REVOLUÇÃO MEXICANA

REVOLUÇÃO MEXICANA

O México foi um dos primeiros países no século XX a passar por uma revolução social. No início do século, a maior parte da população mexicana era camponesa e alijada da propriedade de terras, havendo uma concentração fundiária enorme. O país foi governado, entre 1876 e 1911, por Por rio Díaz, um ditador ligado aos interesses estadunidenses e, por isso, conivente com a desigualdade social de seu país. A liberdade de expressão era limitada (apenas 4% da população votavam), os índices de analfabetismo ultrapassavam os 71% dos mexicanos e a in ação atrelada à corrupção aumentava a cada dia.

Os abusos cometidos pela ditadura por rista geraram um contexto propício às revoltas, tanto que, em maio de 1911, uma rebelião – liderada por Francisco Madero e apoiada por setores da esquerda – se alastrou pelo país e levou à renúncia e à fuga de Por rio Díaz. O comando do país foi entregue ao líder da rebelião, Madero, que, apesar do respaldo inicial, se indispôs diante da população mexicana por não realizar as reformas sociais esperadas.

Dessa forma, a rebelião se aprofundou e tomou uma feição campesina, em especial quando os camponeses começaram a atacar os grandes latifundiários nacionais e estrangeiros no país. No alto comando dos rebeldes, destacaram-se Emiliano Zapata e Pancho Villa, camponeses que, ao ocupar e dividir os latifúndios com as massas populares, conquistavam um grande carisma junto aos mexicanos menos favorecidos.

Em sequência à luta camponesa, Madero foi assassinado e a Presidência foi ocupada por vários nomes que não conseguiram manter a ordem interna, em um cenário de intensa luta social. Atuando no sul do país, Zapata propôs o Plano de Ayala, que tinha como objetivo a devolução das terras às comunidades indígenas e a expropriação de 1/3 das grandes propriedades, que deveriam ser divididas entre a população camponesa sem-terra. De acordo com o líder campesino, aquela seria a única forma de fazer justiça com o povo mexicano, que, após bene ciado, cessaria as suas lutas.

Visando, portanto, à pacificação mexicana, em 1917, foi promulgada uma nova Constituição, que, atendendo parte das reivindicações zapatistas, previa dispositivos como a nacionalização do subsolo e o direito do governo de expropriar bens particulares para atender ao interesse público. Vale ressaltar que, se por um lado, os camponeses foram relativamente beneficiados pela nova Carta Constitucional, por outro, eles perderam seus grandes líderes: Zapata, assassinado em 1919, e Villa, em 1923.

Aqueles atos extremos representaram um duro golpe ao movimento revolucionário, que, sem uma liderança forte, passou a se contentar com as concessões realizadas pelos presidentes que a partir de então governaram o México. Mesmo com essa mudança de cenário, os ideais zapatistas ainda seriam resgatados posteriormente em prol dos mexicanos menos favorecidos.

 

 

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