INVENCÍVEL ARMADA

Invencível Armada

A Invencível Armada é um termo utilizado para designar a frota marítima-militar espanhola que foi organizada para atacar a Inglaterra e destituir sua governante, a rainha Elizabeth I (1533-1603), da Casa Tudor, a mando do rei Felipe II (1527-98), da Casa Habsburgo.

As origens deste projeto podem ser traçadas até o início do reinado da filha de Henrique VIII com Ana Bolena, em 1559, quando a recém-coroada Elizabeth rejeitaria o pedido do casamento de Felipe II, então viúvo de sua meia-irmã mais velha, Maria I (1516-58). Depois disso, a relação entre os monarcas seria de cordial animosidade por cerca de duas décadas. A cada ano que se passava, porém, o desenvolvimento agressivo do comércio inglês e a atividade de seus corsários contra as possessões ultramarinas de Espanha e Portugal – além da consolidação da ascendência religiosa protestante – tornavam Felipe II cada vez mais politicamente hostil em relação ao governo elisabetano.

A eleição de Sisto V (1521-90) como papa, em 1585, foi quando primeiro ocorreram conversas a respeito de uma conquista católica da Inglaterra. A ideia foi consolidada após o saque da Galícia por corsários ingleses no mesmo ano. Em 1586, como parte dos preparativos para a invasão, Felipe II vetou todo comércio entre Inglaterra e a Península Ibérica, além de estimular conspirações para assassinar Elizabeth I e substituí-la pela sua prima católica presa há quase vinte anos – Maria Stuart, rainha destronada da Escócia. Contudo, uma dessas conspirações seria descoberta. Acusada de conveniência com o plano regicida, Maria Stuart foi julgada e decapitada em fevereiro de 1587.

Sabendo da participação de Felipe II na conspiração, Elizabeth I ordenou mais ataques corsários contra os territórios espanhóis. Isso não impediria que a Armada organizada ao longo dos últimos anos com as forças combinadas do Império Habsburgo pudesse se reunir, partindo finalmente para atacar o reino inglês em 21 de julho. Eram, no total, 130 navios carregando cerca de 30.000 soldados. As forças inglesas, por outro lado, somavam apenas cerca de 200 navios e 16.000 mil soldados.

No dia 30, a Armada já estava na costa inglesa. Navios espiões, contudo, já haviam detectado a aproximação, causando os primeiros confrontos entre ingleses e espanhóis logo no dia seguinte. Nos próximos dias, ventos empurraram os navios espanhóis contra os adversários, causando confrontos tão violentos que foi necessário que as forças de Felipe II ancorassem em Calais para se reorganizar. Em cinco de agosto, os ingleses lançaram um ataque surpresa envolvendo navios incendiários.

O pânico subsequente acabaria fazendo com que os navios espanhóis se desorganizassem e perdessem a coesão para defender-se, deixando-os assim mais suscetíveis. Até o dia oito de agosto, grande parte da frota seria destruída. Em frangalhos, o comandante das forças espanholas – o duque de Medina Sidônia – ordenou o recuo. Enfrentando temporais e mais ataques ingleses durante o percurso da volta, os sobreviventes chegaram à Península Ibérica apenas no início de setembro. A Invencível Armada, ironicamente, fora derrotada. Estima-se que cerca de 15.000 homens morreram e pelo menos um terço dos navios foi destruído.

O evento marcou um golpe brutal, embora temporário, no prestígio de Espanha no cenário europeu, assim como a melhora das perspectivas políticas-econômicas da Inglaterra. A perda de boa parte das forças marítimas portuguesas, assim como a morte de centenas de soldados, representou o mais difícil momento para a nova União Ibérica.

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