A DIVISÃO DA ALEMANHA
Findada a Segunda Guerra Mundial,
as nações vencedoras se depararam com um enorme dilema sobre o que fazer com a
Alemanha, considerada a culpada pelo conflito. O consenso entre os Aliados era
o de que não era viável manter os alemães fortes e armados, mas, por outro
lado, não havia o interesse em gerar no país um sentimento revanchista, como o
que havia ocorrido ao final da Primeira Guerra, quando a Alemanha foi humilhada
pelo Tratado de Versalhes. A saída encontrada pelas nações vencedoras,
portanto, foi dividir a Alemanha em quatro zonas de ocupação, sendo uma
soviética, uma estadunidense, uma inglesa e uma francesa. A cidade de Berlim
também foi dividida em quatro zonas, estando, porém, dentro da área de influência
soviética.
Diante da divisão alemã, os
Estados Unidos perceberam a oportunidade de difundir os princípios da sociedade
capitalista através de uma forte propaganda na parte da Alemanha que os cabia.
Dessa forma, através do Plano Marshall, os estadunidenses reestruturaram a
parte capitalista alemã e, dessa forma, conseguiram que o marco alemão
conquistasse uma grande estabilidade.
O fortalecimento da Alemanha
capitalista, entretanto, era extremamente prejudicial aos soviéticos e, por
isso, Stálin decretou o bloqueio dos acessos terrestres à cidade de Berlim. A
cidade ficou isolada do Ocidente e milhares de pessoas ficaram presas dentro da
parte capitalista de Berlim. A saída viabilizada pelo bloco capitalista foi a
criação de uma ponte aérea para abastecer a cidade. Ainda assim, os soviéticos
mantiveram sua postura intolerante e ameaçaram bombardear os aviões que
invadissem o espaço aéreo da parte oriental.
O embate diplomático travado
entre os dois blocos rivais da Guerra Fria ficou conhecido como Bloqueio de
Berlim (1948-1949), atingindo repercussões mundiais, afinal, Estados Unidos,
Inglaterra e França acenaram para a possibilidade de imposição de retaliações
contra a URSS. Stálin, que naquele momento não queria se envolver em uma guerra
que poderia ganhar contornos nucleares, acabou suspendendo o bloqueio em 1949.
Para que novos embates fossem
evitados, a Alemanha foi oficialmente dividida em dois novos países totalmente
independentes: a República Federal da Alemanha, mais conhecida como Alemanha
Ocidental, de regime capitalista, e a República Democrática Alemã, conhecida
como Alemanha Oriental, que adotou o regime socialista. A cidade de Berlim, no
entanto, continuou dividida, sendo um lado capitalista e o outro, socialista.
Essa coexistência de sistemas acabou gerando desequilíbrios posteriores,
afinal, como os salários e as condições de vida eram melhores no lado
capitalista, e as propagandas forjavam uma maior prosperidade desse sistema,
muitas pessoas que viviam sob o regime socialista fugiam para a Berlim
Ocidental, o que desagradava o governo soviético.
Para evitar a fuga de mão de obra
qualificada, portanto, a República Democrática Alemã construiu, em 1961, o Muro
de Berlim, que dividia as partes capitalista e socialista da capital alemã. O
muro, que simbolizou materialmente a Guerra Fria, existiu até o ano de 1989,
quando foi derrubado pela própria população alemã.
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