GUERRA FRIA: COEXISTÊNCIA
PACÍFICA
Com a morte de Stálin, em 1953,
Nikita Khrushchev assumiu o poder na União Soviética e realizou reformas que
causaram grandes impactos no bloco socialista. O novo líder soviético propunha
a desestalinização do país e, dessa forma, em 1956, durante o XX Congresso do
Partido Comunista da União Soviética (PUCS), denunciou os crimes de Stálin,
atacando a imagem quase religiosa do ex-dirigente soviético. O discurso, que
foi proferido ao grupo fechado de dirigentes, acabou vazando na mídia
internacional, tendo reflexos em várias partes do mundo.
Khrushchev acreditava que a
convivência pacífica entre as duas potências era possível e, por isso, visitou
os Estados Unidos em 1959. A postura do novo líder soviético agradava ao
governo americano, que planejou uma visita do presidente Eisenhower à União
Soviética. A retribuição diplomática, entretanto, foi adiada após a derrubada
de um avião U-2 dos Estados Unidos pelos soviéticos; o avião espionava o território
soviético quando foi abatido, em 1960.
A eleição de John Kennedy à
Presidência dos Estados Unidos em 1961 fez com que a perspectiva de negociações
entre as potências voltasse a crescer. Dessa forma, mesmo após o incidente da
Crise dos Mísseis em Cuba (quando os soviéticos tentaram implantar mísseis
nucleares naquela ilha), os dois governos voltaram a dialogar, chegando a ser
criado o telefone vermelho, uma linha direta entre a Casa Branca e o Kremilin.
Em 1963, as superpotências
assinaram um acordo que proibia testes nucleares a céu aberto; todos os testes
deveriam ser subterrâneos, diminuindo assim o risco de contaminação por
radiação. Outra ação semelhante a essa veio a acontecer cerca de uma década
mais tarde, quando, em 1972, as superpotências assinaram o Salt-1, que reduzia
os arsenais de armas nucleares de longo alcance.
Apesar de a postura pacificadora
de Khrushchev agradar à Casa Branca, boa parte da ala conservadora comunista,
não só da URSS, se opôs à proposta de coexistência pacífica junto aos Estados
Unidos. Tal descontentamento acabou gerando as divergências necessárias à
desagregação do bloco socialista, que, já no início da década de 1960, foi
evidenciada para todo o mundo.
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