QUENN – COMO NAS CEM AS LENDAS
A história de sucesso dos Queen
começou em 1971 com o dinâmico e carismático Freddie Mercury como vocalista,
Brian May na guitarra, Roger Taylor na bateria e John Decan no baixo. Juntos
tornaram-se na banda de maior sucesso dos anos 70 e 80 e na percursora do rock,
tal e qual, como hoje o conhecemos. Através da mistura de elementos pop, rock,
glam, eletro, funk e mesmo rockabilly, quebraram as barreiras da música, e
apesar de no início terem sido alvo de inúmeras críticas da imprensa musical, e
de serem descritos como demasiado “comercial”, o seu sucesso foi crescendo a um
ritmo alucinante transformando-os num fenómeno do rock.
Embrionários do grupo londrino
Smile, formado em 1968, Freddie integrou o grupo já composto por Brian May e
Roger Taylor em 1970. O quarteto ficou completo com a entrada do baixista John
Deacon. A partir desse momento iniciou-se a história da banda mais transversal
alguma vez constituída. Todos compunham, tocavam e cantavam, e curiosamente
todos vinham de áreas completamente distantes da música, Freddie era formado em
design, Deacon em engenharia eletrotécnica, Taylor em Biologia e May em
Astronomia. Após muitos testes e recusas de produtoras, a carreira dos Queen só
se iniciou em 1973 com o lançamento do álbum “Queen”, mais conhecido por “Queen
I”. Um início turbulento, que só foi possível devido a um acordo entre o
Trident Studios e a EMI Records, pois foram os únicos que acreditaram no
sucesso da banda. Com este álbum iniciaram a sua assinatura “sem
sintetizadores”, que representava um som puro sem alterações.
A primeira digressão da banda foi
marcada pelo estilo irreverente de Freddie, que utilizava roupas extravagantes
e insistia para que toda a banda o fizesse. E é só com o segundo álbum, em
1974, “Queen II”, que experienciaram o verdadeiro sucesso ao alcançarem o lugar
de quinto álbum mais vendido no Reino Unido. No mesmo ano lançaram o álbum
“Sheer Heart Attack” que se tornou um sucesso mundial. Já só sob o comando da
EMI Records, lançaram em 1975 “A Night At The Opera”, considerado o melhor
trabalho da carreira dos Queen. Conhecido entre os fãs por White Album,
alcançou o disco de platina e vendeu mais de 5 milhões de cópias nos anos 70,
chegando ao respeitoso 4º lugar da Bilboard 200 nos EUA. Este álbum marcou o
percurso da banda e definiu um novo tipo de rock, o rock arte, ficando
conhecido por músicas como “I’m Love with My Car”, “Love of My Life”, “You Are
my Best Friend”, “The Prophet’s Song”, e o clássico “Bohemian Rhapsody” - uma
fusão do rock com música clássica.
Em 1976 o comportamento de
Freddie começou a alterar-se, envolveu-se em desacatos, terminou o
relacionamento de longa data com Mary Austin, e iniciou um relacionamento
homossexual. O grupo lançou o primeiro álbum sem Thomas Baker como produtor -
“A Day at the Races” -, caracterizado por canções mais pesadas e melancólicas
como “Tie Your Mother Down” e “White Man”. Com uma altíssima complexidade
vocal, o “Somebody to Love” tornou-se um êxito e no principal sucesso deste
álbum. No entanto, as vendas ficaram muito aquém de “A Night At The Opera”. Em
1977, lançaram o “News of The World” que trouxe dois dos grandes sucessos da
banda - “We Will Rock You” e “We Are the Champions”. Tornando-se conhecidos
pelos seus concertos marcantes em estádios, onde atuavam para milhares de
pessoas.
É em 1978 que surge um momento de
transição musical na carreira dos Queen. O álbum “Jazz” é totalmente arrasado
pela crítica com a alegação que estava muito longe do jazz. A convivência em grupo
também começou a deteriorar-se, durante a digressão Freddie enfrentava
problemas vocais, resultantes em parte do seu estilo de vida errático,
caracterizado pelo abuso de cocaína e sexo. Em 1979 lançaram o álbum “Live
Killers”, gravado ao vivo na digressão mundial e ainda sobre o mote “sem
sintetizadores”.
A década de 80 marcou a
introdução da música pop e eletrónica. Em 1980 lançaram “The Game”, um álbum
que trouxe o sucesso pop “Another One Bites The Dust” e o rockabilly “Crazy
Little Thing Called Love”. No mesmo ano lançaram o álbum “Flash Gordon”,
produzido para ser a banda sonora do filme homónimo, mas que se tornou num
grande fiasco. Em 1981 lançaram o “Greatest Hits I”, a primeira coletânea dos
maiores sucessos da banda que alcançou a venda de 5,5 milhões de discos. E em
1982 o álbum “Hot Space”, que apesar de recebido com indiferença, representou a
primeira e única parceria dos Queen com outro artista. A faixa “Under Pressure”
contou com a participação especial de David Bowie e tornou-se um sucesso. É
nesta fase que deixam de ter a frase “sem sintetizadores” na capa dos álbuns e
em que há um afastamento entre os elementos do grupo, com cada um a iniciar a
sua carreira a solo.
Voltaram em força em 1984 com o
álbum “The Works”, que resultou nos sucessos “Radio Ga Ga” e “I Want to Break
Free”. No entanto, foram alvo de grande crítica por parte da imprensa mundial e
acabaram por fazer algumas presenças com o objetivo de melhorarem a sua imagem.
Foi neste ano que realizaram a atuação memorável no Rock in Rio no Brasil para
250 mil pessoas. E mais tarde participaram no grande espetáculo beneficente
Live Aid para as vítimas da fome em África, que foi considerado o mais
memorável de todos. Em 1986 lançaram o disco “A Kind of Magic” com músicas de
sucesso como “Who Wants To Live Forever” e “Friends Will be Friends”. Seguiu-se
o lançamento de “The Miracle”, que ficou mais conhecido pela complexidade da
capa, muito elevada para a época, do que pelo conteúdo musical.
Em 1991 começaram a surgir os
primeiros rumores sobre o estado frágil de Freddie e a possibilidade de ter
SIDA, o que foi continuamente negado. Gravaram o álbum “Innuendo” com as
famosas faixas “The Show Must Go On” e “These Are The Days Of Our Lives”,
consideradas mais sérias e reflexivas pela imprensa musical. Em novembro desse
ano, 12 horas antes de morrer, Freddie Mercury anunciou ao mundo que tinha SIDA
e morreu aos 45 anos vítima de broncopneumonia. Seguiram-se vários concertos de
tributo à lenda, em 1992 o “The Freddie Mercury Tribute Concert”, que reuniu
nomes sonantes da música como Elton John, Extreme, Guns N’ Roses, George
Michael ou Metallica, que juntamente com os restantes elementos do grupo
cantaram os grandes êxitos da banda.
Em 1995, quatro anos após a sua
morte foi lançado o último álbum de inéditos chamado “Made in Heaven”. A banda
continua a tocar pontualmente (menos Deacon, que saiu depois de gravar a faixa
de tributo a Freddie “No One But You”, em 1997). Em 2001, os Queen entraram
para o Rock and Roll Hall of Fame.
https://www.worten.pt/queen-historia
Comentários
Postar um comentário