AS FASES DA II GUERRA MUNDIAL
Entre 1939 e 1941 – período
caracterizado como a primeira fase da Guerra –, houve a expansão do Eixo; a
Itália dominou a Grécia e a Albânia, e o Japão concretizou sua dominação sobre
a China. Já a Alemanha conseguiu dominar o norte da França em 1940, passando
pela Holanda e Bélgica, contornando a linha Maginot: conjunto de fortificações
construídas pelos franceses para impedir um ataque alemão. Na metade sul, por
sua vez, formou-se um governo colaboracionista conhecido como governo de Vichy,
liderado pelo marechal Pétain, enquanto a resistência francesa foi comandada na
Inglaterra pelo general Charles de Gaulle, que mais tarde se tornou presidente
da França.
Ainda na primeira fase da guerra,
os alemães atacaram a Inglaterra; a força aérea da Alemanha, a Luftwaffe,
atacava Londres praticamente todos os dias. Foi fundamental para a resistência
da Inglaterra a Real Força Aérea Britânica (RAF). Para auxiliar os italianos no
norte da África e dificultar o transporte de petróleo do Oriente Médio para a
Inglaterra, Hitler ainda deslocou tropas alemãs para a região, os Afrikakorps,
comandadas pelo general Erwin Rommel.
Se inicialmente os fascistas
dominaram as ações bélicas, nos cinco últimos anos da Guerra, ou seja, entre
1941 e 1945, ocorreu a contenção e a derrota do Eixo. Necessitando de petróleo
e de aço – já que a Guerra se prolongava além do esperado –, Hitler rompeu o
Pacto Nazi-Soviético e atacou a União Soviética no dia 22 de junho de 1941,
adotando um discurso anticomunista. Tal atitude unilateral provocou a mudança
dos rumos da Guerra, afinal, a União Soviética aderiu aos Aliados, levando
Hitler a enfrentar duas frentes de batalha.
No dia 7 de dezembro de 1941, foi
a vez de os japoneses atacarem a base naval estadunidense de Pearl Harbor, no
Oceano Pacífico (Havaí), fato que o presidente Roosevelt chamou de Dia da
Infâmia. O principal motivo dos ataques nipônicos foi a disputa pela hegemonia
do Pacífico travada entre os EUA e o Japão. É importante ressaltar, também,
que, desde a invasão da China pelo Japão, o governo dos Estados Unidos já havia
bloqueado todos os investimentos japoneses no país, além de declarar apoio ao
governo chinês através da venda de armas e da concessão de empréstimos.
Após os incidentes de Pearl
Harbor, os Estados Unidos romperam a neutralidade e entraram na Guerra,
favorecendo a mundialização do conflito. Hitler, confiando que os japoneses
iriam conter os estadunidenses no Pacífico, declarou guerra aos Estados Unidos,
que, lançando mão do seu poderio militar, foram capazes de, a partir de 1943,
impor derrotas aos japoneses no Pacífico e, ao mesmo tempo, atuar decisivamente
na frente europeia.
Em 1942, os alemães sofreram, na
África, sucessivas derrotas para os Aliados, que libertaram o norte do
continente e ainda invadiram a Itália em junho de 1943. A ação dos Aliados fez
com que Mussolini se refugiasse no norte da Itália e fundasse a República
Social Italiana em setembro do mesmo ano, situação que demonstrou o
enfraquecimento do Eixo. No dia 28 de abril de 1945, quando tentava fugir para
a Suíça, Mussolini foi preso e fuzilado pela população.
Após as ações frustradas na
Itália, os alemães, que perderam um importante aliado, tiveram de optar por uma
das duas frentes de batalha, e a escolha recaiu sobre a União Soviética, na
chamada Operação Barbarossa. Na frente oriental, os alemães se direcionaram
para conquistar cidades estratégicas, em especial Stalingrado, acreditando que
a derrota dessa cidade iria enfraquecer o espírito de luta russo e, logo, a
resistência vinda do oriente. A batalha russa, entretanto, se fez tenaz e, em
fevereiro de 1943, após um inverno com temperaturas inferiores a 20 graus
negativos, o 6o Exército alemão se rendeu e começou a se retirar do território
russo.
