O MITO DA SEXTA FEIRA 13
A Sexta-Feira 13 é considerada um dia de azar
no Brasil, nos países anglo-saxões e em várias nações europeias. O número 13
era considerado portador de má sorte em várias culturas ocidentais, assim como
a sexta-feira. Por isso, quando os dois coincidiam, as pessoas acreditavam que
as chances de algo sair errado se multiplicariam. Esta crença popular tem
origem nas lendas nórdicas, nos costumes do Império Romano e no cristianismo.
Um dos primeiros indícios que temos contra o
número 13 está numa das histórias narradas na mitologia nórdica. Certa vez,
houve um banquete para 12 convidados no Valhala, a morada dos deuses. Loki,
filho de Odin, apareceu de surpresa, indignado por não ter sido chamado à
festa. Como gostava de pregar peças, Loki instiga seu irmão cego Hoder a matar
Balder, um deus muito querido por todos. Hoder atira uma flecha e mata Balder,
o que causou uma profunda tristeza entre as divindades. Desde então, muitas
pessoas acreditam que traz azar ter treze pessoas sentadas à mesa. Mais tarde,
quando o cristianismo começou a fazer suas primeiras conversões, as deusas
nórdicas foram transformadas em bruxas. Suas práticas foram consideradas obras
do mal e os padres começaram a dizer que a deusa Frida, esposa de Odin, se
reunia na floresta com mais onze companheiras e o próprio demônio a fim de
lançar maldições sobre a humanidade. Desta forma, se reforçava a má fama do
número 13 dentro da cultura escandinava.
Os romanos consideravam o 12 como um número perfeito.
Afinal, 12 eram os signos do zodíaco, os deuses do Olimpo e as constelações.
Por outro lado, o treze quebrava esta harmonia. A sexta-feira também não era
bem vista, pois era o dia quando eram realizadas as execuções dos condenados à
morte. Não por acaso, Jesus Cristo foi crucificado numa sexta-feira. Por isso,
os romanos evitavam fechar negócios e se casar na sexta-feira.
Com o advento do cristianismo, a sexta-feira
passou a ser considerado um dia aziago, pois Jesus Cristo havia sido morto
neste dia da semana. Desta maneira, a Igreja Católica
recomenda os fiéis a refletirem sobre a Paixão de Cristo, seu sofrimento e sua
morte na sexta-feira. Também o mito dos 13 convidados à mesa foi reforçado com
o fato de que na Última Ceia estarem presentes treze pessoas: Jesus e seus doze
apóstolos.
Igualmente, no Livro do Apocalipse, no
capítulo 13, o autor descreve a besta que será responsável pelo fim dos tempos.
Mais um motivo para que os supersticiosos vissem nesta dezena uma fonte de
males inesgotáveis. Cumpre dizer que essas interpretações são feitas por
pessoas que não tinham estudos e que a Igreja nunca aprovou estas associações.
Afinal, os cristãos acreditam na providência divina e não na sorte ou azar.
Na Idade Média, houve um dia 13
particularmente funesto. Em 13 de outubro de 1307, o rei da França, Felipe IV
(1268-1314), o Belo, mandou prender os Cavaleiros Templários, e seu
Grande-Mestre, Jacques de Molay (1240-1314). No final do processo, os membros
da Ordem do Templo morreram queimados na fogueira.
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