AS PRIMEIRAS MISSÕES
No século XV, Portugal e Espanha
eram os grandes descobridores de novas terras. Para evitar disputas pelas
terras descobertas, os dois países fizeram um acordo que foi chamado de Tratado
de Tordesilhas. Este tratado dizia que as terras descobertas a leste seriam de
Portugal e as terras descobertas a oeste seriam da Espanha. A linha de
referência seria o Meridiano de Tordesilhas. No Brasil, essa demarcação não foi
bem definida, e os portugueses acreditavam que suas terras iriam somente até o
sul do atual estado de São Paulo. Assim, o Rio Grande do Sul pertencia à
Espanha e, por osso, ficaria fora da colonização portuguesa. Com a união das
duas coroas, Portugal e Espanha, não havia mais o Tratado de Tordesilhas; dessa
forma, o Rio Grande do Sul começou a receber a ação missionária de padres
jesuítas a serviço da coroa portuguesa.
Houve várias tentativas de
catequizar os índios do nosso litoral, mas essas missões não lograram êxito,
devido à ação escravagista dos paulistas e à revolta de índios que não
aceitavam a ação missionária.
Chamava-se missão a ação de
evangelizar, levar a fé cristã aos índios. Os jesuítas que atuavam em nome da
coroa espanhola também tentaram catequizar os índios em terras espanholas, mas
suas missões também não surtiram o efeito desejado, pois tão logo os jesuítas
se retiravam das aldeias, os índios voltavam a viver conforme seus hábitos,
abandonando a fé cristã. Os jesuítas, então, receberam ordem da coroa espanhola
de fundar reduções para os indígenas. Redução era uma aldeia onde os índios
viviam sob a orientação e ação missionária contínua dos jesuítas. Na redução,
os índios estavam a salvo dos escravagistas portugueses e espanhóis. Em 1610,
os jesuítas espanhóis iniciaram as fundações de reduções na região de Guaíra,
hoje norte do Paraná, onde foram fundadas 15 reduções.
Em 1626 o padre Roque Gonzales de
Santa Crus conseguiu atravessar o rio Uruguai e fundar a redução de São
Nicolau. Outros jesuítas também penetraram no Rio Grande do Sul fundando outras
reduções, que geralmente reuniam em suas aldeias índios Guaranis Tapes; foram
fundadas nessa época 18 reduções no Rio Grande do Sul. Os jesuítas escolheram a
Nação Guarani para compor suas reduções por várias razões: esses índios acreditavam
em alma, eram acostumados a obedecer ao chefe, eram seminômades, estavam
habituados à agricultura, faziam trabalhos artesanais com cerâmica, palha e
algodão, além de serem dóceis.
Em 1634 foi introduzido o gado
nas reduções do Rio Grande do Sul pelo padre Cristóvão de Mendoza, para a
criação extensiva. A criação de gado nas estâncias das reduções fez com que os
índios não abandonassem as aldeias quando faltasse alimento.
Em 1636 começam os ataques dos
bandeirantes às reduções. Estes atacavam as aldeias para escravizar os índios
missioneiros e roubar o gado. Os bandeirantes capturavam os índios aldeados
porque estes já sabiam plantar e tinham alguma profissão, como carpintaria e
olaria, além de saberem ler e escrever. Os jesuítas retiraram os índios que
sobreviveram aos ataques para a outra margem do rio Uruguai, onde foram viver
nas reduções da Argentina e do Paraguai.
Em 1641 o bandeirante Manoel
Pires tentou atacar os missioneiros que já estavam na margem ocidental do rio
Uruguai, sendo derrotado na Batalha de M'Bororé.
Com o fim da união entre Portugal
e Espanha, o Tratado de Tordesilhas volta a ter validade; não poderiam ser
invadidas as terras de outro rei, por isso os bandeirantes se retiraram aqui do
sul e passaram a explorar as minas do atual estado de Minas Gerais.
https://historia-do-rio-grande-do-sul.webnode.com/missoes/
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