A LITERATURA PORTUGUESA
CONTEMPORÂNEA
A princípios do século XX surgiu
o grupo da "Renascença Portuguesa", em torno da revista A Águia, e ao
redor do qual se integrava o movimento conhecido como Saudosismo, nostálgico e
subjetivo, e cujo máximo representante era o poeta Teixeira de Pascoaes. No
entanto, o grande poeta de começos do século é Fernando Pessoa, quem não
atingiu um grande sucesso em vida, mas que depois de sua morte tem passado a
ser considerado a par de Camões como o melhor poeta português de todos os
tempos. Sua obra poética baseia-se na invenção de diferentes vozes poéticas ou
heterónimos (Álvaro de Campos, Alberto Caeiro, Ricardo Reis ou Bernardo Soares,
entre outros), a cada um deles com uma personalidade e um estilo poético
próprios. Outro poeta desta época, que compartilhou páginas com Pessoa na
revista modernista Orpheu foi Mário de Sá-Carneiro, poeta que se suicidou em
Paris em 1916. Também José Régio sobressaiu como poeta e dramaturgo.
Em meados do século, surgem duas
tendências opostas na literatura portuguesa: um deles em torno da revista
Presença, mais próxima ao Modernismo, ainda Idealista, e o outro e em oposição
a esse, constituiu-se como Neo-Realismo, de feição Materialista, politicamente
"engagé" em confronto com o regime salazarista, em torno da colecção
Novo Cancioneiro, com figuras como Álvaro Feijó, João José Cochofel, Carlos de
Oliveira ou Manuel da Fonseca. Também nesta época existia o grupo surrealista
de Lisboa, cujas figuras principais eram António Pedro, Mário Cesariny de
Vasconcelos e Alexandre O'Neill.
No caso do teatro, e também em
meados do século XX cabe destacar as figuras de Júlio Dantas, Raul Brandão e
José Régio. O contexto político da ditadura fomentou posteriormente uma nova
literatura "de intervenção", que se popularizou graças a nomes como
Bernardo Santareno, Luís Francisco Rebelo, José Cardoso Pires ou Luís de Sttau
Monteiro.
A princípios dos anos 1970, em
plena ditadura, publicaram-se uma série de obras em prosa e em verso de Maria
Isabel Barreno, Maria Teresa Horta e Maria Velho da Costa que publicaram uma
grande polémica, devido ao seu conteúdo erótico e feminista; sua publicação foi
proibida, e só puderam reimprimir-se depois da queda da ditadura. Outra poetisa
destacada desta mesma época foi Sophia de Mello Breyner Andresen, autora de uma
ampla obra poética.
Nos últimos anos do século XX, e
a começos do XXI, a literatura portuguesa em prosa tem demonstrado uma grande
vitalidade, graças a escritores como António Lobo Antunes e sobretudo o Prémio
Nobel de Literatura José Saramago, autor de novelas como Ensaio sobre a cegueira,
O Evangelho segundo Jesus Cristo ou A caverna.
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