A LITERATURA NO BRASIL: PERÍODO COLONIAL

A LITERATURA NO BRASIL: PERÍODO COLONIAL

O primeiro documento existente que possa ser considerado literatura brasileira é a Carta de Pero Vaz de Caminha, escrita por Pero Vaz de Caminha a Manuel I de Portugal e que continha uma descrição de como o território brasileiro parecia em 1500. Revistas de viajantes e tratados descritivos sobre a "América Portuguesa" dominaram a produção literária nos dois primeiros séculos do Brasil, incluindo contos conhecidos de Jean de Léry e de Hans Staden — cuja história de seus encontros com povos tupis nas costas de Pernambuco e São Paulo foi extraordinariamente influente para as concepções europeias do chamado "Novo Mundo".

O primeiro poema da literatura do Brasil é Prosopopeia, de Bento Teixeira, publicado em 1601 e que conta em estilo épico, inspirado em Camões, as façanhas da família Albuquerque, tendo sido dedicado ao então governador de Pernambuco, Jorge de Albuquerque Coelho. Décadas depois de Prosopopeia, no ano de 1648, é publicado o livro Historia Naturalis Brasiliae, primeiro tratado de história natural do Brasil, de autoria do médico e naturalista holandês Guilherme Piso, que o concebeu através da observação do jardim zoobotânico do Palácio de Friburgo, residência de Maurício de Nassau durante o domínio holandês em Pernambuco. Alguns exemplos literários a partir deste período são o poema épico de Basílio da Gama comemorando a conquista das Missões pelos portugueses e a obra de Gregório de Matos, um advogado do século XVII de Salvador que produziu uma quantidade considerável de poesia satírica, religiosa e secular. A obra de Matos tem fortes influências barrocas, como os poetas espanhóis Luis de Góngora e Francisco de Quevedo.

O neoclassicismo foi difundido no Brasil durante a metade do século XVIII, seguindo o estilo italiano. A literatura era muitas vezes produzida por membros de academias temporárias ou semipermanentes e a maior parte do conteúdo era do gênero pastoral. O mais importante centro literário no Brasil colonial era a próspera região de Minas Gerais, conhecida por suas minas de ouro, onde o movimento protonacionalista da Inconfidência Mineira tinha começado. Os poetas mais importantes desta época eram Cláudio Manuel da Costa, Tomás António Gonzaga, Alvarenga Peixoto e Manuel Inácio da Silva Alvarenga, todos eles envolvidos em uma revolta contra o poder colonial. Gonzaga e Costa foram exilados para a África como consequência de seus respectivos trabalhos.

 

 

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