HISTÓRIA DA BICICLETA
Apesar de alguns
autores defenderem que Leonardo da Vinci, ou um dos seus discípulos, concebeu um projeto muito semelhante à bicicleta
tal como a conhecemos, a legitimidade histórica do desenho do Codex Atlanticus é muito contestada e mesmo
considerada como fraude[5]. Na China a invenção da bicicleta é atribuído ao antigo inventor chinês Lu
Ban, que nasceu há mais de 2,500 anos.[6] Em 1680, Stephan Farffler, um alemão construtor de relógios,
projetou e construiu algumas cadeiras de rodas tracionadas por propulsão manual
através de manivelas, mas o certo é que o alemão Barão Karl von Drais pode ser considerado o inventor da bicicleta, pois, em 1817 ele
implementou um brinquedo que se chamava celerífero, desenvolvido
pelo Conde de Sivrac em 1780[7]. O celerífero fora construído em madeira com duas rodas interligadas
por uma viga e um suporte para o apoio das mãos e destinava-se apenas a tração
utilizando-se dos pés quando o "velocipedista"[7] postava-se na viga de madeira. O Barão Drais instalou em um
celerífero um sistema de direção - guidão - que permitia fazer curvas e com
isto manter o equilíbrio da bicicleta quando em movimento, além de um
rudimentar sistema de frenagem. O sucesso foi tanto que em abril de 1818, o próprio Barão
Drais apresenta seu invento no parque de Luxemburgo, em Paris, e meses mais tarde faz o trajeto Beaune - Dijon, na França. Drais patenteou a novidade em 12 de janeiro de 1818 em Baden, Paris e outras
cidades europeias. Mesmo sendo um avanço para a época, seu "produto"
não tornou-se popular e o Barão foi ridicularizado e seu projeto o tornou um
homem falido[8][9].
Em pleno século de
revoluções industriais e científicas como foi o século XIX, não demorou muito para a draisiana ser modificada e melhorada. Poucos
anos se passaram, após o registro de Drais, e o "veículo" foi
apresentado em uma estrutura de ferro e também recebeu uma sela, melhorando em
resistência e conforto.
No dia 20 de abril de 1829 aconteceu a primeira competição que se tem conhecimento
utilizando-se do veículo de duas rodas da época. Neste dia, competiram 26
draisianas percorrendo 5 quilômetros dentro da cidade de Munique[10].
Em 1839, o escocês Kirkpatrick Macmillan adapta
ao eixo traseiro duas bielas ligadas por uma barra de ferro. Isto provocou o
avanço da roda traseira, dando-lhe maior estabilidade e possibilidade de
manuseio e manejo rápido. Com esse mecanismo a bicicleta ficou mais segura e
estável, pois nas curvas evitava o antigo jogo do corpo para o lado oposto ao
movimento a fim de manter estável o equilíbrio, já que o equipamento em si era
bastante pesado[8].
No ano de 1855 o
francês Ernest
Michaux inventa o pedal, que foi instalado num
veículo de duas rodas traseiras e uma dianteira. Os pedais eram ligados à roda
dianteira, e o invento ficou conhecido como velocípede, palavra oriunda do
latim velocidade e pé ou velocidade movida a pé. Alguns consideram-no a
primeira bicicleta moderna, e na verdade ficou sendo chamado de triciclo
posteriormente[8].
A prefeitura
de Paris criou, em 1862, caminhos especiais nos parques para os velocípedes para não se
misturarem com as charretes e carroças, dando assim origem às primeiras
ciclovias, pois era comum alguns acidentes, rotineiramente os animais das
charretes e carroças assustavam-se, causando sustos e ferimentos aos
condutores. No mesmo ano, Pierre Lallement viu alguém andando com uma draisiana e teve a ideia de construir
seu próprio veículo, mas com a adaptação de uma transmissão englobando um
mecanismo de pedivela giratório e pedais fixados no cubo da roda dianteira. Ele
então acabou criando a primeira bicicleta propriamente dita depois que mudou-se
para Paris em 1863[11].
Os velocípedes do
início da segunda metade do século XIX tinham os pedais fixos ao eixo da roda
da frente que era, portanto, simultaneamente motora e diretriz. A velocidade de
deslocamento dependia exclusivamente da aceleração rotativa dos pedais e o
desejo de obter maior rendimento levou os construtores a procurar um recurso
que favorecesse a ação mecânica do velocipedista. A solução mais fácil foi o
aumento do diâmetro da roda motora, levando ao aparecimento, em 1874, da "grande
bi" ou "biciclo", com rodas desiguais, ou seja, uma
que atingia um diâmetro de um metro e meio e a de trás reduzida ao mínimo necessário para
garantir o equilíbrio[7].
A partir da década de 1870, os progressos foram rápidos e consecutivos. Em 1877 os pedais
passaram a funcionar na base do quadro, presos a uma engrenagem dentada que uma
corrente ligava ao eixo da roda traseira por intermédio doutra engrenagem de
menor número de dentes (um sistema on-line de transmissão[12]), assegurando assim, a multiplicação variável conforme as dimensões
relativas das duas engrenagens.
Em 1890 aparecia,
na Inglaterra, um aparelho chamado "cripto", cujas principais
alterações consistiam na presença de rolamentos sobre esferas nos pedais e na
aplicação de câmaras de ar às rodas, pois antes, as rodas dos velocípedes não
passavam de aro metálico ou de madeira, recoberto, em sua periferia, de
borracha maciça destinada a amortecer os choques e ressaltos nos acidentes do
caminho. A roda tubular em borracha com uma "alma" contendo ar
comprimido foi uma invenção do veterinário escocês Dunlop
Pierre
Lallement, um francês fabricante de carrinhos de bebês, entrou com a primeira
patente de um modelo de velocípede nos Estados Unidos em 1866, fabricando algumas unidades, porém, sem
muito sucesso. Lallement vendeu sua patente e os projetos para os irmãos Oliver
que se associaram ao ferreiro Pierre Michaux para fundar, na França, a empresa Michaux and Company, em 1875. Assim nasceu a primeira indústria de bicicletas
consolidada pelo mercado consumidor, pois as mesmas tornaram-se uma mania
em Paris.
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