LIBERALISMO E DEMOCRACIA NO
SÉCULO XIX
Apesar de ser propagado ainda no
século XVIII através do Iluminismo e da Revolução Francesa, o liberalismo –
seja em âmbito político ou mesmo econômico – também teve uma grande importância
para o ideário dos homens do século XIX. O liberalismo, no entanto, não deve
ser confundido com os ideais democráticos, pois os primeiros liberalistas
pregavam a limitação do poder real, mas não a participação democrática de todos
os homens na política.
Para eles, as massas incultas,
consideradas inexperientes e mesmo selvagens, não tinham capacidade de se
organizar politicamente e de atuar como agentes transformadores da sociedade.
Assim, por terem sido lideradas pela burguesia liberal, as revoluções liberais
do século XIX não efetivaram mudanças estruturais profundas na sociedade
europeia. Foi comum, naquele período, portanto, a adoção de regimes políticos
que protegessem a propriedade privada e, principalmente, adotassem o sistema de
voto censitário, restringindo a participação política àqueles homens mais
abastados.
Mesmo se opondo à democracia, a
ideologia liberal favoreceu o surgimento e a ascensão desta posteriormente. Os
ideais de igualdade jurídica e política, de liberdade de expressão e do m dos
privilégios sociais defendidos pelos iluministas serviram de inspiração para o
aumento das reivindicações das massas.
Assim, no decorrer do século XIX
e principalmente no início do século XX, os trabalhadores de vários países
europeus conquistaram o sufrágio universal masculino, além de melhores
condições de trabalho e maiores salários. Tais conquistas só foram possíveis
por meio de muitas lutas e, principalmente, de concessões por parte da alta
burguesia, que, estrategicamente, passou a fazer pequenas concessões de caráter
democrático no intuito de evitar rupturas mais traumáticas, como uma revolução
proletária, por exemplo.
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