Estabelecimento dos reinos
germânicos
A desagregação do Império Romano
foi o processo que resultou no fim do Império Romano do Ocidente. Os
territórios até então controlados por Roma foram ocupados pelos povos
germânicos, que se estabeleceram e criaram reinos de curta duração. O Império
Romano do Oriente continuou existindo com o nome de Império Bizantino.
A decadência do Império Romano
iniciou-se a partir do século II d.C. Uma forte crise econômica afetou todo o
Império Romano. A crise do sistema escravista e o ataque dos povos germânicos
afetaram diretamente a produção e a prosperidade do Império.
O sistema escravista romano era
dependente da obtenção de prisioneiros de guerra, entretanto, a partir do
século II, a expansão territorial romana encerrou-se, o que interrompeu o fluxo
de obtenção de novos escravos. Isso afetou diretamente a produção da economia
romana, que se utilizava dos escravos.
Além disso, durante séculos, o
Império Romano precisou utilizar de sua força militar para manter suas fronteiras
sob controle e impedir invasões dos povos germânicos. Todavia, à medida que a
instabilidade do Império Romano crescia, a atuação dos povos germânicos foi
saindo do controle de Roma. Assim, alamanos, francos e outros povos germânicos
invadiram a Gália, Espanha e outras partes do Império a partir de 276.
Os povos germânicos eram chamados
de bárbaros pelos romanos por não possuírem a mesma cultura dos latinos e por
não falarem latim. O termo, portanto, carrega um peso de preconceito dos
romanos contra os germânicos.
A partir do século V, o Império
Romano já não tinha mais controle das invasões dos germânicos: de 409 a 429, a
Itália, Espanha e Gália foram invadidas por inúmeros povos; Roma foi saqueada
pelos visigodos em 410 e pelos vândalos em 455. Os vândalos posteriormente
migraram para a Península Ibérica e, depois, para o Norte da África. Alanos e
suevos também atacaram a Península Ibérica, e anglos, junos e saxões atacaram a
Bretanha. O grande destaque das invasões foi dos hunos, liderados por Átila. Eles
vinham da Ásia, na região da atual Mongólia, e causavam pânico tanto nos
romanos como em outros povos germânicos, que, muitas vezes, fugiam dos hunos|
Os reinos germânicos foram
formados a partir do colapso do Império Romano, que, incapaz de manter o controle
sobre suas terras, sofreu inúmeras invasões. O último imperador romano foi
deposto em 476 pelos hérulos e, a partir daí, as posses do Império Romano na
Europa Ocidental foram gradativamente ocupadas pelos povos germânicos. Assim, a
ocupação da Europa Ocidental aconteceu da seguinte maneira:
Francos: liderados por Clóvis,
estabeleceram-se na Gália e formaram um dos maiores reinos germânicos;
Burgúndios: estabeleceram-se no
sul da França, mas foram absorvidos pelos francos no século VI;
Ostrogodos: liderados por
Teodorico, estabeleceram-se no Norte da Itália;
Anglo-saxões: estabeleceram-se na
Bretanha (atual Reino Unido);
Suevos: estabeleceram-se a oeste
da Península Ibérica, mas foram absorvidos pelos visigodos tempos depois;
Visigodos: estabeleceram-se na
Península Ibérica, mas foram impedidos pelos francos de se expandir para a
Gália;
Vândalos: estabeleceram-se no
Norte da África, mas foram absorvidos tempos depois com a expansão do Islã a
partir do século VII.
O estabelecimento dos germânicos
resultou na formação da Europa medieval, onde houve uma fusão da cultura latina
dos romanos com a cultura dos povos germânicos. O processo de decadência do
Império Romano e o estabelecimento dos germânicos resultaram em um declínio
populacional, principalmente em virtude da violência do processo e da
ruralização. À medida que os reinos foram estruturando-se, o Cristianismo foi
consolidando-se e sendo disseminado entre os germânicos.
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