BRASIL
A República Federativa do Brasil
é o quinto maior país do mundo e o maior da América do Sul, ocupando quase a
metade do subcontinente. Sua capital é Brasília. O Brasil tem 8.515.767 km2, e
sua população é de 207.721.000 pessoas (estimativa de 2017). O país é uma
república federativa presidencialista formada por 26 estados e um Distrito
Federal. Fica em seu território a quase totalidade de um dos ecossistemas mais
ricos do planeta: a Amazônia.
O Brasil faz fronteira com todos
os países da América do Sul, com exceção do Equador e do Chile. Toda a parte
leste é banhada pelo oceano Atlântico, formando um litoral de 9.198
quilômetros. Os pontos extremos do país são, ao norte, a nascente do rio Ailã,
no monte Caburaí, em Roraima; ao sul, o arroio Chuí, no Rio Grande do Sul; a
leste, a ponta Seixas, na Paraíba; e a oeste, a nascente do rio Moa, na serra
da Contamana, ou do Divisor, no Acre.
Duas regiões geográficas dominam
o país: a planície Amazônica, no norte, e o planalto Brasileiro, no centro, no
leste e no sul. Na região Centro-Oeste, encontra-se uma vasta área alagável
chamada Pantanal. A costa da região Nordeste é baixa e seca, e a da região
Sudeste inclui planícies estreitas e montanhas. O relevo do Brasil é
relativamente baixo: 97 por cento de seu território está menos de 900 metros
acima do nível do mar. Seu ponto culminante é o pico da Neblina, com 2.994
metros de altura, na serra Imeri, que fica no estado do Amazonas, na fronteira
com a Venezuela.
As baixas altitudes, mais o fato
de quase todo o território se localizar entre o equador e o trópico de
Capricórnio, fazem do Brasil o maior país tropical do mundo. Faz calor o ano
todo na maior parte do país, com temperaturas mais baixas apenas no Sudeste e
no Sul. As temperaturas médias anuais oscilam entre 16°C e 28°C, com a máxima
em torno de 44°C (no interior da Bahia) e a mínima próxima de -10°C (em Santa
Catarina).
A região Centro-Oeste recebe em
média mais de 1.500 milímetros de chuva por ano. As áreas mais chuvosas são o
Amapá e trechos da serra do Mar de São Paulo; as mais secas encontram-se no
sertão nordestino, onde chove menos de 500 milímetros por ano.
O Brasil tem enfrentado grandes
desafios para equilibrar o desenvolvimento de sua economia com a preservação de
seus recursos naturais. A agricultura, a pecuária e a exploração de madeira
estão entre os setores que mais impactam o meio ambiente brasileiro.
A floresta Amazônica, que ocupa
toda a região Norte, é reconhecida como a área de maior biodiversidade do
planeta. Ela recobre praticamente toda a bacia hidrográfica dominada pelo rio
Amazonas, o maior rio do mundo em extensão e em volume de água. Nessa região
vivem sapos, salamandras, macacos e muitos insetos, dentre eles uma das maiores
variedades de borboletas. Papagaios, araras e beija-flores são muito comuns.
Entre os animais maiores, há onças, pumas, antas e bichos-preguiça. Ao longo do
rio Amazonas vivem capivaras (o maior roedor do mundo), além de jacarés,
jiboias e tartarugas. No rio, há enguias-elétricas, bagres, piranhas,
peixes-boi e golfinhos de água doce, conhecidos como botos, entre os quais se
destacam os botos-cor-de-rosa. No Pantanal existe um grande número de aves,
répteis, insetos e alguns animais maiores, como tamanduás e tatus. A mata
Atlântica se estende pelo litoral, do sul da Bahia a Santa Catarina. É a área
do país que mais sofreu devastação: no Nordeste, pela derrubada do pau-brasil,
exportado para a Europa no período colonial, e no Sudeste devido à agricultura.
Do sudoeste de São Paulo ao Rio Grande do Sul, impera a mata de araucárias. No
interior do Nordeste, de clima semiárido, domina a Caatinga, com sua vegetação
seca. Entre a floresta Amazônica e a Caatinga, no Nordeste, fica a mata dos
Cocais. A maior parte do interior do Brasil é coberta por campos.
A população brasileira é formada
por descendentes de povos indígenas, colonos portugueses e escravos africanos,
além de várias nacionalidades de imigrantes que se estabeleceram no Brasil
principalmente entre 1820 e 1970. Os grupos de imigrantes incluem italianos,
alemães, espanhóis, sírio-libaneses, japoneses, poloneses e muitos outros. Mais
de 40 por cento da população é mistura de brancos com índios e negros. No
Brasil, fala-se português e predomina a religião católica. O sincretismo
religioso, no entanto, com rituais trazidos da África pelos escravos, mesclados
com elementos da cultura indígena e do catolicismo, é seguido por parte da
população. Mais de 80 por cento da população brasileira vive em cidades, e
dezessete delas têm mais de 1 milhão de habitantes (segundo dados divulgados
pelo IBGE em 2017). São Paulo e Rio de Janeiro são as duas maiores cidades do
Brasil.
O Brasil é a nona maior economia
do planeta (posição registrada em 2016) e a maior da América Latina.
