REVOLUÇÃO INDUSTRIAL E CAPITALISMO

REVOLUÇÃO INDUSTRIAL E CAPITALISMO

O conjunto de transformações de ordem econômica, social e política que alteraram o modo de produção europeu, consolidando o capitalismo como sistema hegemônico, foi denominado por Marx, no século XIX, de Revolução Industrial. Esse processo iniciou-se no século XVIII e expandiu-se por toda a Europa e por alguns países fora do Velho Mundo, durante o século XIX. A ampliação dos mercados, a divisão social e técnica do trabalho e a introdução de tecnologia no processo produtivo são algumas das características do processo revolucionário.

Tal processo pode ser dividido em etapas. A primeira etapa da Revolução Industrial, que vai de aproximadamente 1750 até 1850, é caracterizada pelo predomínio da Inglaterra, e, ao mesmo tempo, pelo início do desenvolvimento industrial na França, nos Estados Unidos e na Bélgica. No entanto, a consolidação da Revolução durante os primeiros cem anos desse processo só ocorreu na Inglaterra, que era chamada de “oficina do mundo”.

A fonte de energia predominante nessa primeira fase foi o carvão, e os setores industriais que mais se desenvolveram foram o têxtil e o siderúrgico. As máquinas eram feitas de ferro fundido e não se utilizava o aço. As empresas, que geograficamente cavam distantes umas das outras, eram formadas em sua maioria por capitais privados. Normalmente, os próprios donos das empresas trabalhavam nelas e estas eram passadas de pai para filho.

A segunda etapa da Revolução Industrial, que se estendeu de aproximadamente 1850 até 1970, foi caracterizada pela expansão do processo para outros países, como Itália, Alemanha, Japão e Rússia. Alguns novos setores industriais, como o farmacêutico, o petroquímico e, principalmente, o automobilístico, se desenvolveram.

Sem dúvida, um dos marcos nas inovações tecnológicas foi a utilização do sistema Bessemer, que permitia transformar ferro em aço, matéria-prima utilizada até os dias atuais na produção de máquinas, ferramentas e veículos automotores. A vantagem do aço em relação ao ferro fundido é que o primeiro pode ser furado, per lado e dobrado mais facilmente, é mais resistente, mais leve e seu custo não é muito mais elevado do que o do ferro fundido.

A partir da Segunda Revolução Industrial, devido ao desenvolvimento tecnológico, os investimentos na indústria se tornaram mais volumosos, e instituições financeiras passaram a investir no setor industrial, gerando, assim, os capitais acionários. Grandes centros industriais com concentração espacial das empresas foram formados, facilitando a interação entre diversos tipos de indústrias.

O capitalismo vigorou durante as duas fases da Revolução Industrial e, tradicionalmente, ele pode ser dividido em livre-concorrencial, durante a primeira fase, e monopolista, na segunda. Essa divisão é polêmica, uma vez que vários autores não a aceitam, alegando que o que existe é um sistema que sofreu transformações, e não formas diferentes de capitalismo.

Podemos caracterizar esses dois momentos da seguinte maneira: no capitalismo livre-concorrencial, não existem fusões de empresas, mas uma competição entre elas. Com a fase monopolista, os investimentos industriais aumentaram, a concorrência tornou-se maior e algumas empresas se fundiram, visando ao domínio do mercado.

Nesse momento, surgem os trustes, os cartéis e os holdings. Cartéis são associações de empresas para dominar o mercado, não havendo fusão administrativa; as empresas mantêm a sua autonomia. Um exemplo foi a Autolatina, associação da Volkswagen e da Ford, empresas do setor automobilístico que estabeleciam estratégias e preços comuns. Já nos trustes, existe a fusão das empresas, que acabam se tornando uma. Um exemplo de truste foi a criação da Ambev, fusão de várias cervejarias, como a Brahma, a Skol e a Antarctica. Holdings são empresas criadas para administrar outras.

 

 

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