XINTOÍSMO

XINTOÍSMO

O xintoísmo é a religião nacional do Japão, com mais de 120 milhões de adeptos em todo país.

Shinto é uma palavra de origem chinesa (Shin+Tao) e significa “Caminho dos Deuses”.

 

O xintoísmo é uma prática religiosa milenar que possui raízes nas tradições pré-históricas japonesas e no sistema tribal baseado em clãs de período joomon (8 mil a.C.), Dele, herdou espiritualidade, bem como os relatos mitológicos da criação dos deuses e do mundo.

Nesta crença de caráter animista e politeísta, todas as coisas que compõem o Universo são divinas e estão intimamente interligadas.

Por esse motivo, prega-se a harmonia com a natureza e a purificação de corpo e da alma. Considera o ser humano puro em seu estado natural, todavia, maculado pelas influências maléficas dos espíritos que habitam o mundo inferior.

Em termos históricos, apesar de suas raízes anciãs, o xintoísmo foi instituído somente a partir do século VI. Nesse momento, ele teve contato com outras religiões e doutrinas religiosas como o Budismo e o Confucionismo.

No século VIII surgem os primeiros textos xintoístas, como o Kojiki e o Nihon Shoki.

Com isso, o xintoísmo se afasta pouco a pouco das influências estrangeiras. Ele se torna a religião oficial do Estado durante a Era Meiji (1868-1902).

Isso, até 1946, quando o Japão é derrotado na Segunda Guerra Mundial e o imperador japonês é forçado a renunciar ao seu status divino.

Basicamente, o xintoísmo se caracteriza pelo culto à natureza e aos espíritos ancestrais. Eles são reverenciados por meio de oferendas e orações realizadas em altares por todo Japão.

A adoração tem por finalidade realizar pedidos de ajuda, promessas de atos no futuro ou a simples louvação para agradecimentos. Já as oferendas, geralmente são feitas em gêneros como arroz, sal e saquê.

As entidades louvadas são chamadas Kamis, espíritos de consciência e poderes limitados, mas capazes de grandes intervenções no mundo cotidiano. Eles são responsáveis pela proteção dos locais em que são patronos.

Eles são representados sob diversas formas, como árvores, vales, rios, montanhas, fenômenos atmosféricos (chuva, raios, etc), ou até mesmo por homens importantes, especialmente os grandes sábios e guerreiros.

Devido à importância da pureza na religião xintoísta, são muito valorizados os aspectos de higiene e da saúde.

A purificação é uma prática comum, realizada por meio de banhos rituais, pelo jejum antes das cerimônias e, muitas vezes, pela prática do exorcismo.

Apesar de não possuírem um código moral definidos em termos dogmáticos, os xintoístas possuem um conjunto de escrituras sagradas que apresentam a mitologias da tradição xintoísta.

Elas contém descrições dos rituais religiosos e servem de parâmetro entre os adeptos, que não necessitam serem crentes praticantes. Basta apenas seguirem o ideal de justiça e caráter, baseados numa vida de pureza e sem pecados voluntários.

Esta flexibilidade se estende ao clericato, o qual possui uma autoridade teológica principal, o kannushi ou mestre do kami.

Ele pode ser homem ou mulher e deve servir aos kami na execução dos rituais apropriados a cada santuário. Eles aprendem após vários anos de estudo em institutos específicos.

Os templos xintoístas, que podem ter alcance local, regional ou nacional, geralmente estão cercados pela natureza e possuem diversos portais sem portas (tori). Além disso, possuem pontes que atravessam cursos d’água e lagos.

Sua estrutura normalmente é composta por uma sala destinada a orações, uma destinada às oferendas e outra ante-sala reservada, onde se depositam os objetos sagrados que simbolizam o kami.

 

 

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