Machado de Assis
Escritor brasileiro
Machado de Assis (1839-1908) foi um escritor brasileiro, um dos nomes
mais importantes da literatura do século XIX. Escreveu poesias, contos, e
romances. Foi também jornalista, teatrólogo, crítico de teatro e crítico
literário.
Joaquim Maria Machado de Assis nasceu na Chácara do Livramento no Rio
de Janeiro, no dia 21 de junho de 1839. Foi o primeiro filho de Francisco José
de Assis, um decorador de paredes, e da imigrante portuguesa Maria Leopoldina.
Machado de Assis passou sua infância e adolescência no bairro do
Livramento. Seus pais viviam na propriedade do falecido senador Bento Barroso
Pereira e D. Leopoldina era a protegida de D. Maria Jose Pereira.
Machado fez seus primeiros estudos na escola pública do bairro de São
Cristovão. Tornou-se amigo do padre Silveira Sarmento, o ajudava nas missas,
familiarizava-se com o latim.
Quando tinha dez anos perdeu sua mãe. Viúvo, seu pai saiu da Chácara e
foi morar em São Cristovão. Logo passou a viver com Maria Inês da Silva, só
vindo a casar-se em 1854.
Sua madrasta trabalhava como doceira em uma escola e levava o enteado
para assistir algumas aulas. À noite, Machado ia para uma padaria, local onde
aprendia francês com o forneiro.
À luz de velas, Machado lia tudo que passava em suas mãos e já
escrevia suas primeiras poesias.
Em busca de um emprego, com 15 anos, conheceu Francisco de Paula e
Brito, dono da livraria, do jornal e da tipografia.
No dia 12 de fevereiro de 1855, o jornal “Marmota Fluminense” trazia
na página 3 o poema “Ela”, de Machado de Assis:
"Dos lábios de Querubim
Eu quisera ouvir um sim
Para alívio do coração"...
Daí por diante não parou de escrever na Marmota e de fazer amizades
com os políticos e literatos, frequentadores da livraria, onde o assunto
principal era a poesia.
Em 1856, Machadinho, como era conhecido, entrou para a Imprensa
Oficial como aprendiz de tipógrafo, mas além de mau funcionário, escondia-se
para ler tudo que lhe interessava.
O diretor decidiu incentivar o jovem e o apresentou a três importantes
jornalistas: Francisco Otaviano, Pedro Luís e Quintino Bocaiúva.
Otaviano e Pedro dirigiam o Correio-Mercantil e para lá foi Machado de
Assis, em 1858, como revisor de provas. Colaborava também para outros jornais,
mas ganhava pouco e estava sempre sem dinheiro.
Com 20 anos, Machado de Assis já frequentava os círculos literários e
jornalísticos do Rio de Janeiro, capital política e artística do Império.
Em 1860, Machado de Assis foi chamado por Quintino Bocaiúva para
trabalhar na redação do “Diário do Rio de Janeiro”, que estava sendo preparado
para reaparecer sob a direção política de Saldanha Marinho.
Além de escrever sobre todos os assuntos e manter uma coluna de
crítica literária, Machado tornou-se o representante do jornal no Senado.
Machado também escrevia no “Jornal das Famílias”, onde suas histórias
inconsequentes e açucaradas eram lidas nos serões familiares.
Em 1864, Machado de Assis publicou “Crisálidas”, uma coletânea de seus
poemas. O livro foi dedicado a seus pais, Maria Leopoldina e a Francisco, que
morrera naquele ano.
Em 1867, o Imperador concedeu a Machado o grau de "Cavaleiro da
Ordem da Rosa", por serviços prestados às letras nacionais. No dia 8 de
abril Machado foi nomeado ajudante do diretor do Diário Oficial, iniciando sua
"carreira burocrática".
Em 1868 ele conheceu Carolina Xavier de Novais, uma portuguesa culta,
irmã do poeta português Faustino Xavier de Novais, que lhe revelou os clássicos
lusitanos.
No dia 12 de novembro de 1869, o casamento de Machado e Carolina é
realizado, tendo como testemunhas, Artur Napoleão e o Conde de São Mamede, em
cuja residência se realizou a cerimônia.
Em 1872, Machado de Assis publicou seu primeiro romance,
“Ressurreição”. No dia 30 de janeiro de 1873, a capa do décimo número do
“Arquivo Contemporâneo”, periódico do Rio de Janeiro, coloca lado a lado as
fotos de José de Alencar, até então o maior romancista do Brasil, e a de
Machado de Assis.
Ainda em 1873, ele foi nomeado primeiro oficial da Secretaria da
Agricultura e, três anos depois assumiu a chefia da seção.
Em 1881, Machado de Assis publica o romance “Memórias Póstumas de Brás
Cubas”, que marca o início da fase acentuadamente realista de sua obra. A obra
havia sido publicada, no ano anterior, em folhetins na Revista Brasileira.
Em 1896, fundou com outros intelectuais, a Academia Brasileira de
Letras. Nomeado para a cadeira n.º 23, tornando-se, em 1897, seu primeiro
presidente, cargo que ocupou até sua morte.
Na entrada do prédio há uma estátua de bronze do escritor. Em sua
homenagem, a academia chama-se também “Casa de Machado de Assis”.
Últimos anos e morte
Em outubro de 1904 morreu sua esposa, Carolina, companheira de 35
anos, que além de revisora de suas obras era também sua enfermeira, pois
Machado de Assis tinha a saúde abalada pela epilepsia.
Após a morte da esposa o romancista raramente saía de casa, Em
homenagem à sua amada, escreveu o poema "À Carolina":
À Carolina
"Querida, ao pé do leito derradeiro
Em que descansas dessa longa vida,
Aqui venho e virei, pobre querida,
Trazer-te o coração do companheiro.
Pulsa-lhe aquele afeto verdadeiro
Que, a despeito de toda a humana lida,
Fez a nossa existência apetecida
E num recanto pôs o mundo inteiro.
Trago-te flores, - restos arrancados
Da terre que nos viu passar unidos
E ora mortos nos deixa e separados.
Que eu, se tenho nos olhos malferidos
Pensamentos de vida formulados,
São pensamentos idos e vividos."
Machado de Assis faleceu no Rio de Janeiro, no dia 29 de setembro de
1908. Em seu velório, comparecerem as maiores personalidades do país. Rui
Barbosa, um dos juristas mais aplaudidos da época, fez um discurso de despedida
com elogios ao homem e escritor.
Levado em uma carreta do Arsenal de Guerra, só destinada às grandes
personalidades, um grande cortejo fúnebre saiu da Academia para o cemitério de
São João Batista, onde foi enterrado.
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