LONDRES, 1948
As Olimpíadas de Londres, em
1948, foram a resposta do Movimento Olímpico para a Segunda Guerra Mundial, que
foi de 1939 a 1945. Após um intervalo de 12 anos, um conflito mundial que
deixou um saldo de 20 milhões de mortos e sem o Barão de Coubertin, que morreu
em 1937, os Jogos Olímpicos só renasceram graças ao entusiasmo de alguns
membros do COI (Comitê Olímpico Internacional).
Após a morte Coubertin, em 1937,
e do seu sucessor, o belga Henri Baillet-Latour - que faleceu ao ser comunicado
da morte em combate de seu filho -, o Movimento Olímpico estava fraco. Tanto
que o presidente interino do COI, o sueco Sigfrid Edstroem, convocou o comitê
executivo e só compareceram à reunião o norte-americano Avery Brundage e o
britânico Lord Aberdale.
Com a Guerra, as edições dos
Jogos marcadas para Tóquio e Londres foram canceladas. Em 1948, Tóquio ainda
não tinha condições de organizar os Jogos e deixou a disputa. Londres herdou o
direito de organizar os Jogos após vencer, em fevereiro de 1946, em votação
pelo correio, a suíça Lausanne e quatro cidades norte-americanas: Baltimore,
Los Angeles, Minneapolis e Filadélfia.
O comitê de organização foi
presidido por Lord Burghley, campeão olímpico dos 400 m com barreiras em 1924,
prata em 1928 e herói de guerra como aviador da Real Força Aérea britânica, a
RAF.
Muitos atletas que tinham
participado dos Jogos de 1936 morreram na Guerra, entre eles campeões olímpicos
como o nadador húngaro Ferenc Csik (100 m livre e 4 x 200 livre) e os alemães
Carl Long (salto em distância), Wilhelm Leichum (4 x 100 m), Rudolph Harbig (4
x 400 m) e Hans Woelke (arremesso de peso).
Várias nações pediram ao COI a
exclusão dos países do Eixo (Alemanha, Itália e Japão), como já havia
acontecido com os perdedores da Primeira Guerra Mundial. A Itália foi a única
que competiu. A ausência de um governo reconhecido foi a alegação oficial para
a Alemanha não ser convidada. Os japoneses, convidados, preferiram não ir.
A União Soviética manteve sua
política de isolamento, iniciada em 1917, e não participou. Novos países
comunistas, como a Tchecoslováquia, resolveram participar.
Depois de três Olimpíadas sem
conquistar medalha, o Brasil finalmente voltou ao pódio com a seleção masculina
de basquete, que ganhou a medalha de bronze. Foi a primeira do Brasil em
esportes coletivos.
O Brasil disputou 11 modalidades
e teve poucos destaques além do basquete. No atletismo, o melhor desempenho foi
no salto triplo masculino, iniciando o ciclo de conquistas da prova mais
vitoriosa do atletismo nacional. Hélio da Silva terminou em oitavo lugar, com
14,49 m. Adhemar Ferreira da Silva, bicampeão nas Olimpíadas seguintes, não
conseguiu passar das eliminatórias.
No basquete, o time masculino fez
uma campanha surpreendente em Londres-48. Com sete vitórias consecutivas, a
equipe perdeu apenas nas semifinais, contra a França. Na disputa pelo bronze, o
time treinado por Moacir Daiuto venceu o México por 52 a 47, garantido a
medalha que não era conquistada havia 28 anos.
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