PINK FLOYD
Rick Wright, Roger Waters e Nick
Mason eram estudantes de arquitetura na famosa Universidade de Cambridge quando
deram início ao que se tornaria uma das bandas mais importantes da história do
rock: o Pink Floyd.
Na década de 60, o rock britânico
estava em evidência no mundo todo com nomes que dispensam apresentações: The
Who, Beatles, Black Sabbath, Rolling Stones. O underground londrino era tudo o
que os jovens da época sonhavam em viver, e foi nesse cenário que o trio se
juntou a outros três integrantes para formarem a banda Sigma 6. Ainda discretos
e sem a presença fundamental de Syd Barrett, os três garotos se dedicavam a
fazer blues e folk, estilos que estavam muito em evidência. Um estudante de
artes plásticas, Syd Barrett, chegou para se juntar à banda e, a partir daí,
não somente o nome mudaria, mas também toda a história.
No início de 1965, Syd Barrett se
juntou à banda Sigma 6, que tinha perdido alguns de seus integrantes, e passou
a liderá-la, influenciando inclusive no nome. O guitarrista, cantor e
compositor era super fã de blues e tinha dois gatos, um chamado Pink e outro
chamado Floyd, nomes inspirados nos músicos Pink Anderson e Floyd Council. Daí
a ideia para definir de vez o nome da banda.
Assim, a formação do Pink Floyd ficou com Roger Waters no baixo e
vocais, Syd Barrett na guitarra e vocais, Rick Wright, teclado e vocais e Nick
Mason na bateria.
Os pubs londrinos foram
primordiais para que a banda iniciasse a carreira. Eles se apresentavam de 9 da
noite até 2 da manhã e, por conta do tempo enorme que tinham para desenvolver
no palco, passaram a fazer experimentações, criando longas músicas
instrumentais. Slides coloridos projetados durante os shows também foram uma
marca registrada da banda, já que ninguém fazia aquilo ainda. Ali começava a
abertura para a psicodelia e para o rock progressivo que definiriam o estilo do
Pink Floyd. Com o destaque, a banda se
tornou residente do UFO Club, famoso em Londres por ser um cenário perfeito do
underground, com gente estilosa, roupas coloridas e toda a psicodelia, como uma
espécie de seita que dominava o ambiente.
Essa primeira fase do Pink Floyd
é permeada basicamente pela essência de Barrett, um cara meio maluco, super
criativo e que tinha um jeito diferente de compor letras e de tocar guitarra.
Passava horas em seu universo particular, regadas a LSD, pinturas, músicas e
livros infantis. De suas composições, surgiu o primeiro álbum da banda, The
Piper At The Gates Of Dawn, lançado em 1967. Os integrantes foram levados ao
estúdio Abbey Road, no mesmo período em que o álbum Sgt. Peppers Lonely Hearts
Club Band, dos Beatles, era gravado na sala ao lado.
Até hoje, The Piper At The Gates
Of Dawn é presença frequente em lista dos melhores trabalhos do gênero, com
músicas importantíssimas compostas por Syd, com destaque para Astronomy Domine,
Bike e Lucifer Sam. A carreira de Barrett na banda foi curta, mas muito
representativa. Por conta do uso de drogas, ele acabou desenvolvendo sérios
problemas mentais e se tornou recluso, sendo substituído pelo guitarrista David
Gilmour.
Em meio a nomes fundamentais do
rock, como Beatles, Black Sabbath e Rolling Stones, o que fez o Pink Floyd
conquistar o seu espaço foi exatamente fazer o oposto dos demais. As
experimentações musicais acabaram abrindo portas para a banda e empresários
passaram a investir nos caras. Além do som diferente, as letras filosóficas e
inovadoras eram a marca da banda, que criou músicas enormes, com mais de 9
minutos, e que certamente foram ouvidas por muitas gerações. Depois da saída de
Barrett em 67, até 1978, a banda entrou numa nova fase, alcançou o sucesso
mundial e passou a ser liderada por Roger Waters. O segundo álbum, A Saucerful
Of Secrets, contou ainda com algumas contribuições de Barrett e foi lançado em
1968.
O trabalho continha na capa uma
arte psicodélica desenhada por Storm Thorgerson e Aubrey Powell, e ficou por
aproximadamente 11 semanas dominando as paradas de sucesso na Inglaterra.
Em seguida, o próximo trabalho da
banda foi o álbum More, composto por regravações das músicas usadas no filme
homônimo, e que marcou o primeiro trabalho sem qualquer envolvimento de
Barrett.