A vitória dos soviéticos na
Batalha de Stalingrado levou os Aliados a se unirem à União Soviética durante a
Conferência de Teerã. O Exército russo empurrava os alemães de volta ao seu
território e, ao passar pelo Leste Europeu, libertava a região do domínio
nazista. Dessa forma, os soviéticos foram implantando governos pró-socialistas,
formando mais tarde a chamada Cortina de Ferro. Dois casos devem ser
ressaltados: o primeiro é o da Hungria, que até a Segunda Guerra tinha um
regime fascista e era aliada da Alemanha.
Quando os soviéticos ocuparam o
país, não foram vistos como libertadores, e sim como dominadores, o que pode
ser percebido na Revolta Húngara de 1956. O outro é o da a Iugoslávia, que,
liderada por Tito, conseguiu se livrar do domínio nazista sem a ajuda
soviética, tanto que, ao final da Segunda Guerra, o país implantou o regime
socialista, mas sem se submeter às diretrizes de Moscou, sendo inclusive o
único país socialista a receber ajuda do Plano Marshall. A resistência dos
Aliados também ocorreu na frente ocidental, possibilitando que, no dia 6 de junho
de 1944, ocorresse o desembarque de tropas aliadas na Normandia, norte da
França. O Dia D, como ficou conhecido esse episódio, significou o início da
libertação da França do domínio alemão.
Em fevereiro de 1945, antes mesmo
do m da Guerra, os Três Grandes (Roosevelt, dos EUA, Stálin, da URSS, e
Churchill, da Inglaterra) se reuniram na Conferência de Yalta, na Crimeia, para
dividir o mundo em áreas de influência. As decisões tomadas durante as reuniões
foram confirmadas posteriormente na Conferência de Potsdam (1945), com a
decisão de dividir a Alemanha em quatro áreas de influência, de criar o
Tribunal de Nuremberg, para julgar crimes de guerra dos nazistas, entre outras
medidas.
Aproveitando-se do
enfraquecimento alemão, os soviéticos cercaram Berlim, o que fez com que Hitler
cometesse suicídio em seu bunker no dia 30 de abril. No dia 2 de maio de 1945,
as tropas alemãs, claramente desorientadas diante da ausência do Führer,
renderamse aos Aliados. Restava ainda o Japão, que, apesar da derrota iminente,
resistia através das ações dos kamikazes, pilotos suicidas que atiravam seus
aviões contra os alvos inimigos.
Nos dias 6 e 9 de agosto de 1945,
os Estados Unidos lançaram duas bombas atômicas sobre as cidades de Hiroshima e
Nagasaki. Entre os objetivos da utilização dessas bombas, destacam-se a
aniquilação da resistência japonesa e a intimidação à União Soviética. No dia 2
de setembro de 1945, o Japão se rendeu, marcando, assim, o m do mais violento
conflito da história da humanidade. Sabendo do desfecho do conflito, pode-se
enumerar um conjunto de erros de ordem política e estratégica que determinaram
a derrota do Eixo.
Hitler não acreditava na união de
seus inimigos, para ele, era possível vencê-los um a um. Outro erro teria sido
a confiança exagerada que Hitler depositou nos seus aliados, considerando sua
capacidade de resistir a uma guerra ampla e duradoura. Dessa forma, mesmo com o
sucesso inicial da máquina de guerra alemã, o Eixo não pôde resistir ao
tradicionalismo industrial da Inglaterra e sua capacidade de mobilizar homens e
recursos vindos do seu sistema colonial.
As potências capitalistas,
incluindo a Alemanha, por sua vez, subestimaram o poderio industrial e social
da União Soviética, que acabou se tornando fundamental na derrota alemã.
Finalmente, vale a pena apontar o potencial bélico dos Estados Unidos da
América e sua decisão de intervir no conflito, que, também subestimados pela
Alemanha nazista, foram fundamentais para a determinação do resultado da
Guerra.
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