AS TENTATIVAS DE INDUSTRIALIZAÇÃO DURANTE O SEGUNDO REINADO

AS TENTATIVAS DE INDUSTRIALIZAÇÃO DURANTE O SEGUNDO REINADO

A indústria do Período Imperial encontrava alguns obstáculos para promover seu desenvolvimento, como a manutenção da mão de obra escrava, o que restringia o mercado consumidor e potencial, e os privilégios comerciais obtidos pela Inglaterra (acordo de 1810 e renovação no ano de 1827), responsáveis pelo fracasso das manufaturas nacionais, que não conseguiam concorrer com os produtos ingleses. Apesar do cenário adverso para o desenvolvimento industrial nacional, o Brasil assistiu à formação das suas primeiras manufaturas com a contribuição dos seguintes elementos:

Após a Independência do país, o governo brasileiro foi pressionado pelos ingleses e por outras nações a conceder taxas de importação de baixo valor. Assim, os produtos estrangeiros que entravam no Brasil impediam o desenvolvimento da nascente indústria nacional, devido ao maior grau de avanço tecnológico da indústria europeia, em especial, inglesa.

Esse quadro começou a se modi car em 1844, quando o ministro da Fazenda, Manuel Alves Branco, elevou os impostos de importação a uma taxa de 60% para os produtos que tivessem similares no Brasil. Já os produtos que não fossem fabricados em território nacional pagariam apenas 30% de taxa de importação. Assim, a elevação dos preços das mercadorias estrangeiras foi fundamental para incentivar a indústria do Brasil Império. Deve-se lembrar, no entanto, de que a medida imperial não possuía o objetivo de proteger a indústria nacional, sendo direcionada pelo interesse de aumento da arrecadação estatal.

Após o ano de 1850, o governo brasileiro, pressionado pelos interesses ingleses, proibiu o tráfico de escravos no Brasil através da Lei Eusébio de Queirós. Como havia um considerável investimento no lucrativo comércio de escravos, o m do tráfico acarretou o excedente de capitais que passaram a ser investidos em outros setores da economia, entre os quais, a indústria.

Como o lucro do café ampliava-se cada vez mais, temiase reinvestir esse lucro na própria produção cafeeira, provocando a queda dos preços. Assim, parte considerável do que era conseguido com as exportações de café era investida em outros ramos da economia, merecendo destaque as atividades industriais. Isso explica o fato de São Paulo e Rio de Janeiro terem uma predominância no processo de desenvolvimento industrial brasileiro, já que o café esteve ligado diretamente à economia desses estados no final do século XIX e início do século XX.

Algumas iniciativas particulares foram fundamentais para o desenvolvimento da indústria nacional. Os pioneiros na industrialização foram capazes de lutar contra a própria tendência econômica do Brasil, concretizando projetos que não eram compactuados pela maior parte da elite. Entre os grandes responsáveis por esses empreendimentos, destaca-se Irineu Evangelista de Souza, mais conhecido como barão e depois Visconde de Mauá.

Construindo obras importantes para a modernização do Brasil, Mauá foi um dos pioneiros no investimento do capital proveniente do fim do tráfico de escravos. Entre as suas obras, destacam-se:

 • Construção das primeiras estradas de ferro, para facilitar o escoamento do café aos portos brasileiros;

 • Construção de um estaleiro;

 • Fundação de bancos;

• Implantação da iluminação a gás do Rio de Janeiro;

 • Criação da companhia de bondes;

 • Construção do primeiro cabo telegráfico submarino ligando o Brasil à Europa.

O desenvolvimento da indústria brasileira está diretamente ligado à história do visconde de Mauá. Porém, por falta de incentivo governamental, já que o Império estava atrelado aos interesses da elite agrária, e com a pressão do capital estrangeiro, Mauá viu seus empreendimentos entrarem em falência no ano de 1878.

 

 

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