AS POLITICAS DO ESTADO NOVO
O governo de Vargas continuou,
durante o Estado Novo, a exercer uma considerável influência sobre o núcleo do
movimento operário brasileiro através do controle dos sindicatos. Além da lei
de 1940 que regulava a aplicação do salário mínimo, o governo lançou a
Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT), em 1943, que incorporava as
conquistas do operariado durante toda a Era Vargas. As concessões trabalhistas
também foram fundamentais para a criação da imagem de um líder preocupado com
as questões sociais. Deve-se ressaltar que Vargas utilizou todos os meios à sua
disposição para aparentar que as conquistas do operariado eram concessões suas.
No âmbito econômico, o governo
buscou desenvolver uma política industrial nacionalista. A tentativa de romper
com a excessiva dependência brasileira dos produtos importados fez com que
Getúlio realizasse uma reformulação do frágil parque industrial brasileiro,
investindo nas chamadas indústrias de base. Exemplifica esse esforço a criação
de grandes empresas estratégicas como a Companhia Siderúrgica de Volta Redonda
(1941), a Companhia Vale do Rio Doce (1942), a Fábrica Nacional de Motores
(1943) e a Companhia Nacional de Álcalis (1943).
O estímulo da Segunda Guerra
Mundial, por meio da indústria de substituição e do fluxo de capital
proveniente das exportações, foi fundamental para o sucesso do projeto
varguista. Pode-se afirmar que o modelo varguista, dotado de um caráter
economicamente interventor, representou uma resposta à crise do liberalismo
econômico dos anos 1930 e 1940.
O principal episódio externo
ocorrido durante o Estado Novo foi a Segunda Guerra Mundial. A postura inicial
do Governo brasileiro foi a da neutralidade no processo de polarização mundial
entre os Aliados, liderados pelos EUA, e as forças do Eixo, chefiadas pela
Alemanha de Hitler. Vargas visava à redução das pressões internas, já que seu
governo contava com setores americanófilos e germanófilos, e externas, oriundas
de uma opção de guerra, ao mesmo tempo que tentava evitar o confronto com
alguma potência que poderia assumir o papel de aliada a médio e curto prazo.
Com o passar dos meses, os rumos
da Guerra e a pressão norteamericana levaram o presidente a apoiar, de maneira
velada, os Aliados, mesmo que, ideologicamente, se encontrasse mais próximo do
Eixo. O apoio foi compensado pelo financiamento dos EUA na construção da Usina
de Volta Redonda, essencial para o projeto de desenvolvimento industrial do
país. A vantagem obtida pelos beligerantes foi o direito de usufruto de uma
base militar na cidade de Natal, estratégica para o controle da navegação no
Oceano Atlântico e para o controle da Guerra na África. O Brasil também
colaborou com a venda de recursos minerais e de borracha, fundamentais para abastecer
a indústria dos países em guerra.
A reação alemã veio em 1942, com
vários ataques a navios brasileiros na costa do país. O Governo Vargas não
resistiu às pressões externa e interna e decretou guerra ao Eixo, enviando
tropas para o confronto em 1944, engrossando as forças aliadas com um
contingente de 25 mil soldados da FEB – Força Expedicionária Brasileira. Após
alguns meses, o Exército brasileiro voltaria para casa em clima de vitória.
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