A dinastia Júlio-Claudiana
Após o governo Otávio Augusto, as
reformas políticas estabelecidas em Roma transformaram essa poderosa
civilização em um império. As atribuições do Senado e os vários poderes das
magistraturas agora foram restringidos ou subordinados ao poderio de seu
imperador. Com a morte de Otávio, o sucessor do trono foi Tibério, general de
confiança de seu antecessor, e que deu continuidade a vários projetos do
primeiro imperador romano.
Segundo os relatos disponíveis,
Tibério foi hostilizado pelo povo e pelo Senado romano. O ápice dessa tensão
teria acontecido quando este fora acusado de arquitetar o assassinato do
general Germanicus. Quando finalmente faleceu, já com 78 anos de idade, a
população romana comemorou a sua saída do poder. Com isso, Calígula (37 - 41),
filho de Germanicus, foi empossado como novo imperador, com o apoio expresso
dos membros do exército.
Apesar de todo o apoio recebido,
o imperador Calígula manifestou os problemas vivenciados em uma estrutura de
poder centralizada. Paulatinamente, as ordens autoritárias desse governante
desestabilizaram o cenário político romano. Primeiramente, resolveu perseguir
os senadores mais ricos e elevar exacerbadamente os impostos. Além disso, era
conhecido por uma vida desregrada onde festas e orgias eram bastante comuns.
Um dos mais polêmicos atos
tomados por Calígula foi nomear seu cavalo, Iniciatus, para ocupar uma das
vagas do consulado. Segundo o julgamento de alguns historiadores e
especialistas, este imperador tomava este tipo de ação atípica em decorrência
de males psíquicos que o acometiam. Em todo caso, sua ação despótica acabou
sendo aniquilada pelos próprios membros da guarda pretoriana, que
protagonizaram o seu assassinato.
A vaga deixada no trono imperial
foi logo resolvida com a indicação de Cláudio (41 - 54), tio de Calígula, que
ascendeu ao trono com o auxílio da guarda pretoriana. Durante sua
administração, o Estado romano atingiu a conquista dos territórios da Bretanha
e a Mauritânia, as normas administrativas foram aperfeiçoadas e escravos
libertos de notório saber foram utilizados como seus auxiliares.
Apesar de sua habilidade
político-administrativa, este imperador acabou provocando importantes mudanças
no quadro sucessório do império. Primeiramente, ordenou o assassinato de sua
esposa Messalina, por causa de seu comportamento imoral. Logo em seguida,
casou-se com Agripina, que conseguiu barganhar com seu marido a indicação de
seu filho Nero como o próximo imperador romano.
Tempos mais tarde, Agripina
organizou um complô que assassinou Cláudio por envenenamento. Dessa forma, Nero
atingiu o posto imperial e, inicialmente, contou com os conselhos do general
Burro e do filósofo Sêneca para governar. Entretanto, Nero ficaria bem mais
conhecido pelo seu comportamento tirânico. Ao que conta nos registros da época,
foi ele o responsável pelo assassinato de sua mãe Agripina, de seus dois
conselheiros (Burro e Sêneca) e do seu irmão Britânico.
Uma das mais polêmicas ações
desse governante, que encerra a dinastia Júlio-Claudiana, foi a sua ordem de
atear fogo na cidade de Roma. A explicação para tal ato extremo seria a
intenção que Nero tinha em atribuir o atentado aos cristãos, que se recusavam a
prestar adoração religiosa à figura imperial. Seu tempo de governo é
reconhecido como um dos mais agressivos contra os seguidores do cristianismo.
Os cristãos eram perseguidos,
torturados, empalados, condenados à crucificação e hostilizados nas arenas em
que os espetáculos populares aconteciam. Exercendo um governo de natureza
repressora e desenfreada, Nero logo despertou a insatisfação nas fileiras do
exército e do Senado. Fortemente pressionado por seus opositores, Nero decidiu
acabar com sua própria vida.
https://brasilescola.uol.com.br/historiag/a-dinastia-julioclaudiana.htm
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