OS ÍNDIOS PAMPEANOS
Habitavam o Pampa Gaúcho. Seus
principais grupos eram Charruas, Minuanos, Guenoas e Jarós. Eram nômades, não
cultivavam a terra e viviam somente de caça, pesca e coleta. Os homens caçavam
a ema, ave típica dos nossos pampas, com boleadeiras. Caçavam, também, veado,
anta e capivara, animais que vivem em banhados e regiões de lagoas. Alguns grupos
tinham o hábito de não comer a parte da caça que tocava no chão ao ser abatida.
Assavam a carne espetada em espetos de pau, no estilo gaúcho.
Primeiramente moravam em toldos
de junco e, mais tarde, com a utilização do gado, passaram a cobrir os toldos com
couro. Em caso de mudança, a mulher era quem desmontava, carregava e montava os
toldos. Viviam em reunião de famílias. Os minuanos, que habitavam as regiões
das Lagoas Mirim e Mangueira, armavam a toldaria em cima de pequenas elevações
denominadas "cerritos", que os abrigavam das enchentes, comuns nessas
regiões, e que eram constituídos basicamente de terra, restos de caças, peixes
e conchas.
Os chefes eram temporários, pois
só tinham função em época de guerra. Eram inimigos dos Guaranis e dos Gês. Os
pampeanos roubavam os alimentos plantados pelos Guaranis e Gês, sendo esta a
causa de muitas lutas entre eles. Mais tarde, aliaram-se aos portugueses,
comercializando o gado. Foram considerados os índios mais selvagens e rebeldes
da região. Com a introdução do gado na Campanha, tornaram-se exímios
cavaleiros, utilizando, com velocidade e destreza, a lança, o laço e a
boleadeira, tanto nas lutas, como nas lides com o gado.
Os homens pintavam o corpo,
fazendo tatuagens. Quando as mulheres envelheciam, eram trocadas por outra,
mais nova. Mascavam fumo. Usavam nos ombros mantos de peles para se abrigarem
do frio, e o chiripá (espécie de fralda). Acreditavam que todos tinham um
espírito guia. Não tinham atividades religiosas. A tradição e os valores eram
passados de pai para filho, e os velhos eram respeitados. Os mais idosos
presidiam as toldarias e dividiam as casas com os jovens que ainda não tinham
forças para o trabalho pesado.
Entre os Charruas, os mandos e
desmandos eram divididos com as mulheres. Algumas usavam o poder da cura para
persuadir os viúvos e solteiros a casarem-se com elas. As mulheres, em sinal de
luto pela morte do marido, cortavam uma falange do dedo e também uma ponta da
cabeleira negra, quase sempre caída sobre os ombros morenos e nus. Pintavam o
corpo só em ocasiões especiais. A viúva colocava um pedaço de pano ou pelo
sobre os ombros e com ele permanecia alguns dias dentro de casa, em sinal de
luto.
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