BALANÇO DE 2021 NA EDUCAÇÃO

 

BALANÇO DE 2021 NA EDUCAÇÃO

                Primeira e óbvia conclusão a respeito do ano que se encerrou em relação à área educacional: as aulas presenciais e os professores fazem falta.

Foi um ano atípico e difícil, mas as aulas remotas não funcionaram se levarmos em conta o processo de aprendizagem que foi muito baixo. Não estou dizendo com isso que não houve esforço por parte dos professores e por parte dos estudantes. Muitos se esforçaram. Mas sem poder acompanhar ali em loco a evolução dos seus alunos, ficou muito complicado constatar as dificuldades e os avanços, que alias foram bem poucos. E no caso especifico para os pequenos, muitos sem poder contar com um apoio em casa, ficou ainda mais complicado. Muitos pais puderam constatar como é difícil o processo de aprendizagem, como ele é moroso, precisa de persistência e paciência. Precisa também de uma rotina que, com as aulas remotas definitivamente não houve. Muitos só podiam acessar as plataformas à noite quando os pais estavam em casa para disponibilizar os aparelhos de celular necessários para o acesso online. A grande maioria dedicou bem menos do que já as poucas quatro horas de estudos diárias. E o que falar daqueles alunos que não tinham acesso às aulas remotas e só pegavam os materiais impressos nas escolas, sem nenhum tipo de apoio, a não ser seu próprio esforço de procurar entender, o que muitas vezes era incompreensível.

Além disso, a morosidade de tomada de decisões importantes por parte das mantenedoras, principalmente, da rede estadual do Rio Grande do Sul foi um obstáculo quase intransponível para estudantes, professores e escolas. Infelizmente a falta de organização e planejamento da Secretaria Estadual de Educação do Rio Grande do Sul foi frequente, com decisões enviadas às escolas na última hora e com mudanças a todo o momento. Aliás, até o fim de dezembro nem como seria o encerramento do ano letivo se sabia informações essas que chegaram um dia antes da realização dos conselhos de classes finais. Mas o pior de tudo é um aumento cada vez maior da falta de autonomia das escolas. Isso é um problema grave. Cada escola é um mundo a parte. Está inserida em uma comunidade que tem características especificas e diferentes de outra. O que serve e funciona numa determinada escola em outra não é eficaz. E que pode fazer essa análise são os diretores, coordenadores pedagógicos, orientadores educacionais e professores que conhecem a realidade onde suas escolas estão inseridas. E o governo atual tem uma politica insistente de não ouvir as escolas. Não adianta publicar nos grandes meios de comunicação que toma decisões a partir da participação das comunidades escolares, isso não é verdade. Quem me conhece sabe por que eu posso afirmar.

Enfim, terá que haver muito trabalho para recuperar, principalmente as lacunas de aprendizagem dos estudantes, que não é pequena. E ao que tudo indica o retorno presencial das aulas, digamos de uma forma “normal” ainda está longe. Mas se a política e o governo não atrapalharem já ajudaria bastante. E só para lembrar que os professores da rede pública do estado das “façanhas” completaram nesse ultimo ano, 6 anos sem um centavo de reajuste e tiveram seus salários reduzidos. Mas a esperança teima em ser a última a morrer!

Fabrício Colombo de Aguiar

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