Depois, em 1969, é lançado o
álbum duplo Ummagumma que reuniu gravações ao vivo no primeiro disco e, no
segundo, canções experimentais criadas por cada um dos membros. Outro diferencial do Pink Floyd eram os
desenhos feitos para as capas dos álbuns. Quem desenvolvia as artes era a
Hipgnosis, um grupo especializado em design gráfico artístico, exclusivo para
artistas e bandas de rock. O famoso disco com a vaquinha na capa, Atom Heart
Mother, lançado em 1970, foi o primeiro a não apresentar o nome da banda. Na
abertura, a música homônima é uma grande peça teatral, subdividida em seis
atos.
As inovações sonoras do álbum acabaram
por influenciar, depois, outras bandas do rock progressivo, como Rush e Yes. Em
1971, a banda lançou Meddle, até chegar no tão aclamado Dark Side Of The Moon.
O álbum que vendeu mais que discos dos Led Zeppelin e Beatles. Só esse dado já
torna The Dark Side Of The Moon interessante e surpreendente. Lançado em 1973,
o álbum registra uma outra fase do Pink Floyd e é considerado o melhor do rock
progressivo até hoje.
As composições são permeadas por
letras mais pessoais, abordam aflições que o período causava na sociedade,
doenças mentais, processo de envelhecimento… E as experimentações continuavam
através de relógios que tocavam ao mesmo tempo, como podemos ouvir na música
Time.
O álbum traz ainda outros
sucessos da banda, como Speak To Me, Breathe, On The Run, Money, entre outras.
Com vendas absurdas, alcançando mais de 45 milhões de cópias, a gravadora
precisou construir fábricas para dar conta da prensa do vinil! Uma obra-prima
que gerou grande repercussão no cenário musical, impactou positivamente toda a
indústria fonográfica e ficou por mais de 14 anos nas paradas de sucesso dos
Estados Unidos.
Os integrantes do Pink Floyd
estavam no estúdio quando, de repente, Syd Barrett chegou. Eles não se viam há
mais de cinco anos e Syd estava ainda mais esquisito, sua aparência física
tinha mudado bastante e todos notaram que ele não estava mais presente. Sua
mente havia partido para outras dimensões.
Todas as letras do álbum foram
escritas por Roger Waters, a outra mente importante por trás do Pink FLoyd. As
composições de Water abordam temas como a ausência, nitidamente inspirado pela
condição que se encontrava Syd Barrett, tanto que as músicas Wish You Were Here
e Shine On You Crazy Diamond são dedicadas a ele, figura que mesmo distante
continuou a inspirar a banda.
Ao longo da carreira, o Pink
Floyd se mostrou uma banda altamente produtiva e lançou cerca de 15 álbuns de
estúdio. Até mesmo os fãs poderiam imaginar que depois de obras tão
representativas como Dark Side Of The Moon, Atom Heart Mother e The Piper at
the Gates of Dawn, a banda tivesse esgotado seu potencial criativo. Mas aí, em
1979, eles lançam The Wall, trabalho todo produzido como uma ópera rock, com
letras que falam sobre tragédias do mundo moderno, o sofrimento humano e com
duras críticas ao sistema de ensino inglês.
Outra obra-prima, bastante
endeusada pelos fãs da banda. O álbum foi ainda adaptado para o cinema em um
filme homônimo que mostra o personagem Pink e seus delírios dentro de um quarto
de hotel. Another Brick In The Wall,
Goodbye Blue Sky, Comfortably Numb, Hey You, são alguns dos destaques, entre
outros muitos sucessos do álbum duplo.
Depois do lançamento do álbum The
Final Cut, os integrantes começaram a se desentender, ao ponto de Roger Waters
deixar a banda para seguir carreira solo. Ele imaginou que, ao sair, o Pink
Floyd acabaria, mas os outros integrantes não concordaram e então eles partiram
para um briga judicial. Isso mexeu com toda a amizade que já vinha sendo
desgastada por conta de egos inflados, principalmente entre Roger Waters e
David Gilmour. Na briga judicial, Waters ficou com o direito de seguir com o
álbum The Wall e Animals, trabalho inspirado no livro A Revolução dos Bichos,
de George Orwell. Os demais integrantes ficaram com a marca Pink Floyd e
lançaram mais dois álbuns, A Momentary Lapse of Reason e The Division Bell, sob
a liderança do vocalista e guitarrista David Gilmour.
Oficialmente, a banda acabou em
2014 e, entre as indas e vindas do Pink Floyd, seus integrantes lançaram álbuns
solo. O próprio Syd Barrett gravou dois discos, The Madcap Laughs e Barrett;
Richard Wright fez três álbuns Wet Dream, Identity e Broken China. David
Gilmour e Roger Walter seguem firmes com seus trabalhos individuais, diversos
álbuns lançados e shows ao redor do mundo. O Pink Floyd acabou, mas a essência
da banda permanece.
https://www.letras.mus.br/blog/historia-pink-floyd/
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