Astecas e organização teocrática
Quando os espanhóis chegaram à região onde hoje se
encontra o México, o Império Asteca conhecia o apogeu de sua existência,
dominando inúmeras cidades através de um governo centralizado. A capital Tenochtitlán
tinha, segundo estimativas, cerca de 300 mil habitantes, sendo sua superfície
superior à de Sevilha, a maior cidade europeia naquela época.
O Império Asteca, que se estendia por uma área de
300 mil Km² e contava com aproximadamente 12 milhões de habitantes, baseava sua
existência material na produção agrícola irrigada, sendo construídos engenhosos
sistemas de irrigação para proporcionar a produção agrícola nessa área árida.
Os calpulli eram as aldeias comunais, sendo que
suas terras eram trabalhadas por camponeses que exerciam sua função produtiva
em um sistema de servidão coletiva, em que deveriam pagar impostos ao governo
central. Como o Império se expandiu através de conquistas militares sobre os
povos vizinhos, os prisioneiros feitos durante as guerras eram transformados em
escravos e em momentos solenes eram sacrificados em rituais religiosos.
Inclusive, era também através da religião que o
imperador mantinha seu poder. Conhecido como Tlacatecuhtli, o imperador era
escolhido por um conselho de sacerdotes, sendo geralmente eleitos os da mesma
família. A ele cabia o controle religioso, militar e político, constituindo um
Estado teocrático e centralizado na figura do imperador.
Abaixo do Imperador havia uma camada de sacerdotes
e nobres, que exerciam as funções de chefes militares e funcionários do Estado.
Em uma posição intermediária ficavam os comerciantes e os artesãos. A concepção
religiosa dos astecas fundamentava o domínio da nobreza sobre os demais grupos
sociais, afirmando que as classes exploradas eram violentas e incapazes de se
autogovernar. Porém, se a nobreza fosse incapaz de exercer os seus desígnios,
os deuses poderiam apoiar os explorados contra eles.
Os astecas viviam organizados em uma estrutura
política formada por 38 províncias. Além disso, desenvolveram uma complexa
arquitetura e organização urbanística, demonstrando um profundo conhecimento
matemático. A cidade de Tenochtitlán (hoje Cidade do México) foi construída
sobre ilhotas no lago Texcoco, o que demonstra as capacidades para edificações
urbanas dessa civilização. Possivelmente, esses conhecimentos foram decorrentes
do contato com os maias, que habitavam a mesma região mesoamericana. O
calendário utilizado pelos astecas era o mesmo que os maias haviam
desenvolvido, muito mais preciso que os calendários europeus.
A diferença era que, para os astecas, no calendário
havia uma convicção religiosa de que a cada 52 anos haveria a possibilidade do
Sol deixar de nascer, o que poderia representar o fim da civilização. Quando o
conquistador espanhol Hernán Cortez chegou à região, houve a coincidência do
fato ocorrer em um destes anos apocalípticos. O fato dos espanhóis chegarem
também com seus cavalos – animais desconhecidos pelos astecas – fortaleceu a
crença de que os europeus eram enviados dos deuses.
Tal situação possibilitou a Cortez deslocar-se pelo
império, conhecer os povos subjugados pelos astecas e estabelecer alianças com
eles, no intuito de derrotá-los militarmente. Em 1519, Cortez e seus 600 homens
munidos de forte armamento puderam derrotar as forças militares astecas após
dois meses de sangrentas batalhas. Iniciava-se, neste momento, a dominação
espanhola sobre a região.
A autonomia conseguida pelos astecas sobre os povos
vizinhos a partir do século XV foi encerrada no governo de Montezuma II. No
combate entre os povos que erigiam seus impérios através da força e violência
militar, os espanhóis acabaram se sobressaindo sobre os astecas.
https://mundoeducacao.uol.com.br/historia-america/astecas-organizacao-teocratica.htm
Comentários
Postar um comentário