GOVERNO GERAL: A PRESENÇA DA COROA PORTUGUESA

GOVERNO GERAL: A PRESENÇA DA COROA PORTUGUESA

A fragilidade do sistema de capitanias e a permanência das incursões estrangeiras na região brasileira levaram a Coroa portuguesa a instituir o Governo Geral, em 1548. Por meio do regimento, documento que continha as principais atribuições do novo modelo administrativo, tomé de souza foi apresentado como primeiro governador-geral. A colônia portuguesa passou a ser administrada a partir da capitania da Bahia, transformada em capitania real após ter sido comprada dos herdeiros do falecido donatário Pereira Coutinho.

A cidade de Salvador passou a ser o centro da nova administração, que não eliminou o modelo das capitanias hereditárias, mas buscou incentivá-las para a plena ocupação do território. Para atingir esse objetivo, Tomé de Souza chegou a visitar várias capitanias, buscando assegurar nessas regiões o apoio formal da Coroa portuguesa ao projeto colonizador. Durante o governo de Tomé de Souza, ocorreu a fundação do primeiro bispado na América Portuguesa, além da construção de prédios na capital brasileira.

Nesse contexto, chegaram os primeiros jesuítas, sob a liderança de Manuel da Nóbrega, responsável pelo planejamento da catequese dos indígenas e pela fundação de núcleos educacionais. Com o decorrer das décadas, iniciou-se um dos mais graves e duradouros con itos do Período Colonial: o atrito entre colonos, desejosos de utilizar o índio como escravo para as mais variadas atividades, e os jesuítas, empenhados no projeto da evangelização dos gentios. Em várias regiões da colônia, essa questão desencadeou instabilidades e violência, exigindo intervenções constantes da Coroa portuguesa durante todo o Período Colonial.

A administração colonial ainda contava com uma estrutura regional de destaque: as câmaras Municipais. Fundamentais para o controle político local, cabia às Câmaras a administração das vilas, a análise de assuntos alusivos ao cotidiano da população e a harmonização das regras do Império português com as especificidades regionais da colônia. A escolha dos seus membros era orientada por meio do Regimento de 1506, que determinava a eleição de três a quatro vereadores, conhecidos por homens bons, um escrivão, um procurador e um tesoureiro. Quando necessário, conforme as particularidades de cada vila, também eram escolhidos os o ciais camarários. A Câmara Municipal era renovada a cada três anos, reunindo-se em média dois dias por semana. Como a escolha dos seus membros partia dos setores da elite local, o esforço político empreendido era voltado para a manutenção dos privilégios da população mais abastada.

 

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