O ROMANTISMO NO BRASIL
O romantismo no Brasil surge
poucos anos depois da Independência do país, que aconteceu em 7 de setembro de
1822. Esse momento representou grandes mudanças sociais, culturais e econômicas
para o Brasil.
O país tentava se organizar e
consolidar seu poder, depois de anos de quase 400 anos de colonização
portuguesa. Esse processo de transição e mudanças começou um pouco antes de
independência, em 1808, com a vinda da família real portuguesa. Quando chegou ao
país fugindo das invasões napoleônicas na Europa, o príncipe regente, Dom João,
declarou a abertura dos portos às nações amigas, o que resultou na expansão da
comercialização e diversificação do comércio. Outro fator importante foi a
transferência da capital do país, que antes era Salvador, e passou a ser o Rio
de Janeiro. Esse processo foi crucial para alavancar a modernização da cidade,
resultando na construção de diversos edifícios públicos como o Museu Nacional,
a Biblioteca Nacional e o Real Teatro São João. Nesse momento, também foi
criada a imprensa Régia e algumas instituições como o Banco do Brasil e a Real
Academia Militar.Todos esses fatores foram essenciais para acelerar o processo
de independência do Brasil, declarada em 7 de setembro de 1822 por Dom Pedro.
O movimento romântico no Brasil
está dividido em três fases, também chamadas de gerações. Cada uma delas possui
características próprias e reúne diversos escritores.
Primeira geração romântica (1836
a 1852): nacionalista, indianista e religiosa.
Segunda geração romântica (1853 a
1869): egocentrismo exacerbado e pessimismo.
Terceira geração romântica (1870
a 1880): cunho social e libertário.
A PRIMEIRA FASE DO ROMANTISMO NO
BRASIL (1836-1852)
Após a independência do Brasil,
em 7 de setembro de 1822, a literatura brasileira buscou focar em temas
nacionais e que estivessem relacionados com o sentimento patriótico de uma nova
nação que estava sendo construída. A primeira geração romântica no Brasil teve
como principais características o nacionalismo e o indianismo. Os temas mais
explorados pelos escritores desse momento são: natureza, sentimentalismo,
religiosidade, ufanismo e nacionalismo. A valorização da cultura, da história
do país e das tradições populares estiveram muito presentes nessa primeira
fase. O indianismo expressa uma das buscas aos temas nacionais e, nesse
contexto, o índio é eleito como herói nacional e apontado como um ser puro e
inocente.
Os principais escritores da
primeira fase do romantismo foram: Gonçalves de Magalhães (1811-1882) foi
fundador do romantismo no Brasil e autor das obras: Suspiros poéticos e
saudades (1836), A Confederação de Tamoios (1857) e Os Indígenas do Brasil
perante a História (1860). Gonçalves Dias (1823-1864) foi um escritor focado em
temas nacionais e indianistas, autor das seguintes obras: Canção do exílio
(1843), I-Juca- Pirama (1851) e Os Timbiras (1857). José de Alencar (1829-1877)
escreveu diversos romances indianistas, regionalistas e históricos com destaque
para as obras: O Guarani (1857), Iracema (1865) e Ubirajara (1874).
2.ª fase do romantismo no Brasil
(1853 a 1869)
Conhecida como a geração do “Mal
do Século” ou “Ultrarromântica”, a segunda geração romântica foi profundamente
influenciada pela poesia do inglês George Gordon Byron, (1788-1824). Por isso,
é muitas vezes chamada de geração “Byroniana”. Marcada por aspectos negativos,
a poesia desse período romântico é permeada dos temas: egocentrismo,
negativismo, pessimismo, dúvida, desilusão, boêmia, exaltação da morte e fuga
da realidade.
No Brasil, os principais
escritores dessa geração foram: Álvares de Azevedo (1831-1852) foi um dos
principais escritores desse momento, com uma obra focada na tristeza e na
morte, tais como: Lira dos vinte anos (1853), Noite na taverna (1855) e Macário
(1855). Casimiro de Abreu (1839-1860) explorou temas como a saudade da infância
e a tristeza. Durante sua vida, publicou somente uma obra, seu livro de poesias
As primaveras (1859). Fagundes Varela (1841-1875) possui uma obra focada em
temas pessimistas e melancólicos. Destacam-se: Noturnas (1861), Cântico do
Calvário (1863) e Cantos e fantasias (1865). Junqueira Freire (1832-1855)
explorou temas religiosos e o conflito existencial, sendo que sua obra de maior
destaque é Inspirações do Claustro, publicada postumamente.
3.ª fase do romantismo no Brasil
(1870 a 1880)
Chamada de “Geração Condoreira”,
a terceira geração romântica é caracterizada pela poesia libertária e social.
Esse período está associado ao
condor, águia da cordilheira dos Andes, com o intuito de revelar sua mais
importante característica: a liberdade. Essa geração sofreu grande influência
do escritor francês Victor-Marie Hugo (1802-1885), daí ser conhecida também
como geração “Hugoana”.O grande foco dos escritores desse momento, foi os
problemas sociais e também o abolicionismo.
Os principais representantes da
terceira fase romântica foram: Castro Alves (1847-1871), fundador da poesia
social, ficou conhecido com o “poeta dos escravos”, pois abordou temas
abolicionistas. Sua obra mais relevante do momento é O Navio Negreiro (1869).
Tobias Barreto (1839-1889) foi um
grande expoente da poesia social e lírica dessa geração. Merece destaque suas
obras: Amar (1866), A Escravidão (1868) e Dias e noites (1893).
Sousândrade (1833-1902) foi um
dos poetas mais originais e vanguardistas da terceira geração. De sua obra,
destacam-se: Harpas Selvagens (1857) e O Guesa, livro escrito entre os anos de
1858 e 1888.
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