiência de Everaldo e Félix... Foram seis vitórias em seis partidas. Seis shows, com gols espetaculares e jogadas eternizadas como o gol de Carlos Alberto no 4 a 1 sobre a Itália, na grande final. Mas o que dizer do 4 a 1 sobre a Tchecoslováquia, do 1 a 0 sobre a Inglaterra, do 3 a 2 sobre a Romênia, do 4 a 2 no Peru e do 3 a 1 no Uruguai, na semifinal? O Brasil comandado pelo técnico Zagallo mereceu e muito o titulo e a posse definitiva da Taça Jules Rimet.

Um dos melhores atacanfes de todos os tempos, o alemão Gerd Muller deixou sua melhor marca no México. O "Bombardeiro", como era conhecido, marcou 10 gols e fez uma dupla inesquecível com outro craque, Overath. Atacante habilidoso, forte, oportunista, tinha faro de gol. Preciso nos chutes e nas cabeçadas, era dífícil de ser marcado.

A terceira Copa conquistada, feito até hoje único de um jogador. Aos 29 anos, o Mundial do México foi de Pelé. O Rei do Futebol protagonizou alguns dos lances mais lindos da história do futebol. Seja nos quatro gols marcados - destaque para o de cabeça, na final contra a Itália -, seja pelos que não marcou: o chute do meio de campo contra a Tchecoslováquia, o drible de corpo no goleiro uruguaio Mazurkiewicz, a cabeçada que o goleiro inglês Gordon Banks salvou, numa das mais difíceis defesas de todos os tempos. Foram jogadas de cinema, na despedida em Mundiais do maior artista da bola.

Campeões do mundo,.os ingleses caíram no grupo do Brasil na primeira fase, coisa que evitaram quando foram os anfitriões na Copa. O jogo foi considerado o mais difícil para a seleção brasileira, que venceu suado, por 1 a 0.  O English Team, em segundo lugar no grupo, pegou a Alemanha nas quartas e foi eliminado por 3 a 2. Fora isso, ganhou o troféu antipatia desde o começo, quando afirmou que levaria água do próprio país para os jogadores beberem, com medo de a água mexicana contaminar.

As duas semifinais da Copa foram emocionantes. Brasil x Uruguai teve sobre si o fantasma de 1950. Mas Alemanha x Itália ganhou no quesito drama  No tempo normal, a Azzurra vencia por 1 a 0, gol de Boninsegna, até os 44 do segundo tempo, quando Schnellinger empatou. Na prorrogação, mais surpresas. Gerd Müller virou para a Alemanha, Burgnich empatou para a Itália, e Riva fez 3 a 2 ainda no primeiro tempo. Na segunda etapa, Gerd Müller voltou a empatar. Mas, a dois minutos do fim, Rivera fez 4 a 3 e pôs a Azzurra na final. A batalha campal de 120 minutos teve cenas antológicas, como a de Beckenbauer jogando com a clavícula deslocada e o braço enfaixado no peito. Há quem diga que essa partida deixou os italianos exaustos para a final.

Brasil e Itália entraram em campo no lotado estádio Azteca na briga pelo tricampeonato mundial e, consequentemente, a posse em definitivo da Taça Jules Rimet. Em cabeçada sensacional, Pelé abriu o placar, mas Boninsegna empatou, ainda no primeiro tempo. Na segunda etapa, Gérson, em jogada individual, fez 2 a 1. Jairzinho, o Furacão, marcou o terceiro, e Carlos Alberto, em bola rolada pelo Rei do Futebol, completou o placar e a festa brasileira.

http://globoesporte.globo.com/futebol/copa-do-mundo/historia/copa-do-mundo-1970-mexico.html

 

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