O TRATADO DE VERSALHES
O Tratado de Versalhes foi o mais
famoso dos tratados de paz assinados após a Primeira Guerra Mundial. Nele,
ingleses e franceses impuseram os termos da rendição alemã no dia 28 de junho
de 1919 após longos meses de deliberações. Esse tratado foi entendido pelos
historiadores como extremamente rígido e contribuiu para arrastar a Alemanha
para uma crise econômica e política.
Apesar do armísticio assinado em
novembro de 1918, o Tratado de Versalhes só foi ratificado em junho de 1919.
Nesse período, o documento estava sendo elaborado, e esse trabalho foi iniciado
com a Conferência de Paz de Paris, que se iniciou em 18 de janeiro de 1919.
Essa conferência teve um grupo conhecido como Quatro Grandes: Estados Unidos,
Reino Unido, França e Itália.
O Japão foi uma quinta força
nessa conferência, mas o país pouco se envolveu nas questões relativas ao
Tratado de Versalhes. Os italianos também tiveram pouco envolvimento depois que
suas exigências territoriais não foram atendidas. Assim, os maiores envolvidos
no resultado do tratado foram norte-americanos, britânicos e franceses.
Os grandes líderes que estiveram
envolvidos com as negociações que elaboraram o Tratado de Versalhes foram
Woodrow Wilson, presidente dos Estados Unidos; Georges Clemenceau,
primeiro-ministro francês; David Lloyd George, primeiro-ministro britânico; e
Vittorio Emanuele Orlando, primeiro-ministro italiano. Esse último retirou-se
da conferência, pela rejeição dos desejos territoriais italianos.
A Conferência de Paz de Paris
ficou marcada pelo turbilhão de interesses colocados à mesa pelos grandes
envolvidos na Primeira Guerra. Italianos e japoneses eram entendidos como
potências menores, não tiveram seus interesses atendidos e afastaram-se das
negociações, e os russos não participaram do evento.
Entre janeiro e junho, franceses,
britânicos e norte-americanos negociaram extensamente sobre as punições que
seriam impostas aos alemães. Houve muita divergência de interesses entre
britânicos e franceses, mas o elemento fundamental para ambos era impor a
justiça para a Alemanha. Na visão de ambos, os alemães eram os causadores da
guerra e, por isso, eles deveriam ser responsabilizados.
Ao final foi elaborado um
documento que possuía 15 partes e 440 artigos, além de contar com anexos. O
resultado foi controverso e causa polêmica até hoje. Os franceses acharam os
termos do tratado muito brandos, enquanto que os ingleses acharam-nos muito
severos. Os alemães entenderam o tratado como uma grande afronta e sentiram-se
humilhados.
Como mencionado, os termos do
tratado foram duríssimos, e o documento foi imposto unilateralmente para os
alemães, uma vez que o país não teve direito de participar da Conferência de
Paz de Paris. Os termos do tratado foram tão duros que a comitiva alemã
protestou imediatamente após ter conhecimento deles.
O chanceler alemão, Philipp
Scheidemann, recusou-se a assinar o tratado e renunciou ao seu cargo. Isso fez
o governo alemão reunir-se para tomar uma decisão. A aceitação alemã deu-se quando
Johannes Bell e Hermann Müller, dois membros do governo alemão, ratificaram o
tratado por meio de assinatura.
A decisão mais importante do
documento constava nos artigos 231 e 232. O artigo 231 declarava que a Alemanha
reconhecia ser a única responsável por ter causado a guerra. Assim todos os
prejuízos que foram resultados do embate, dentro do tratado, eram culpa dela,
uma vez que deu início às hostilidades.
O artigo 232, por sua vez, exigia
que a Alemanha fosse responsável por indenizar os países aliados (Reino Unido e
França) por todas os prejuízos, embora esses reconhecessem que os alemães não
ti condições financeiras para isso. Outras determinações importantes do Tratado
de Versalhes foram:
→Imposições territoriais
Os alemães sofreram inúmeras punições
territoriais com o Tratado de Versalhes. A começar pelas colônias alemãs, que
foram todas repassadas a ingleses ou franceses. Além de perderem suas colônias,
os alemães tiveram de:
Devolver a Alsácia-Lorena para a
França. Os alemães haviam conquistado essa região dos franceses na Guerra
Franco-Prussiana;
Entregar Eupen, Malmédy e
Moresnet para os belgas;
Entregar Sarre ao domínio
internacional e permitir que os franceses explorassem as minhas de carvão
daquela região;
Aceitar que parte de seus
territórios orientais fosse tomada, dando origem à Polônia;
Aceitar que Danzig passasse para
o domínio internacional;
Entregar Memel à Lituânia;
Entregar Schleswig à Dinamarca.
→Outras imposições
Outras imposições que os alemães
tiveram de aceitar foram: a proibição de possuírem marinha e aviação de guerra;
possuírem artilharia pesada; promoverem o recrutamento militar; e terem um
exército com mais de 100 mil soldados. Por fim, a Renânia, na fronteira da
Alemanha com Bélgica e França, seria desmilitarizada permanentemente.
A última das determinações à
Alemanha refere-se à indenização de guerra. Foi determinado o pagamento de 20
bilhões de marcos-ouro, mas, pouco tempo depois, franceses e ingleses estavam
exigindo mais de 200 bilhões de marcos-ouro dos alemães. A cobrança desses
valores foi um dos pontos mais controversos do tratado.
Durante as negociações,
norte-americanos e até alguns ingleses defenderam a ideia de que a indenização
paga pelos alemães não poderia ser severa demais. Os primeiros, particularmente,
preocupavam-se que a imposição de duros termos aos alemães pudesse empurrar a
Alemanha ao caminho da xenofobia ou do comunismo.
Consequências
O Tratado de Versalhes teve
inúmeras consequências. Ele foi recebido na Alemanha com desacato e foi
considerado uma afronta ao país. As principais consequências desse documento
histórico foram:
Crise na política que marcou a
República de Weimar;
Surgimento de grupos
paramilitares com ideais radicais;
Fortalecimento de teorias
conspiratórias;
Fortalecimento do autoritarismo
que resultou no surgimento do Partido Nazista.
https://mundoeducacao.uol.com.br/historiageral/tratado-versalhes.htm
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