Platão
Filósofo grego da antiguidade
Sua filosofia é baseada na teoria de que o mundo que percebemos com
nossos sentidos é um mundo ilusório, confuso. O mundo espiritual é mais
elevado, eterno, onde o que existe verdadeiramente são as ideias, que só a
razão pode conhecer.
Platão nasceu em Atenas, Grécia, provavelmente no ano 427 a.C.
Pertencia a uma das mais nobres famílias de Atenas.
Como todo aristocrata de sua época, recebeu educação especial, estudou
leitura e escrita, música, pintura, poesia e ginástica Era excelente atleta,
participou dos jogos olímpicos como lutador.
Seu nome verdadeiro era Arístocles, mas recebeu o apelido de “Platão”,
que em grego significa “ombros largos”.
Por tradição de família, Platão desejava dedicar-se à vida pública e
fazer uma brilhante carreira politica, como descreveu em uma de suas muitas
cartas.
Desde cedo, Platão tornou-se discípulo de Sócrates, aprendendo e
discutindo com esse filósofo os problemas do conhecimento do mundo e das
virtudes humanas.
Quando Sócrates foi condenado à morte sob a acusação de “perverter a
juventude”, Platão desiludiu-se da política e resolveu voltar-se inteiramente
para a filosofia.
Sua amizade com Sócrates quase lhe custou a vida. Foi obrigado a
deixar a cidade, retirou-se para Megara, onde conviveu com Euclides.
Viajou por Cirene, Itália e Egito, entrando em contato com grandes
mentalidades da época. Foram doze anos aprendendo, e criando sua própria
filosofia.
Quando regressou a Atenas, com a idade de 40 anos, abriu uma escola
destinada à investigação filosófica que recebeu o nome de “Academia”, pela
razão de se reunirem mestres e discípulos nos jardins de um rico cidadão
chamado Academus.
Os estudos realizados por Platão deram-lhe a formação intelectual
necessária para formular as próprias teorias, aprofundando os ensinamentos de
Sócrates.
A fim de eternizar os ensinamentos do mestre, que não havia redigido
nenhum livro, escreveu vários diálogos onde a figura principal é Sócrates, com
isso tornou conhecido o pensamento de seu mestre.
Em sua escola, Platão reunia-se com seus discípulos para estudar
Filosofia e Ciências. No campo científico, dedicava-se especialmente à
Matemática e Geometria.
Mas o que o filósofo procurava transmitir era principalmente uma
profunda fé na razão e na virtude, adotando o lema de seu mestre Sócrates: “O
sábio é o virtuoso”.
Essa foi a preocupação máxima dos seus últimos anos, quando escreveu
suas obras mais notáveis.
Entre seus discípulos o que mais se destacou foi Aristóteles, que
mesmo discordando do mestre, sofreu sua influência.
Tal foi a influência de Platão, que a Academia subsistiu mesmo após a
sua morte aos oitenta anos de idade.
Quando em 529, o imperador romano Justiniano mandou fechar a Academia,
junto com outras escolas não cristãs, a doutrina platônica já tinha sido
amplamente difundida.
Platão faleceu em Atenas, Grécia, no ano de 347 a.C.
Para explicar seu pensamento filosófico, Platão escreveu em forma de
diálogo, no livro VII da República, uma história famosa: “o mito da caverna”.
Platão explica que a alma, antes de ficar aprisionada no corpo, habita
o “mundo luminoso das ideias”, guardando apenas vagas lembranças dessa
existência anterior.
As ideias, para Platão, são objetos imutáveis e eternos do pensamento
e servem para explicar a aquisição de conceitos, a possibilidade de conhecimentos
e o significado das palavras. Dizia ele:
“As coisas desfazem-se em pó e
as ideias ficam”.
Platão é também famoso por sua “teoria da anamnese” (reminiscência).
De acordo com a qual, muitos de nossos conhecimentos não são
adquiridos através da experiência, mas já conhecidos pela alma na ocasião do
nascimento, uma vez que a experiência serve apenas para ativar a memória.
A “República” é uma das obras mais famosa de Platão, é uma descrição
do paraíso terrestre.
Nela, ele tentou criar o seu “Estado Ideal”, onde examinou quase todos
os possíveis ângulos de visão.
Descreveu um tratado sobre teoria política em que revela tanto
tendências democráticas quanto totalitárias, defendendo o governo absoluto da
sociedade pela classe dos filósofos ou sábios, onde deveria vigorar forte
igualitarismo.
Para Platão, a sociedade ideal seria dividida em três classes, levando
em conta a capacidade intelectual de cada indivíduo:
Agricultores, artífices e comerciantes - a primeira camada, mais presa
às necessidades do corpo, seria encarregada da produção e distribuição de
gêneros para toda a comunidade.
Militares - a segunda classe, mais empreendedora, se dedicaria à
defesa.
Filósofos Governantes - a classe superior, mais capacitada para
servir-se da razão, seria a dos intelectuais, que possuiriam também o poder
político: assim os reis teriam de ser escolhidos entre os filósofos.
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