Revolução Russa – o processo
revolucionário e o Governo Lênin
Em fevereiro de 1917, uma onda de
protestos e revoltas populares deram fim ao governo de Nicolau II. Formou-se um
governo provisório controlado por Alexander Kerenski, um socialista de
orientação reformista. Kerenski, integrante da ala menchevique do partido
socialista, defendia a idéia de que o capitalismo deveria ser desenvolvido
para, assim então, estabelecer mudanças de cunho socialista. No entanto, os bolcheviques,
facção de maior adesão popular do socialismo russo, tinham outra proposta.
Liderados por Lênin, autor da obra “Tese de Abril”, os bolcheviques defendiam a delegação de poder político nas mãos dos sovietes e a instalação de uma ditadura do proletariado. Contando com o apoio de Leon Trotski, os bolcheviques organizaram um exército incumbido de findar com o governo menchevique. O chamado Exército Vermelho derrubou o governo provisório e instalou o Conselho Comissário do Povo. Esse conselho tinha Lênin como presidente, Trótski no comando dos negócios estrangeiros e Josef Stálin dirigindo os negócios internos.
Inicialmente, Lênin estatizou os bancos e indústrias, realizou uma reforma agrária e retirou a Rússia da Primeira Guerra com a assinatura do Tratado de Brest-Litovski. Ao implantar medidas de caráter popular, as forças reacionárias russas tentaram derrubar o governo bolchevique. Mesmo tendo o apoio de nações estrangeiras, os exércitos anti-revolucionários não conseguiram vencer a determinação e o grande contingente do Exército Vermelho.
No campo político, a Duma passou a funcionar sob um sistema unipartidário, onde o Partido Comunista da União Soviética seria a única via de representação política do país. Nesse período, ganhou força a idéia de que o novo governo deveria criar formas para que o processo revolucionário socialista se expandisse nas demais nações do mundo. Além disso, o governo revolucionário se preocupou em conter os possíveis traidores do ideal revolucionário com a prisão e o exílio.
Desgastada com as movimentações da guerra civil, a Rússia não tinha condições para implantar um sistema econômico socialista. Para contornar esse problema, Lênin criou a Nova Política Econômica (NEP). Essa medida permitia a existência de práticas capitalistas dentro da economia russa. Lênin dizia que essa ação era necessária para que o país tivesse autonomia suficiente para alcançar os estágios inicias do projeto socialista.
Com tais medidas a economia russa dava claros sinais de recuperação e aquilo que Lênin defendia em tese parecia tornar-se realidade. No entanto, a aparente estabilidade governamental não durou muito tempo. A morte de Lênin, em 1924, trouxe uma tensão política promovida pela escolha do próximo dirigente do governo socialista. De um lado Trotski, que defendia a expansão dos ideais da Revolução Russa e do outro Stálin, que acreditava na consolidação interna do socialismo soviético. Stálin venceu a disputa pelo poder, dando novos rumos à revolução iniciada por Vladmir Lênin.
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