A INDEPENDÊNCIA DA HOLANDA

A Independência da Holanda

A guerra dos oitenta anos, também conhecida como Revolta Holandesa, é como costuma ser nomeado o processo de independência dos chamados Países Baixos em relação ao domínio da Casa Habsburgo, iniciado em meados do século XVI.

A região correspondente aos Países Baixos, que seria eventualmente composta na Era Moderna por dezessete províncias, foi primeiramente dominada pelos romanos, passando depois para a guarda dos francos e dos borgonheses. No início do século XVI, o jovem imperador Carlos V, também primeiro rei da Casa Habsburgo do território hoje corresponde à Espanha, obteve a soberania dos Países Baixos. Seu governo seria conturbado, marcado principalmente pelas disputas religiosas relacionadas às Reformas Religiosas. A falha por parte de Carlos V em estabilizar a região é um dos motivos que causariam, no início de 1556, a sua abdicação da Espanha em nome do filho, Felipe II, e do Sacro Império Romano-Germânico em nome do irmão, Fernando I. Por meio dos termos da divisão, a posse dos Países Baixos ficaria com Felipe II da Espanha, que prosseguiria então na tarefa de seu pai em reprimir a fé protestante.

Em 1566, em meio a uma revolta calvinista, seria enviado para a região o temido duque de Alba, que passou a governar os Países Baixos. Apenas dois anos depois, entretanto, o governador da província da Holanda, Guilherme I de Orange-Nassau, tentou depor sem sucesso o duque de Alba. Embora o próprio governador tenha conseguido fugir, dois de seus apoiadores – o conde de Egmont e o conde de Horne – foram presos e decapitados a mando do duque de Alba, que também ordenou a cobrança de um novo imposto. Era o início da Revolta Holandesa.

Nos anos seguintes, Alexandre Farnese, duque de Parma, que era aliado de Felipe II, conseguiria que a maior parte das províncias do sul jurasse lealdade ao rei da Espanha por meio da União de Arras, de 1579, que consolidou a fé católica naquela região. As províncias do norte, porém, continuavam a ser lideradas por Guilherme I de Orange-Nassau, que em 1581 as unificou por meio da União de Utrecht. Desta maneira, sete províncias tornavam-se independentes da Espanha.

A década seguinte testemunharia a expansão da guerra com o envolvimento direto da Inglaterra, que enviou cerca de sete mil soldados sob o comando do favorito da rainha Elizabeth I – Robert Dudley, o conde de Leicester. Em 1584, Guilherme I de Orange-Nassau foi assassinado, sendo sucedido no comando na revolta por seu filho Maurício, que liderou o avanço militar contra as províncias do sul. Pressionado pela derrota de sua Invencível Armada contra a Inglaterra, em 1588, além de um novo conflito com França, Felipe II cedeu as províncias do sul para o seu genro Alberto, arquiduque de Áustria, e sua filha, a infanta Isabel. Depois de sua morte, seria assinado um cessar-fogo que durou quase duas décadas. A paz permanente, entretanto, só ocorreria em 1648, quando por meio dos Tratados de Vestfália, quando a Espanha teve que reconhecer oficialmente a independência dos Países Baixos.

A guerra dos oitenta anos marcou o início do processo de decadência espanhola no cenário geopolítico europeu em particular e da perda de poderio da Casa Habsburgo em geral, e também teve seus reflexos nas Américas: em meio à União Ibérica, as possessões portuguesas também ficaram vulneráveis aos ataques holandeses, o que possibilitaria a invasão do Nordeste brasileiro em 1624.

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