Agricultura, mineração, manufatura e serviços são setores importantes. A
indústria brasileira produz principalmente alimentos, petróleo, carros,
caminhões, equipamentos elétricos, aço e produtos químicos. O país tem
importantes reservas de minério de ferro, quartzo, silício, petróleo, ouro, gás
natural e madeira, entre outros recursos. Entre os principais produtos de
exportação estão aeronaves, equipamentos elétricos, automóveis, álcool,
tecidos, calçados, minério de ferro, aço, café, suco de laranja e soja.
Apesar de a agricultura brasileira
utilizar apenas algo em torno de 10 por cento das terras do país, o Brasil é o
terceiro maior exportador de produtos agrícolas do mundo, atrás apenas dos
Estados Unidos e da União Europeia. O país é grande produtor de laranja, café e
soja, bem como de bovinos, suínos e carne de frango. Ao lado da Rússia, da
Índia e da China, o Brasil compõe um bloco de países conhecido mundialmente
pela sigla informal BRIC, criada em 2001 para se referir a essas nações, que na
época estavam em notável crescimento econômico. Em 2010 a África do Sul se uniu
ao grupo, que passou a se chamar BRICS.
Antes de os portugueses chegarem
ao Brasil, calcula-se que 2 milhões de indígenas viviam na região, divididos em
várias aldeias.
Em 1500, depois de desembarcar em
Porto Seguro, o navegador português Pedro Álvares Cabral tomou posse das terras
para Portugal. Mas a colonização só começou efetivamente em 1534, quando dom
João III, rei de Portugal, dividiu o território em doze capitanias
hereditárias, cada uma com um responsável. A partir de 1549, foi nomeado um
governador-geral para administrar toda a colônia.
Com o crescimento da demanda
internacional por açúcar — o maior produto de exportação do Brasil na época —,
os portugueses começaram a trazer, no século XVI, escravos africanos para
trabalhar nas fazendas. Mais tarde, eles foram usados também nas minas de ouro
encontradas em Minas Gerais, Mato Grosso e Goiás. Calcula-se que, até 1850,
quando o tráfico de escravos foi proibido, mais de 4 milhões de africanos
tenham sido levados para o Brasil.
Quando o imperador francês
Napoleão Bonaparte invadiu Portugal, em 1808, a família real portuguesa fugiu
para o Brasil, criando o Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves. O rei
voltou a Portugal em 1821, mas deixou no Brasil, como regente, seu filho Pedro.
No ano seguinte, Pedro declarou a Independência do Brasil e se tornou imperador
da nova nação como dom Pedro I. Era o dia 7 de setembro de 1822. A primeira
Constituição brasileira foi promulgada em 25 de março de 1824. Dom Pedro I
abdicou do trono em 7 de abril de 1831 e voltou para Portugal, deixando para
trás seu filho e herdeiro, de 5 anos, que viria a ser dom Pedro II.
No dia 13 de maio de 1888, a
escravidão foi abolida definitivamente no Brasil após a assinatura da Lei Áurea
pela princesa Isabel, filha de Pedro II. No ano seguinte, o imperador foi
forçado a deixar o trono devido a um golpe militar, comandado pelo marechal
Deodoro da Fonseca e apoiado por antigos proprietários de escravos que estavam
descontentes com a abolição da escravatura. Assim, a partir do dia 15 de
novembro de 1889, o Brasil se tornou uma república. O primeiro presidente foi o
marechal Deodoro da Fonseca.
Em 1930, Getúlio Vargas,
candidato derrotado à presidência da República, organizou forças e assumiu a
presidência após um golpe de Estado. Ele permaneceu no poder por quinze anos,
divididos em três fases: nos primeiros quatro anos, ficou como chefe do governo
provisório; em 1934, foi eleito presidente da República; em 1937, fechou o
Congresso Nacional, extinguiu a Constituição e governou com poderes ditatoriais
até 1945, período que ficou conhecido como Estado Novo. Com o fim da Segunda
Guerra Mundial, Getúlio teve que deixar o poder, e a democracia foi
restabelecida. Vargas acabou voltando ao poder em 1951, quando foi eleito
democraticamente. Ele se suicidou em 1954, antes de terminar seu mandato.
Em 1956, em um momento em que o
país iniciava um período de forte crescimento econômico, Juscelino Kubitschek
de Oliveira foi eleito presidente. Ele ficou conhecido por ter mudado, em 1960,
a capital do Brasil do Rio de Janeiro para Brasília, que foi construída durante
seu mandato. Juscelino foi sucedido, em 1961, por Jânio Quadros, que renunciou
menos de um ano após assumir o cargo. Seu vice-presidente, João Goulart, assumiu
a presidência, mas foi deposto em 31 de março de 1964 por um golpe militar.
Mais um período ditatorial teve início, com os militares permanecendo no poder
por mais de vinte anos. A redemocratização só aconteceu em 1985. Em 1988, o
país adotou uma nova Constituição, que passou a garantir os direitos civis e
trabalhistas básicos. Em 2010, o Brasil elegeu pela primeira vez uma mulher
presidente, Dilma Rousseff. Em 2012, foi sede da Conferência das Nações Unidas
sobre Desenvolvimento Sustentável, conhecida como Rio+20, em que se discutiram
temas relacionados com o meio ambiente e a sustentabilidade. Além disso, o país
sediou a Copa do Mundo de Futebol de 2014 e os Jogos Olímpicos de Verão de
2016.
Comentários
Postar um comentário