A CONTRA REFORMA CATÓLICA


 A CONTRA-REFORMA CATÓLICA

Preocupada com o avanço das chamadas “heresias protestantes”, a Igreja Católica adotou um conjunto de medidas que visava conter a expansão do protestantismo e reafirmar os dogmas do catolicismo. A busca pela reconquista dos éis se materializou no Concílio de Trento (1545-1563), convocado pelo papa Paulo III.

Uma das medidas adotadas pelo alto clero católico para rebater as críticas sofridas foi o reconhecimento da Companhia de Jesus, ordem religiosa criada em 1534 por Ignácio de Loyola, para organizar as forças católicas para a luta contra seus inimigos. Sua atuação mais destacada se deu no trabalho missionário, ou seja, na obra de catequizar os nativos do continente americano. A estrutura da Companhia, baseada na organização militar e sob uma rígida disciplina, levou os jesuítas a serem conhecidos como os soldados de Cristo. A atuação dos jesuítas também se fez por meio do controle de instituições de educação na Europa e na América.

A atuação do Tribunal do Santo Ofício também se fez necessária na luta contra a Reforma. Por mais que fosse uma prática comum antes mesmo da Contrarreforma, a Inquisição atuou julgando e punindo aqueles que fossem considerados hereges. Vários intelectuais e membros de outras religiões foram interrogados pelos inquisidores e, por vezes, condenados à morte na fogueira.

Um importante aliado da Igreja na luta contra os hereges foi o Index, lista de livros proibidos para a leitura dos católicos. O Index foi atualizado regularmente até o século XX e nele já constaram nomes como os de Galileu Galilei, Nicolau Copérnico, Nicolau Maquiavel, Erasmo de Rotterdam, Espinosa, John Locke, Denis Diderot, Pascal, Thomas Hobbes, René Descartes, Rousseau, Montesquieu, David Hume e Kant. Dessa forma, os católicos foram privados do acesso a essas obras, sob pena de serem levados à Inquisição.

Ainda atuando na defensiva, a Igreja Católica não abriu mão das suas principais convicções. Assim, dogmas como o culto aos santos, a virgindade de Maria, a infalibilidade papal, os sete sacramentos, o celibato clerical e a salvação pelas boas obras foram reafirmados pelo Concílio de Trento.

Apesar da sua postura conservadora, a Igreja Católica buscou reparar a sua imagem, criando, então, os seminários, escolas especializadas na formação dos membros do clero, que haviam sido acusados de despreparo. Ainda nesse sentido, vale a pena ressaltar que, durante o Concílio de Trento, o clero optou por proibir a venda de indulgências, ação que, apesar de atenuar uma das principais acusações dos reformistas, não impedia a conversão de muitos fieis às novas ideologias.

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