A CONQUISTA DE RIO PARDO
Com a dificuldade em quebrar a
resistência de Porto Alegre, os farroupilhas resolveram voltar-se contra Rio
Pardo, onde estava concentrada uma divisão do exército imperial, com dois
batalhões de infantaria e dois corpos de cavalaria, comandada pelo marechal
Sebastião Barreto Pereira Pinto. Os brigadeiros Francisco Xavier da Cunha
comandando a infantaria e Bonifácio Calderón a cavalaria, num total de 1 200
combatentes. A cidade era, junto com Porto Alegre e Rio Grande, uma das mais
importantes do estado, contando com quase o dobro de habitantes da capital.
A concentração de tropas
imperiais chamou a atenção dos farroupilhas, conscientes das possíveis
consequências desta tropa quando se movimentasse. Bento Manuel Ribeiro, ao lado
de Antônio de Sousa Neto, em 30 de abril de 1838, comandando 2 500 homens, 800
deles de cavalaria, surpreenderam a cidade, na batalha do Barro Vermelho, na
entrada da cidade,derrotando os imperiais, conquistando Rio Pardo, a ex-tranqueira
invicta, matando 71 homens e fazendo mais de 130 prisioneiros.
Este fato foi importante por
vários aspectos, dando novo impulso à rebelião. Rio Pardo formava, com Rio
Grande e Porto Alegre, a fronteira de domínio imperial, um ponto de apoio para
a conquista do interior, tinha fama de inexpugnável e a vitória farrapa foi
incontestável. Além disso, Rio Pardo tinha quase o dobro de habitantes de Porto
Alegre.
A conquista de Rio Pardo foi
importante também porque lá se encontrava, na ocasião, a Banda Imperial, sob o
comando do maestro mineiro Joaquim José Mendanha, que viria a compor, sob a
encomenda de Bento Gonçalves, o Hino Nacional da República Rio-Grandense. Com a
letra do republicano Serafim Joaquim de Alencastre, o hino foi executado e cantado
pela primeira vez na cerimônia de comemoração do primeiro aniversário da Tomada
de Rio Pardo. Hoje a música do hino é a mesma, mas foi composta outra letra,
por Francisco Pinto da Fontoura, o Chiquinho da Vovó, para se adequar aos novos
tempos.
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