O BEM COMUM É MAIOR QUE A VONTADE INDIVUDUAL
Fui
convidado para escrever nesta coluna sobre educação, o que muito me orgulha.
Hoje, peço licença para escrever sobre outra temática. Mas que no fundo não
deixa de ser sobre educação, a educação que tanto nos falta para compreendermos
melhor as coisas que nos rodeiam.
Vivemos
em sociedade. Pode ser ela uma pequena vila, uma comunidade ou até uma grande
cidade. Toda sociedade é constituída de indivíduos. Cada indivíduo nesta
sociedade tem seus deveres e direitos. Lembrando sempre que o dever vem
primeiro, para que depois se tenha o uso fruto do direito. Entre esses
direitos, está o da liberdade individual, o poder de ir e vir, de expressar sua
opinião e fazer suas escolhas, tão propagado ultimamente.
Entretanto,
dentro de qualquer sociedade, seja ela pequena, média ou grande, existe um
mecanismo de interdependência nas relações entre os indivíduos. Assim, também
acontece entre as sociedades distintas, pois elas não são autossuficientes, da
mesma forma que o indivíduo também não é, precisamos uns dos outros. Pois
nenhum individuo é capaz de produzir sozinho tudo aquilo que necessita.
Precisamos
de médicos e enfermeiros para nos cuidar quando estamos doentes. Precisamos de
cientistas para descobrir curas e desenvolver tecnologias que facilitam a nossa
vida. Precisamos de agricultores que produzem nosso alimento. Precisamos de
escolas e faculdades para que tenhamos uma profissão, para ter o nosso sustento.
Precisamos de políticos, aliás de bons políticos. A lista é grande, enfim,
precisamos um dos outros.
Então,
o indivíduo tem que ser capaz de compreender que se a sociedade melhora como um
todo, também vai melhorar para ele. E por mais que tenhamos nossa liberdade
individual, nosso poder de escolha, essa escolha, essa vontade não é maior que
o bem comum. Se uma escolha minha coloca outros em perigo, não é liberdade
individual, é individualismo, é egoísmo, é falta de consciência, de sentimento
de coletividade.
O
individualismo e o egoísmo levam a intolerância, ao extremismo, onde só vale o
que eu penso e o que eu quero. Esse tipo de comportamento já nos levaram a duas
guerras mundiais, a um holocausto, a duas bombas atômicas, a perseguições
religiosas, políticas, á tortura, ao racismo e tantas outras atrocidades.
Quantos exemplos mais a humanidade ainda vai precisar para que os indivíduos
entendam que a sua vida não é mais importante que a vida do outro. Que a sua
vontade individual não é e não pode ser maior e nem mais importante que o bem
comum a todos os demais indivíduos.
Fabrício Colombo de Aguiar
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