ÁFRICA DO SUL

ÁFRICA DO SUL

A África do Sul é um país localizado no extremo sul da África (como o nome indica) e tem três capitais: Pretória (Tshwane), Cidade do Cabo e Bloemfontein. O país tem 55.929.000 habitantes (estimativa de 2016) e sua área é de 1.220.813 km2. A maioria da população da África do Sul é negra; no entanto, os brancos governaram o país até 1994.

A África do Sul tem um longo litoral à beira dos oceanos Atlântico e Índico. Ao norte, o país faz fronteira com Namíbia, Botsuana, Zimbábue, Moçambique e Eswatini (antiga Suazilândia). A África do Sul também circunda o pequeno reino de Lesoto.

A maior parte do território sul-africano é um planalto, ou seja, uma superfície plana elevada. As montanhas separam o planalto das planícies mais baixas ao longo da costa. A cadeia montanhosa mais alta é a Drakensberg, no leste. Os desertos do Kalahari e da Namíbia se estendem no oeste. Os principais rios são o Orange e o Limpopo.

A maior parte do país tem clima seco, com verões quentes e invernos frescos. A seca é um problema habitual.

Pastos com árvores esparsas cobrem grande parte do território sul-africano. Diversos tipos de plantas com flores crescem no sudoeste. As zonas secas do oeste têm arbustos e matagais capazes de sobreviver com pouca chuva. As poucas florestas sul-africanas se estendem pelos vales das montanhas e ao longo de alguns trechos da costa.

Os negros, pertencentes a vários grupos, como zulu e xhosa (ou cafre), representam cerca de três quartos da população. Cada grupo africano fala sua própria língua.

A África do Sul tem três grupos minoritários importantes: os descendentes de europeus, os mestiços e os descendentes de asiáticos. Os que descendem de europeus falam africâner (idioma que tem ligação com o holandês) ou inglês. Os africâneres (as pessoas que falam africâner) têm, principalmente, raízes holandesas, francesas e alemãs. Os ancestrais dos que falam inglês, ou anglófonos, são principalmente britânicos. Os mestiços têm raízes africanas, asiáticas e europeias. Os ancestrais dos descendentes de asiáticos vieram sobretudo da Índia.

A maioria dos sul-africanos é cristã. Mais da metade da população vive nos centros urbanos, em especial no leste do país.

Os serviços, como bancos e turismo, são áreas importantes da economia. A mineração e a indústria também desempenham papel de destaque. A África do Sul é um dos principais produtores de diversos tipos de minerais, entre os quais o ouro, a platina e o cromo. Além disso, explora minas de carvão e diamantes. As indústrias produzem ferro e aço, produtos alimentares e químicos, máquinas, carros e outros bens.

Entre as principais culturas agrícolas destacam-se o milho, o trigo, a cana-de-açúcar, as frutas cítricas e as batatas. Os agricultores também plantam uvas para produzir vinho. Carne, lã e leite são outros produtos importantes produzidos nas fazendas.

Os povos san (bosquímano) e khoi já percorriam o sul da África há cerca de 10 mil anos. Por volta de 2 mil anos atrás, povos que falavam os idiomas bantos se fixaram na região. Os bantos são os ancestrais da maioria dos negros da África do Sul atual.

Em 1488, o navegador português Bartolomeu Dias liderou a primeira expedição europeia que contornou o cabo da Boa Esperança — inicialmente chamado de cabo das Tormentas, devido às águas agitadas e às severas tempestades da região. Dias procurava uma rota marítima que proporcionasse o comércio com a Índia e a Ásia oriental.

Em 1652, os holandeses estabeleceram uma colônia no litoral sudoeste da África do Sul. Aos poucos, eles expandiram seus assentamentos, iniciando plantações e a criação de animais. Esses holandeses ficaram conhecidos como bôeres, que significa “fazendeiros” (mais tarde, passaram a ser chamados de africâneres). À medida que os bôeres se deslocavam para o leste, entravam em conflito com muitos povos africanos, especialmente os xhosas.

Em 1806, os britânicos tomaram posse da colônia holandesa. Muitos bôeres se deslocaram para o norte nas décadas de 1830 e 1840, para fugir ao domínio britânico. Esse avanço para o norte é conhecido como Longa Marcha. Na década de 1850, os bôeres fundaram dois estados no nordeste do país: a República Sul-Africana (ou Transvaal) e o Estado Livre de Orange.

Os britânicos ampliaram seu território, chamado Colônia do Cabo, em todo o extremo sul do país e tentaram obter também o controle dos estados bôeres. Entre 1899 e 1902, os britânicos e os bôeres travaram a Guerra dos Bôeres. Depois de vencer a guerra, os britânicos transformaram os estados bôeres em colônias britânicas.

Em 1910, todas as colônias britânicas do sul da África se uniram e formaram um novo país independente chamado União Sul-Africana.

Os brancos controlaram o novo governo da África do Sul e aprovaram leis que separavam a população por raça — um sistema que ficou conhecido como apartheid, que significa “separatismo” em africâner. O governo deu à minoria branca quase todo o poder político, a maioria do território e os melhores empregos. Os negros ficaram sem direitos em seu próprio país.

Em 1912, os negros e os mestiços formaram um grupo político que ficou conhecido como Congresso Nacional Africano (CNA). O CNA promovia protestos não violentos contra o governo. Em 1960, a polícia atirou contra centenas de manifestantes na cidade de Sharpeville. Em reação a isso, o CNA adotou o uso de bombas e de outros atos violentos para protestar contra o apartheid. Alguns líderes do CNA, como Nelson Mandela, foram presos.

Em 1990, o presidente sul-africano F. W. de Klerk anunciou que o apartheid iria terminar. O governo libertou o líder Nelson Mandela e acabou com as leis do apartheid. Em 1994, sul-africanos de todas as raças votaram nas eleições. Mandela tornou-se o primeiro presidente negro do país.

O governo de Mandela teve que lidar com os efeitos das políticas do apartheid. O governo estava especialmente preocupado em ajudar as pessoas que tinham sido maltratadas sob as leis antigas. Suas prioridades incluíam melhorar a educação, a habitação, os cuidados de saúde e os salários entre a população negra. O país adotou uma nova constituição em 1996. O governo também criou um corpo conhecido como Comissão de Verdade e Reconciliação. Os principais objetivos da comissão eram a união nacional e a investigação dos abusos de direitos humanos cometidos durante a era do apartheid, tanto pelo governo sul-africano como pelo movimento de resistência.

Thabo Mbeki, do partido CNA, sucedeu a Mandela como presidente em 1999. À semelhança de outros países africanos, a África do Sul enfrentou uma séria crise de saúde quando a grave doença da aids começou a se espalhar rapidamente durante a década de 1990. No início do século XXI, a África do Sul tinha mais pessoas infectadas com o HIV (vírus que causa a aids) do que qualquer outro país do mundo. Mbeki e os presidentes posteriores enfrentaram também outras dificuldades, como os altos índices de criminalidade e as tensões entre grupos étnicos, bem como o desafio de continuar os esforços para melhorar a vida de grande parte da população.

 

 

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