AS FASES DA PRIMEIRA GUERRA
MUNDIAL
Após o assassinato do arquiduque
austríaco Francisco Ferdinando, o Império Austro-Húngaro declarou guerra contra
os sérvios em 1º de agosto de 1914. Logo em seguida, a Rússia, contrária à dominação
austríaca nos Bálcãs, se envolveu no conflito dando apoio militar à Sérvia. A
partir de então, os acordos firmados entre a Tríplice Entente e a Tríplice
Aliança colocaram as maiores potências econômicas em um desgastante e penoso
conflito.
Ao contrário do previsto, esse
conflito não foi resolvido em um curto prazo de tempo. O equilíbrio militar
entre as nações envolvidas na guerra fez com que as batalhas se arrastassem ao
longo de quatro anos e três meses. Entre os meses de agosto e novembro de 1914,
a Primeira Guerra Mundial ficou marcada pelo período da chamada “guerra de
movimento”. Nessa fase inicial observava-se a concentração das tropas alemãs na
fronteira da França para que pudessem, em pouco tempo, controlar a cidade de
Paris.
De acordo com o planejamento
militar da Tríplice Aliança, essa primeira conquista era de fundamental
importância para que seus exércitos tivessem maior força contra os russos.
Inicialmente, os alemães conseguiram invadir o território francês e colocar
suas tropas nas ruas da cidade de Paris. Na porção oeste, o ataque russo
dispersou as tropas alemãs. Logo em seguida, a entrada da Inglaterra no
conflito salvou a França de uma rendição com a vitória na Batalha do Marne.
A deflagração de tais resultados
no conflito deu fim à guerra de movimento e trouxe maior equilíbrio nas
batalhas seguintes. A partir de 1915, a guerra entrou em uma nova fase chamada
“guerra de posições” ou “guerra de trincheiras”. O avanço militar dos dois
lados era limitado e cada vitória era obtida a enormes custos financeiros e
humanos. Exércitos inteiros se enfrentavam em trincheiras cheias de arame
farpado e lama, onde a propensão a epidemias e as baixas temperaturas promoviam
sua própria carnificina.
Somente a partir de 1917 que esse
quadro indefinido da Primeira Guerra ganhou novos contornos. O uso de tanques e
aviões possibilitou o fim da estagnação que marcou o período das trincheiras.
Entretanto, duas outras modificações políticas tiveram ainda maior importância
nos destinos do conflito: a saída da Rússia (que enfrentava o início de sua
revolução socialista); e a entrada dos Estados Unidos (que forneceram mais de
um milhão de soldados à Tríplice Entente).
O fôlego dado aos países aliados
foi suficientemente capaz de derrubar as nações da Tríplice Aliança e deixar os
alemães sem condições mínimas de reação. Na França, as tropas aliadas
conseguiram expulsar os alemães com uma vitória nos campos de batalha próximos
ao rio Marne. Logo em seguida, as forças italianas (que passaram para a Entente
em 1915) bateram os austríacos e a Inglaterra subjugou os inimigos
turco-otomanos.
A iminente derrota da Alemanha
forçou o kaiser Guilherme II a renunciar ao seu cargo político. Desestabilizado
e sem nenhum apoio militar, o governo alemão assinou o armistício de Compiègne,
em novembro de 1918. Dessa maneira, a vitória da Tríplice Entente estava
assegurada. A partir de então, começaram as negociações diplomáticas que
resolveriam a situação dos vencedores e dos vencidos na Primeira Guerra
Mundial.
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