O CICLO DA BORRACHA
A região amazônica, rica em
seringais nativos, tornouse referência mundial na extração de látex. O
crescimento econômico levou a um fluxo imigratório extraordinário para as
principais cidades brasileiras, principalmente de nordestinos vitimados pela
seca. Como exemplo, basta observar o aumento populacional na cidade de Belém,
que passou de 50 mil habitantes para 96 mil entre 1890 e 1900.
Além disso, essa riqueza
modernizou algumas cidades no Norte e pôde ser vista na construção de
imponentes prédios públicos, na melhoria na comunicação, na ampliação do
serviço de bondes, da rede elétrica e de espaços culturais – como é o caso do
Teatro Amazonas, localizado em Manaus. Essa cidade, inclusive, foi uma das mais
modernas e movimentadas do início do século XX.
O enorme desenvolvimento gerado
pela borracha foi efêmero. Buscando fugir dos elevados preços, os industriais
estrangeiros optaram pela compra da borracha produzida em larga escala na
região asiática (Ceilão e Cingapura), a partir de 1910, o que acirrou a
concorrência e levou a uma natural retração econômica na região Norte do
Brasil. Assim, foram realizadas algumas tentativas de plantio de seringais,
visando à redução do preço. O exemplo mais famoso foi o da frustrada ação da
fábrica da Ford, conhecida como "Fordlândia", que, devido à
biodiversidade da floresta tropical e à infestação de pragas de seringais, foi
levada ao fracasso.
A produção da borracha no Brasil
também gerou um atrito internacional, pois a expansão do território explorado
por brasileiros se estendeu até a região do Acre, pertencente à Bolívia, que
ficou insatisfeita com essa exploração. A situação se agravou ainda mais em
virtude de os bolivianos terem cedido o direito de extrativismo do produto a
uma companhia norteamericana (Bolivian Syndicate).
Após o envio de tropas
brasileiras para a região, o que demonstrou o poderio econômico-militar do
país, e algumas negociações conduzidas pelo barão do Rio Branco, o Brasil
conseguiu obter a anexação do Acre, através do Tratado de Petrópolis (1903),
pagando indenizações à Bolívia e à companhia norte-americana.
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