IMPERIALISMO NA AMÉRICA
A América também sofreu uma
dominação imperialista, sendo os Estados Unidos a principal potência a exercer
influência no continente. O caso estadunidense é de fácil compreensão, afinal,
desde a sua Independência, no século XVIII, os Estados Unidos possuíam uma
tendência imperialista. A própria expansão do seu território revela muito bem
isso, pois, durante a chamada Marcha para o Oeste, os estadunidenses suprimiram
os interesses dos indígenas e dos mexicanos em nome da formação de um país
forte.
Concomitantemente à expansão
territorial, os estadunidenses elaboraram a doutrina do Destino Manifesto, um
conjunto de ideias que os julgava um povo escolhido por Deus para levar o
desenvolvimento a toda a América. Dessa forma, tal doutrina – que não passava
de uma adaptação da missão civilizadora utilizada pelos europeus na África e na
Ásia – acabou servindo como a base ideológica responsável por justificar as
ações impositivas por parte dos Estados Unidos no continente americano.
Para alguns autores, o marco
inicial do imperialismo estadunidense foi a Doutrina Monroe (1823), lançada por
James Monroe, presidente dos Estados Unidos à época, em defesa da Independência
das Américas. Ao adotar o slogan: “A América para os americanos”, os Estados
Unidos queriam, na verdade, afastar a interferência europeia e garantir a
América como área de influência para si. Baseados em tal doutrina, os
estadunidenses foram os primeiros a reconhecerem a Independência do Brasil e de
outros países da América Latina, assim que estes se declararam independentes em
relação às suas antigas metrópoles, na primeira metade do século XIX.
Quase um século mais tarde,
Theodore Roosevelt, eleito pelo Partido Republicano como presidente dos Estados
Unidos em 1901, foi empossado na Presidência daquele país, assumindo
deliberadamente a postura imperialista dos Estados Unidos da América. A nova
posição adotada pelo presidente foi bem resumida na frase em que ele próprio
recomenda aos seus compatriotas: “Fale macio, mas tenha sempre um porrete na
mão”.
A chamada política do Big Stick
(grande porrete, em português), iniciada por Roosevelt, acabou fazendo parte de
um conjunto de medidas denominado Corolário Roosevelt, que serviu de base para
as várias intervenções que os estadunidenses realizaram em regiões da América
Latina e de outras partes do mundo ao longo de boa parte do século XX, ou seja,
mesmo após o final do mandato de Roosevelt.
Um grande exemplo do imperialismo
estadunidense ocorreu em Cuba, um dos últimos países da América Espanhola a se
livrar do domínio colonial. Posto que na última década do século XIX aquela
ilha ainda estava sob o domínio espanhol, tal situação incomodava os Estados
Unidos, que possuíam grandes investimentos econômicos ligados à produção de
açúcar, aos cassinos e ao plantio de tabaco em Cuba. Dessa forma, bastava um
pretexto para que os estadunidenses declarassem guerra aos espanhóis, que não
concordavam com a Independência cubana.
Tal situação ocorreu em 1898,
quando o navio estadunidense Maine, que se encontrava ancorado em Havana, foi
misteriosamente queimado e afundado. Alguns autores afirmam que os Estados
Unidos foram os responsáveis pelo atentado, já que precisavam de uma desculpa
para afrontar a Espanha. Fato é que os estadunidenses não hesitaram em
responsabilizar os espanhóis pelo ocorrido, o que levou à eclosão da Guerra
Hispano-Americana (1898).
Como a Espanha se encontrava em
franca decadência à época, os estadunidenses não enfrentaram muitas
dificuldades para derrotá-la. Assim, Pelo Tratado de Paris (1898), além da Independência
de Cuba, os espanhóis foram obrigados a reconhecer o domínio dos Estados Unidos
sobre Filipinas e Porto Rico, que até hoje sofrem influência do governo dos
Estados Unidos.
Em 1902, foi aprovada, pelo
Senado dos Estados Unidos, a Emenda Platt, que foi incorporada à Constituição
cubana, dando ao governo dos EUA o direito de intervir militarmente em Cuba, em
caso de desordem interna. A Emenda também reservava às empresas estadunidenses
a prioridade na exploração dos recursos naturais cubanos e concedia aos Estados
Unidos o direito de construir bases militares no país; Guantánamo, uma das
bases construídas, apesar de atualmente funcionar como uma prisão
estadunidense, ainda hoje continua em plena atividade.
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